- Origem
- Pietismo
- Características do Romantismo
- Valorização do popular, natural e indígena
- O homem e suas liberdades
- A relação direta do homem com Deus
- Criação mais pelo seu uso do que pelo seu valor
- O valor do nacionalismo
- O destino espera por todos
- Países onde o Romantismo se desenvolveu
- Romantismo francês
- Romantismo inglês
- Romantismo escandinavo
- Romantismo holandês
- Romantismo polonês
- Romantismo espanhol
- Romantismo italiano
- Romantismo russo
- Romantismo americano
- Romantismo colombiano
- Romantismo argentino
- Outros países latino-americanos
- Principais representantes do Romantismo e suas obras
- Johan Wolfgang von Goethe
- Lord Byron
- Jean-Jacques Rousseau
- Giácomo Leopardi
- Alexandr Pushkin
- Edgar Allan Poe
- Esteban Echeverria
- Pombo rafael
- Manuel Acuña
- Jose Marti
- Alberto Blest vence
- Juan Antonio Pérez Bonalde
- Referências
O Romantismo literário é a era da produção literária realizada entre o final do século XVIII e meados do século XIX em várias partes da Europa. Essa manifestação literária estava sujeita a esteticismos totalmente opostos às abordagens cosmopolitas e radicais do Iluminismo francês.
Esta expressão literária é o ramo mais importante do amplo movimento holístico (Romantismo), do qual deriva seu nome. Os autores que seguiram suas formas buscaram se contrapor ao capitalismo gerado pela Revolução Industrial, que na época foi desenvolvido pelos gauleses e se espalhou pela Europa.
Goethe. Joseph Karl Stieler, via Wikimedia Commons
A literatura do Romantismo se propõe a resgatar a essência das coisas. O trabalho do escritor era aproximar as pessoas da transcendência por meio das letras. Formalismo e intelectualismo foram vistos como obstáculos no processo criativo.
Ao contrário da crença popular, o termo "romantismo" não se refere ao "amor", como é percebido atualmente. No século XVII, o "romântico" era tudo o que descrevia a melancolia que a natureza suscita, o selvagem e tudo o que está relacionado com isso.
Naquela época, a palavra "romântico", por sinonímia, era associada ao improvável, incrível e fantástico. Em contraste, esse adjetivo, por antônimo, era um antagonismo do greco-latim e do clássico, como a literatura medieval.
Origem
A origem primária desta corrente está localizada na Alemanha. O chamado "Romantismo alemão" foi um movimento desintegrado em sua gênese, e aos poucos foi se condensando até alcançar uma maior hegemonia de pensamento e abrangência.
A sua concepção foi marcadamente influenciada por duas correntes, uma de cariz religioso denominado "pietismo", com grande amplitude na Alemanha em meados do século XVIII. A outra tendência literária foi o "Sturm und Drang" ("tempestade e ímpeto"), movimento de natureza estética e claramente antagônico ao classicismo.
Pietismo
O pietismo preconizava a relação unipessoal e bilateral do homem com Deus, de coração, sem tantas regras e formalidades impostas pela igreja. Por sua vez, o Sturm und Drang, defendeu a individualidade do ser, a liberdade de expressão da subjetividade, dando especial importância às emoções e sua qualidade infinita.
Este movimento alemão, como o grande número de correntes de pensamento que ocorreram no mundo, é reacionário. Nasceu da oposição, como uma revelação contra a ilustração alemã.
Uma das obras representativas da época foi Os Alpes, um poema de Albrecht von Haller, um hino ao natural e sua magnificência.
Com o passar do tempo, figuras de grande importância surgiram, Goethe, o escritor mais transcendental da Alemanha, é uma delas. Também Friedrich Schiller, Karoline von Günderrode, Ludwig Tieck, Jakob e Wilhelm os famosos irmãos Grimm, entre muitos outros.
Características do Romantismo
Valorização do popular, natural e indígena
Uma característica marcante dessa tendência literária é aquela saudade das origens, da identidade dos povos, da preservação da cultura. Percebe-se um profundo interesse em que o homem volte ao campo, tome as rédeas da colheita e se afaste da mecânica e seus derivados.
Jean-Jacques Rousseau. Veja a página do autor, via Wikimedia Commons
É palpável nas obras literárias como as tradições alcançam um grande grau de importância porque são a marca que define as diferentes culturas.
O homem e suas liberdades
O assunto criativo também está justificado. Defende a liberdade de criação e pensamento dos seres, sem padrões ou estereótipos.
A relação direta do homem com Deus
Outro aspecto fundamental do Romantismo é o resgate da relação do homem com o ser supremo sem intermediários, sem tanta religiosidade e sem formalidades. PARA
voga por uma relação bilateral e unipessoal, e considera que a igreja com sua estrutura veio romper o elo entre Deus e os homens.
Criação mais pelo seu uso do que pelo seu valor
Respeita o valor das coisas criadas, mas coloca a praticidade do objeto e o benefício que pode gerar para os outros acima do monetário. Ele considera a criação um fato artístico por razões meramente econômicas.
O valor do nacionalismo
A pátria é um tema central do Romantismo. O amor pela terra, seus limites e suas gentes predominam no trabalho romântico.
O destino espera por todos
Na obra romântica existe uma apreciação mística e divina do destino: tudo está escrito. Muito ao contrário do que afirmam os adeptos do Iluminismo, que afirmam que o destino do homem é marcado pelas obras que realiza.
Países onde o Romantismo se desenvolveu
O Romantismo Literário se espalhou da Alemanha por toda a Europa, tendo um impacto nos continentes americano e asiático com grande repercussão. Abaixo está a lista de países e seus promotores.
Romantismo francês
Dos surtos românticos que surgiram na Europa, este tem uma notoriedade particular por ser a França o berço daquilo a que o Romantismo se opõe.
Contra este avanço tecnológico modernista, o usurpador do trabalho do homem pela máquina, Madame de Stael, Jean-Jacques Rousseau, Alexandre Dumas, Gérard de Nerval, Alfred de Musset, Alphonse de Lamartine, Charles Nodier, o grande Victor enfrentou Hugo, entre outros.
Entre as contribuições significativas do Romantismo por esses escritores na França, houve um ressurgimento literário em línguas não oficiais. A língua provençal foi um dos casos.
Federico Mistral chefiou o grupo "Félibrige", que se encarregou de escrever naquele dialeto (provençal), com o objetivo de fazer ressurgir a chamada poesia trovadoresca antiga, típica da Idade Média francesa. Entre as obras famosas da época, vale a pena mencionar La Mireya de Mistral.
Romantismo inglês
Lord Byron, escritor inglês. Por Desconhecido, colorido por uploader (www.noelcollection.org), via Wikimedia Commons
Pode-se dizer que a Inglaterra desenvolveu seu romantismo literário em pé de igualdade com a Alemanha. No final do século XVIII já existia uma certa melancolia ligada aos aspectos da vida no campo e o canto às liberdades individuais. Havia também um profundo distanciamento dos formalismos litúrgicos e de tudo que se assemelhava a ele.
Houve escritores considerados precursores desse movimento naquelas terras, eles foram chamados de “pré-românticos”. Entre eles estão James Macpherson e Thomas Chatterton.
Entre os pré-românticos, havia um grupo chamado "os poetas do cemitério". Estes foram caracterizados por escrever uma poesia sombria e sombria, com menções recorrentes de ossos, crânios, vermes, a fugacidade da vida e a duração da morte. Estes incluem Thomas Parnell, Thomas Percy, Robert Blair e Mark Akenside.
Entre os representantes mais sólidos desta corrente na Inglaterra, Lord Byron e Mary Shelley se destacam. Suas obras tiveram impacto na literatura mundial, sendo consideradas material literário de culto dentro do Romantismo.
Esse período foi fecundo em termos de produção e inventividade. Surgiram gêneros como o romance histórico, da mão de Walter Scott, e os romances góticos, de Ann Radcliffe.
Romantismo escandinavo
Quando o Romantismo chegou à Escandinávia, não encontrou muita resistência. Para a vantagem do movimento nascente, o Iluminismo e o Classicismo não afetaram muito a cultura escandinava, permitindo que o movimento romântico penetrasse e se espalhasse facilmente entre os letrados da região.
Os nórdicos mostraram-se receptivos e produtivos com a corrente literária que os visitou. Os tópicos sobre os skalds e as sagas voltaram a ganhar altura. Seus autores incluem Johannes Ewald, Adam Oehlenschlager e Erik Johan Stagnelius.
Romantismo holandês
A Holanda também não escapou ao alcance do Romantismo, tendo entre seus maiores expoentes Willem Bilderdijk, um poeta com tendências calvinistas protestantes.
O nacionalismo e suas raízes, a universalidade do pensamento, o valor do próprio, o resgate do popular foram os temas comuns nos textos elaborados. Hieronymus van Alphen, Hendrik Tollens e Rhijnvis Feith também se destacam.
Romantismo polonês
Devido a um passado que deixou um país dividido, dividido entre alemães, russos e austríacos, o patriotismo escrito a partir da perspectiva romântica abriu caminho na Polônia.
Os escritores poloneses, ansiando pela reconstituição de sua pátria, apostam em suas letras pela restauração da glória perdida. Por causa de seu nacionalismo exacerbado, muitos escritores foram perseguidos e exilados, o que chamaram de “duplo exílio”, mas não pararam em suas demandas pelo que era devido ao seu país.
Seu principal orador foi o poeta Adam Mickiewicz, que escreveu seguindo os passos dos ancestrais e suas tradições, suas riquezas culturais e a miséria vivida por seu povo após a divisão de suas terras.
Nomes como o dramaturgo Juliusz Slowacki, influenciado por Goethe, e Zygmunt Krasinski, que baseou seu discurso no dantesco e no religioso, também ressoam.
Romantismo espanhol
O romantismo na Espanha teve influências marcantes da França e da Grã-Bretanha, devido ao clima político convulsivo que este país ibérico viveu no século XIX. A instalação de um regime absolutista na chamada “Década Agourenta” suspendeu todas as garantias, fechou universidades e jornais e quem se manifestou corre o risco de morte ou exílio.
A mesma situação de tensão provocada por Fernando VII, após a Guerra da Independência, não ajudou muito para a difusão do Romantismo. A linguagem romântica, propriamente falando, demorou muito para ser assimilada. Os principais protagonistas da literatura espanhola da época tiveram que escrever desde o exílio.
Entre os escritores dissidentes que escreveram seus textos de terras distantes está José María Blanco White, que com seu jornal Variedades contribuiu muito para o desenvolvimento do Romantismo entre os demais escritores liberais no exílio.
Outros escritores proeminentes são Juan Nicolás Bohl de Faber, Ramón López e Buenaventura Carlos Aribau. Os dois últimos publicados no diário El Europeo, um jornal de Barcelona. Lá, eles contradiziam abertamente as posições neoclássicas.
Foi em 1833, após a morte do rei Fernando VII, que o romantismo começou a ganhar mais espaço na Espanha.
Romantismo italiano
A Itália, no desenvolvimento do seu Romantismo teve uma presença notável. Destacam-se os escritores Giovanni Berchet, Giacomo Leopardi e Hugo Foscolo.
O gênero do romance histórico foi desenvolvido. A poesia abundou e a tendência marcante contra o iluminismo e o neoclassicismo foi mantida.
Romantismo russo
Na Rússia, São Petersburgo foi o centro máximo de sua produção romântica. Foi aí, em Leningrado, que o chamado “Círculo de Arzamás” se encarregou - entre 1815 e 1818 - de dar forma às manifestações literárias do Romantismo russo.
Destacam-se entre seus autores: Vasili Zhukovski, Aleksandr Pushkin e Piotr Viázemsky.
Romantismo americano
Os Estados Unidos conceberam um dos escritores românticos mais universais, o sofredor e brilhante Edgar Allan Poe. Como costuma acontecer, ele foi um gênio incompreendido em sua época. A pobreza e o sofrimento não lhe eram estranhos. No entanto, ele tirou das trevas e da dor o que precisava para forjar um nome imortal na literatura.
Poe desenvolveu o gênero de romances policiais e romances góticos, bem como ensaios e poesia, com Lord Byron como o principal exemplo a seguir. Também digno de nota é Henry David Thoreau e sua marcada postura ecologista e anarquista, bem à frente de seu tempo.
Romantismo colombiano
Na Colômbia, o Romantismo surge em um momento emblemático, de luta pela liberdade: seu feito de independência em 1810. Os textos de escritores românticos colombianos apontam para a liberdade na arte, o subjetivismo criativo, o ser para o ser.
As belezas naturais da região são exaltadas na melhor das hipóteses. O homem e a vida no campo e o amor à própria cultura foram temas recorrentes. O respeito e a valorização do folclore neo-granada foram aspectos comuns da criação literária romântica daquela região da América Latina.
O existencialismo, enredo de vida e morte dos homens, não ficou para trás, de fato teve uma presença marcante, assim como o impacto das adversidades sociais na própria vida. Poesia e narrativa foram as expressões dominantes dessa corrente na Colômbia.
Autores como Rafael Pombo, José Eusebio Caro e Julio Flórez se destacam.
Romantismo argentino
Correspondeu à chamada "Geração de 37", e a seu líder Esteban Echeverría, a assimilação e propagação do romantismo em terras argentinas.
Caracterizou-se pela valorização dos dialetos locais, onde o gaúcho assumiu grande importância. Cobriu os problemas sociais existentes e atuou de forma muito próxima ao romantismo uruguaio.
O Río de la Plata e suas paisagens serviram de berço para um número considerável de poemas. O romantismo se tornou uma ferramenta integradora que valorizou o povo argentino, convocando os cidadãos a amar sua terra e suas raízes.
Autores como José Hernández, Domingo Faustino Sarmiento, Juan Moreira e José Mármol se destacam.
Outros países latino-americanos
Entre eles estão o México, com Ignacio Manuel Altamirano e Guillermo Prieto; Cuba, com Gertrudis Gómez de Avellaneda e José María de Heredia; Venezuela, com Eduardo Blanco e Juan Antonio Pérez Bonalde; Guatemala, com José Batres Montúfar e Chile, com Alberto Blest Gana.
Principais representantes do Romantismo e suas obras
Abaixo estão vários autores importantes e três de suas obras mais importantes:
Johan Wolfgang von Goethe
(Alemanha)
Tocam:
- Clavijo (1774).
- A floresta negra (1789).
- Fausto, Primeira Parte, (1807).
Lord Byron
(Inglaterra)
Tocam:
- Trevas (1816).
- Caim (1821).
- A ilha (1823).
Jean-Jacques Rousseau
(França)
Tocam:
- Dissertation sur la musique moderne (1743).
- Julie ou la Nouvelle Héloïse (1761).
- Pigmalião (1771).
Giácomo Leopardi
Tocam:
(Itália)
Tocam:
- Versi (1826).
- Canti (1831).
- Livretos morais (1827).
Alexandr Pushkin
(Rússia)
Tocam:
- O prisioneiro do Cáucaso (1821).
- Conto da princesa morta e os sete cavaleiros (1833).
- A história do motim de Pugachov (1834).
Edgar Allan Poe
(EUA)
Tocam:
- A narração de Arthur Gordon Pym (1838).
- “Os crimes da Rua do Morgue” (1841).
- "The Raven" (1845).
Esteban Echeverria
(Argentina)
Tocam:
- Elvira ou a namorada de Plata (1832).
- Don Juan (1833).
- Hino da dor (1834).
Pombo rafael
(Colômbia)
Tocam:
- A hora das trevas (1855).
- Histórias pintadas para crianças (1867).
- Contos morais para crianças formais (1869).
Manuel Acuña
(México)
Tocam:
- Textos de pensadores livres (1870).
- O passado (1872).
- Poemas completos (post mortem 1911).
Jose Marti
(Cuba)
Tocam:
- Ismaelillo (1882).
- Versos simples (1891).
- Flores do exílio (1878-1895).
Alberto Blest vence
(Chile)
Tocam:
- O primeiro amor (1858).
- A aritmética do amor (1860).
- Mariluán (1562).
Juan Antonio Pérez Bonalde
(Venezuela)
Tocam:
- Stanzas (1877).
- Ritmos (1879).
- Gloria in Excelsis (1883).
Referências
- Romantismo literário. (S. f.). Espanha: casa do Maestre. Recuperado de: mestreacasa.gva.es
- Romantismo. (S. f.) (N / a): O arquivo de Rober Text. Recuperado de: robertexto.com
- Características do Romantismo literário. (2017). (N / a): Enciclopédia de características. Recuperado de: caracteristicas.co
- Harlan, C. (2018). Romantismo na literatura. (N / a): Sobre o Español. Recuperado de: aboutespanol.com
- Literatura do romantismo. (S. f.). (N / a): Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org