- Características da psicologia educacional
- 1. Por que fazer psicologia na perspectiva da educação?
- 2. Desenvolvimento físico e psicomotor
- 3. Desenvolvimento cognitivo
- 4. Aquisição e desenvolvimento da linguagem
- 5. Desenvolvimento sócio-pessoal
- Referências
A psicologia educacional é uma disciplina que estuda mudanças comportamentais. Aquelas que estão relacionadas com a idade e aparecem no ser humano durante o seu desenvolvimento, desde o momento em que o fazem até a morte do indivíduo.
Por sua vez, esta ciência estabelece diferenças entre as seguintes etapas do desenvolvimento pessoal, tais como: Primeira infância: 0 - 2 anos; Infância: 2 a 6 anos; Primário: 6 a 12 anos; Adolescência: 12 a 18 anos; Idade adulta: 18 - 70 anos e Velhice: 70 - em diante. (Palacios et al., 2010).
Características da psicologia educacional
A psicologia educacional contempla a possibilidade de descrever e identificar, explicar ou otimizar o desenvolvimento e crescimento da pessoa desde que ela começa a ver o mundo, ou seja, ela entende, eleva e intercede em todo processo educacional do ser humano.
Portanto, nas palavras de Palacios et al. (1999), é uma ciência encarregada de estudar as mudanças de conhecimentos, atitudes e valores que ocorrem no ser humano por meio de sua participação em diferentes ações educativas, formais e não formais.
Sem dúvida, o desenvolvimento da pessoa tem inúmeros fatores que interferem em seu progresso.
Algumas delas são o meio ambiente ou a influência genética que cerca o ser humano. Ambos caminham juntos e não podem ocorrer separadamente, pois resultam no comportamento que o ser humano realiza e nas ações que executa.
Como consequência, a relação genético-ambiente levará a um desenvolvimento único do ser humano, no qual não será possível separar individualmente nenhum desses fatores, uma vez que constituem um todo integrado.
Levando em conta tudo o que foi exposto, devemos refletir e revisar a literatura, pois não é um tema que passe despercebido ao longo das reflexões que foram feitas ao longo da história.
Da mesma forma, podemos observar que existem inúmeros estudos que apóiam o desenvolvimento do ser humano. Cada perspectiva procurou compreender, contribuindo com seu ponto de vista, a complexidade que envolve o desenvolvimento da pessoa ao longo das etapas pelas quais passa o próprio aprendizado.
Nesse sentido, alguns dos mais famosos psicólogos abordaram o amplo campo da psicologia educacional: Freud (1856 - 1936) por meio da psicanálise; Watson (1878 - 1958), Pavlov (1849 - 1969), Skinner (1904 - 1990) e Bandura (1925 - hoje) basearam seus estudos no behaviorismo; Lorenz e Tinbergen através do conceito de imprinting, Piaget (1896 - 1980) com Epistemologia Genética, Baltes (1939 - 2006) com a perspectiva do ciclo de vida e Bronfenbrenner (1917 - 2005) com a perspectiva Ecológica (Palacios et al., 1999).
Para realizar um estudo das facetas envolvidas no desenvolvimento humano a partir da psicologia da educação, devemos analisar o desenvolvimento físico e psicomotor a partir de percepções teóricas; desenvolvimento cognitivo; aquisição e desenvolvimento da linguagem; do desenvolvimento sócio-pessoal e do envolvimento da escola neste processo.
1. Por que fazer psicologia na perspectiva da educação?
A resposta a esta questão começa quando a psicologia, como ciência, suscitou a possibilidade de se interessar pelo campo educacional, estabelecendo uma estreita relação com o campo de estudo da pedagogia.
Portanto, termos como estudos em "psicopedagogia", a própria "ciência da educação" e experimentação "educacional" ou "pedagógica", foram os primeiros campos em que a psicologia influenciou a contribuir com conhecimentos para os estudos educacionais.
A psicologia da educação, por si só, propõe obter o objeto de estudo da educação e, por outro lado, os métodos de pesquisa da psicologia.
No entanto, devemos ter em mente que devido à situação atual do mundo do trabalho, não é surpreendente que a própria pedagogia considere a intromissão no que diz respeito à psicologia da educação, porém são os psicólogos que a consideram uma mera parte da "psicologia aplicada".
Devemos ter claro que o objetivo principal da psicologia educacional é estudar a conduta e o comportamento que ocorre na escola (Bese, 2007).
Além disso, é importante fazer uma importante menção às pesquisas relacionadas às "atitudes erradas" no ambiente escolar. Já o estudo dos “processos de mudança” dos alunos é de grande interesse, os quais ocorrem em contextos educacionais (Bese, 2007).
2. Desenvolvimento físico e psicomotor
Para definir o desenvolvimento físico e psicomotor do ponto de vista da educação, devemos apontar principalmente as definições de crescimento físico.
Entendemos crescimento físico como o aumento de peso e altura da pessoa. Enquanto entendemos o desenvolvimento psicomotor como o controle do corpo a partir do qual se otimizam as possibilidades de ação e expressão do ser humano.
Em primeiro lugar, devemos salientar que também existem fatores que influenciam o desenvolvimento, a nível físico podemos encontrar: endógenos: genes, hormônios…, e exógenos: onde intervêm fatores físicos e psicológicos.
Portanto, é preciso ter em mente que não se trata de algo geneticamente fechado, mas sim de uma estrutura aberta onde os agentes externos intervêm e são fatores essenciais neste desenvolvimento.
Porém, devemos ressaltar que os genes, por sua vez, intervêm no processo de crescimento por meio da hereditariedade.
Outra ideia a se levar em consideração é que as habilidades psicomotoras devem ser enfatizadas como algo conjunto, uma vez que não são processos independentes entre si, mas que a realização conjunta dará origem ao domínio, uma vez que não ocorre de forma independente.
Portanto, devemos enfatizar que existe uma ordem sequencial no controle postural e na locomoção em decorrência da maturação do indivíduo, influenciada pelo cérebro e pela estimulação recebida.
Por fim, também podemos apontar que a família é um fator relevante para o desenvolvimento psicomotor, por meio da chamada estimulação psicomotora.
Porém, há situações em que a estimulação é maior, pois nem todas as crianças constituem um parâmetro padrão, popularmente conhecido como “normal”.7
Existem situações em que é necessário estabelecer determinados programas de estimulação psicomotora em crianças com dificuldades.
Da mesma forma, a escola como estimuladora deve fornecer subsídios desde a organização do centro e da própria sala de aula em cada etapa educacional, além das atividades destinadas ao desenvolvimento psicomotor (Palacios, 1999).
3. Desenvolvimento cognitivo
Para citar o assunto relacionado ao desenvolvimento cognitivo, destaque-se para autores como Piaget, com papel significativamente relevante na Psicologia do Desenvolvimento.
Isso estabeleceu uma série de estágios de desenvolvimento, onde as potencialidades e dificuldades das crianças durante esse processo são fundamentalmente abordadas, visto que representam uma etapa fundamental (Palacios, 1999).
Piaget concebeu o pensamento como uma execução internalizada e representada mentalmente, que é organizada esquematicamente. Esses esquemas são sistemas mentais, que apresentam uma estrutura organizada que permite representar e pensar os objetivos e metas propostos.
Os estádios foram citados, segundo Palacios (1999), como:
- Sensório-motor (0-2 anos): A criança mostra a inteligência como algo prático e usa a ação para resolver os problemas que são gerados.
- Pré-operatório (2 a 6/7 anos): começa a aparecer inteligência “simbólica”, portanto, utiliza ações ainda não lógicas para resolver problemas.
- Operações concretas (6/7 a 11/12 anos): começa a usar o raciocínio lógico em situações concretas e reais.
- Operações formais (12 em diante): na adolescência, parece fazer parte do pensamento da pessoa ao longo de sua vida. É a partir daqui que a lógica formará o pilar fundamental do pensamento.
4. Aquisição e desenvolvimento da linguagem
O desenvolvimento da linguagem é um processo complexo que, à medida que evolui, adquire diferentes funções.
Também possui uma variedade de símbolos que nos permitem representar a realidade, comunicar, planejar e controlar nosso comportamento e processos cognitivos. Além disso, permite-nos e transmitir a nossa própria cultura.
Quando os bebês nascem, eles participam das chamadas "protoconversas" com os adultos, isso significa que há uma capacidade e preferências onde o bebê e o adulto se comunicam através da percepção e da sensibilidade. Portanto, troca-se um diálogo onde o adulto acomoda o bebê e existe um interesse mútuo em se comunicar.
Por esse motivo, podemos apontar que desde o nascimento o bebê se estabelece que tem a capacidade de criar uma determinada comunicação e isso o faz construir-se como pessoa desde o primeiro momento em que tem contato com o mundo.
Por sua vez, durante o desenvolvimento a criança utiliza comportamentos para se adaptar ao mundo, como o uso dos reflexos como meio de sobrevivência. Adquirindo, posteriormente, comportamentos que o adulto verá repetidamente.
Para concluir, devemos ter em mente que a importância da família é primordial no desenvolvimento da linguagem.
É importante usar atividades compartilhadas onde a socialização da linguagem é praticada, como jogos, comida e atividades recreativas.
Para isso, recomenda-se:
- A criação de contextos de rotina para o estabelecimento de uma boa comunicação.
- Dê tempo suficiente para a criança participar da conversa.
- Que o adulto interprete corretamente os sinais que são mostrados nas conversas.
Por outro lado, na escola devemos ter claro que a origem da linguagem oral vem da escrita, e eles precisam uns dos outros, por isso devemos promovê-la. Aprender a ler implica no uso correto da linguagem oral.
Com base nisso, podemos deduzir que as atividades a serem realizadas podem ser, por exemplo, o uso de charadas, trava-línguas, canções, histórias, rimas e conversas espontâneas, entre outros. Gerando também situações onde devem ser feitas descrições pessoais, exposições, debates e discussões em grupo, entre outros (Palacios et al, 1999).
5. Desenvolvimento sócio-pessoal
As emoções estão incluídas no desenvolvimento da pessoa. São fatos que indicam a relevância das situações que freqüentam o desenvolvimento do ser humano.
Para estudá-los, podem ser divididos entre emoções básicas (alegria, raiva, tristeza, medo…) e sócio-morais (vergonha, orgulho, culpa…). A partir daqui definimos as normas culturais e a consciência que manifestamos para aceitar essas normas.
A regulação emocional implica um controle das emoções que os bebês em seus primeiros anos de vida, não tendo maturação cerebral e melhora na atenção, não conseguem controlá-la (Palacios et al., 1999).
Portanto, os adultos devem promover essa regulação emocional e devem promover o controle das emoções nas crianças, por meio da educação emocional (Palacios et al., 1999).
Vários autores citados nos estudos de Palacios (1999), propõem algumas técnicas para um correto desenvolvimento emocional que a família e a escola podem realizar no mesmo sentido:
- Aceitação e expressão de emoções positivas e negativas.
- Estruture, estude e controle as diferentes emoções.
- Use-os positivamente para o desenvolvimento vital, sendo um benefício pessoal.
- Identifique as emoções dos outros e as suas.
- Aprenda a confortar e ajudar de forma eficaz, por meio da empatia e da comunicação assertiva.
- Expresse e converse sobre emoções e estados de espírito com um colega / amigo.
- Controle a frustração e os impulsos.
6. A sala de aula como cenário para o processo de ensino-aprendizagem
Dentro do sistema educacional, nas salas de aula, é trabalhado o desenvolvimento educacional dos alunos.
Portanto, podemos caracterizar esses processos educacionais, que têm uma cavidade nos centros educacionais, como aqueles que originam a aprendizagem e implicam propósitos educacionais que ocorrem em um período sistemático de tempo (Pozo, 2000).
Em outras palavras, esse processo tem a missão de criar efeitos duradouros e tem características intencionais, sistemáticas e planejadas (Pozo, 2000).
Por esse motivo, devemos destacar que dentro do sistema educacional, das salas de aula, existem inúmeras formas de aprendizagem e, para isso, determinamos as duas mais conhecidas e adequadas a levar em conta entre estas linhas: a aprendizagem construtiva e a associativa.
Primeiramente, o construtivo reorganiza o conhecimento, onde o aluno deve ser dinâmico, estabelecendo um aprendizado mais duradouro ao longo do tempo.
E, em segundo lugar, a aprendizagem associativa é frequentemente associada a alunos caracterizados como estáticos e reprodutivos. Portanto, sua duração está sujeita à prática utilizada para promovê-la (Palacios, 1999).
Referências
- BESE, JM (2007). Uma psicologia da educação? CPU-e, Revista Investigación Educativa, 5. Recuperado em.
- PALACIOS, J. (COORDS.) (1999). Desenvolvimento psicológico e educacional. Madrid: Alliance.
- POZO, I. (2000). Aprendizes e professores. Madrid: Alliance