As causas da guerra de 1000 dias (1900-1902) estão intimamente ligadas à instabilidade política colombiana vivida durante o século XIX.
Este conflito se caracterizou por ser uma guerra civil colombiana entre partidos liberais e conservadores, onde o Panamá também participou como departamento da nação colombiana (além disso, a luta ocorreu quase inteiramente no Panamá). Foi apelidada de "a guerra dos 1000 dias" por durar esse tempo.
Ao longo do século 19, a Colômbia foi um país politicamente instável, fator que evoluiu em 1886 para se tornar a principal causa da guerra. Este foi o ano em que a constituição de 1863 foi suprimida e substituída por um documento mais centralista e conservador.
A constituição de 1863 foi criticada como resultado dos excessos federalistas durante o período em que os Liberais Radicais estavam no poder.
Com o período de La Regeneración e a criação da constituição de 1886, o regime centralista só conseguiu agravar os problemas políticos. Os governos de alguns departamentos logo começaram a reclamar desses problemas ao governo central.
Más decisões políticas também levaram a problemas econômicos; O líder indígena Victoriano Lorenzo vinha lutando pelos direitos à terra e pela autonomia econômica dos indígenas e logo negociou uma aliança com a causa liberal.
A guerra começou como resultado do confronto entre liberais e conservadores.
Eles usaram eleições fraudulentas para permanecer no poder, e isso gerou muita raiva entre a oposição. Além disso, o presidente Manuel Antonio San Clemente estava doente demais para governar o país, resultando em um vácuo de poder.
Causas da guerra de 1000 dias
Entre as causas desta guerra estava a oposição dos liberais ao governo da Regeneração e a rejeição da Constituição de 1886 que consideravam autoritária.
Naquela época, o partido conservador permanecia ilegítimo no poder através do presidente Manuel Antonio San Clemente e do vice-presidente Manuel Marroquín.
A guerra começou no departamento de Santander e rapidamente se espalhou para o resto da Colômbia.
Como o Panamá fazia parte da Grande Colômbia, o conflito militar também apareceu ali, porém, não foi uma guerra imposta de longe, pois também havia profundas diferenças entre os liberais locais e as facções conservadoras.
É importante notar que todas as causas da guerra foram políticas, não foi uma guerra para defender a nação ou uma região. Além disso, dividiu famílias e amigos, até se estender por questões econômicas.
Uma grande causa da guerra para o Partido Liberal foi que eles eram proprietários e comerciantes de plantações de café, que eram a favor de uma política governamental com menos regulamentações e taxas mais baixas.
Mas, como resultado de um governo conservador no poder, essa facção foi amplamente excluída do processo de tomada de decisão.
O Partido Conservador, ao vencer as eleições de 1885, supostamente por meios fraudulentos, criou outro fator que desencadeou a guerra, já que os liberais não aceitavam o presidente eleito como legítimo.
Quando as receitas alfandegárias diminuíram, o governo emitiu notas de moeda, sem respaldo suficiente, e o valor do peso despencou, causando uma crise econômica, levando os liberais à violência da guerra.
Reformas e anistias foram prometidas, mas quando não foram cumpridas, o conflito se prolongou por quase dois anos e meio (1000 dias), o partido liberal sabia que era o perdedor, mas não queria desistir por sentir tamanha opressão do partido conservador.
As diferenças de moral, opinião e formas de governo de ambas as partes foram outra causa desta guerra.
Os conservadores favoreciam um governo central forte, direitos de voto limitados e fortes laços entre a igreja e o estado.
Os liberais, por outro lado, favoreciam governos regionais mais fortes, direitos universais de voto e uma divisão entre Igreja e Estado.
A primeira batalha ocorreu quando as forças liberais tentaram tomar Bucaramanga em novembro de 1899, mas foram repelidas.
Um mês depois, os liberais conquistaram sua maior vitória da guerra quando o general Rafael Uribe Uribe venceu a força conservadora na Batalha de Peralonso.
A vitória de Peralonso deu aos liberais esperança e força para estender o conflito por mais dois anos contra números superiores. Essa foi uma das principais causas do prolongamento da guerra, a esperança do partido da oposição.
O governo governante usou táticas militares, prisão e muitos outros meios para tentar controlar a situação, mas com poucos resultados, causando mais ódio dos oponentes.
Desta forma, a pausa da guerra foi curta, então a violência continuou. Assim, a falta de boas táticas por parte do governo para acabar com a oposição é considerada mais um dos gatilhos desse conflito.
Outras causas
Em conclusão, os principais gatilhos desta guerra de mil dias, em resumo:
- As negligências e a má tomada de decisão do partido conservador.
- A eleição fraudulenta que o desencadeou.
- Redução da receita aduaneira.
- Medidas econômicas ruins.
- Da parte dos liberais: Não aceite os tratados de paz oferecidos antecipadamente.
- Explosão de guerra nas regiões cafeeiras, sendo áreas rurais com pouca comunicação.
Fim da guerra
Desde o seu início até os próximos dois anos e meio, uma guerrilha desorganizada (causa importante no desenvolvimento da guerra, visto que eram tropas mal formadas), mas altamente perigosa, irrompeu nas áreas rurais com grande destruição de propriedade. Esse fato resultou na perda de vidas tanto em combate quanto em doenças.
Incapazes de pacificar o campo por meio de táticas militares, prisão, multas e expropriação de propriedade, os conservadores ofereceram anistia e reforma política em 12 de junho de 1902.
Em novembro, os dois líderes liberais mais importantes, Rafael Uribe Uribe e Benjamin Herrera, se renderam após negociar tratados de paz que prometiam anistia, eleições livres e reforma política e monetária. O Panamá se separou logo após a guerra.
Referências
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