- Músculos que se ligam ao processo mastóide
- Músculo esternocleidomastóideo
- Músculo complexo menor
- Barriga posterior do músculo digástrico
- Doenças
- Etiologia
- Quadro clínico
- Diagnóstico
- Tratamento
- Referências
O processo mastóide, também conhecido como bloqueio mastóideo de Mouret, está localizado na parte posteroinferior do osso temporal, no crânio. O osso temporal é um osso uniforme do crânio, possui forma irregular e em sua constituição podem ser descritas três porções ou partes: uma porção escamosa, uma porção petrosa e uma porção mastóide.
Em relação à porção mastoide, três bordas são anatomicamente descritas: uma superior, que corresponde à linha temporal e sua sutura parietomastoide; uma borda anterior, delimitada pelo conduto auditivo externo e pela fissura parietal da mastoide; e uma borda posterior, que coincide com a sutura occipito-mastoide.
A porção mastóidea do osso temporal contém em suas estruturas o processo mastóide uma estrutura de grande importância anátomo-clínica. O processo mastóide é constituído da seguinte forma: 2/3 póstero-inferior que formam a base do peñasco e um terço ântero superior que é formado pela escama do mesmo osso.
Ele agrupa em seu conteúdo um grande número de cavidades de ar fixadas ao ouvido médio; é por isso que está envolvido em seus processos infecciosos. Portanto, o estudo detalhado dessa estrutura é de vital importância devido ao interesse cirúrgico da área.
Músculos que se ligam ao processo mastóide
O processo mastóide ou bloco mastóide de Mouret possui uma face externa e uma face interna, que fornecem inserção ou origem para vários músculos. Esses incluem:
Músculo esternocleidomastóideo
Músculo do pescoço que se origina na face externa do processo mastóide. Ele se insere na borda superior do manúbrio esternal e na parte superior do terço médio da clavícula.
Entre suas funções, flexiona bilateralmente a coluna cervical e manuseia unilateralmente a extensão do crânio.
Músculo complexo menor
Músculo considerado parte do longo dorsal, por ser ele próprio uma extensão desse músculo. Tem sua origem nos tubérculos posteriores dos processos transversos das últimas 5 vértebras cervicais e nas duas primeiras vértebras dorsais; ele se insere na face externa do processo mastóide.
Suas funções incluem: unilateralmente, é responsável pela rotação da cabeça para o mesmo lado e inclinação ipsilateral da mesma; bilateralmente, participa da extensão ou hiperextensão da cabeça.
Barriga posterior do músculo digástrico
As fibras musculares do ventre posterior do músculo digástrico se originam no sulco digástrico, que está localizado na face interna do processo mastóide. Essas fibras se inserem no tendão intermediário, no osso hióide.
Entre as funções que desempenha como parte do músculo digástrico está a ascensão do osso hióide, além de trazer a mandíbula para baixo e para trás.
Doenças
A patologia associada ao processo mastoide é conhecida como mastoidite. Isso geralmente se deve à disseminação contínua de infecções ao nível do ouvido médio; ou seja, otite média aguda mal tratada ou não tratada que, por esse motivo, poderia infectar o tecido vizinho da mastoide.
Atualmente é considerada uma infecção do osso temporal relacionada à otite média aguda; na verdade, é considerada uma complicação séria desta doença. Em relação à frequência, a idade pediátrica é a mais afetada.
Entre os fatores de risco associados ao desenvolvimento de mastoidite estão:
- Imagens de otite média aguda.
- Tratamento prévio com antibióticos.
- Idade inferior a 4 anos.
- Imunodeficiência.
Etiologia
Os germes mais comumente associados à mastoidite aguda são: Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis.
Outros organismos raramente associados a esta patologia são Pseudomonas aeuroginosa e outros bacilos gram negativos.
No caso da mastoidite crônica, os germes mais comuns são Pseudomona aeuroginosa, Enterobacteriaceae, Staphylococcus aureus e bactérias anaeróbias.
Quadro clínico
Os sinais e sintomas da mastoidite incluem dor, vermelhidão e sensibilidade na região mastoide.
Deve-se levar em consideração que, como a mastoidite geralmente está associada à otite média aguda, outros sinais e sintomas podem ser encontrados como dor de ouvido, vertigem, hipoacusia, febre e dor de cabeça, além de sintomas inespecíficos, entre os quais anorexia, adenopatia, diarreia ou irritabilidade. Em casos graves, pode até haver otorréia.
Diagnóstico
Quanto ao diagnóstico, este baseia-se nos achados correspondentes à anamnese e ao exame físico dos sinais e sintomas descritos acima com história, bem como história de infecção de orelha média. Essas informações orientam o praticante.
Os exames de imagem fornecem informações adicionais, incluindo a ressonância magnética e a tomografia axial computadorizada, sendo esta última o padrão ouro em exames de imagem para o diagnóstico dessa doença.
A cirurgia exploratória é uma opção utilizada como último recurso no diagnóstico desta patologia.
Tratamento
Sugere-se a administração de antibióticos intravenosos, visto que a mastoidite pode trazer complicações como infecção do sistema nervoso central.
O tratamento de escolha é uma cefalosporina de terceira geração em combinação com metronidazol ou amoxicilina, mais ácido clavulânico ou clindamicina.
O tratamento com antibióticos isoladamente ou associado à miringotomia (incisão na membrana timpânica atualmente utilizada para aspiração de exsudatos ou transudatos não supurativos ao nível do ouvido médio) e tubos de ventilação é eficaz apenas nas formas menos graves.
Por sua vez, o tratamento médico é considerado falho quando o paciente continua com febre e dor de ouvido após 48 horas.
No caso de tratamento cirúrgico, a mastoidectomia está indicada em caso de abscesso mastoide exteriorizado, complicações intracranianas, colesteatoma ou otorreia purulenta, bem como se houver presença de tecido de granulação por mais de duas semanas.
Referências
- Latarjet Ruiz Liard, Edição de Anatomia Humana. Editorial Panamericana. Volume 1.
- Anatomia do processo mastóide. Otorrinoweb. Recuperado de: otorrinoweb.com
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- Richard L. Drake (2006). Anatomia de Gray para alunos. Elsevier.