- Evidência mais antiga: ferramentas de pedra
- Fogo, um mistério para os arqueólogos
- Os primeiros pigmentos, sinais de evolução social
- Conclusões
- Referências
Falar das primeiras invenções do homem implica citar uma série de ferramentas e ideias que hoje são muito básicas e indispensáveis, porque é difícil imaginar como seria a vida do homem hoje se não existissem.
Talvez não se trate das descobertas mais importantes, mas daquelas primeiras expressões de inteligência materializadas em objetos e processos que significaram uma grande novidade na vida do homem pré-histórico.
Evidência mais antiga: ferramentas de pedra
A necessidade de sobrevivência, especificamente no que diz respeito à forma de se alimentar diariamente, levou o homem primitivo a criar objetos que pudessem auxiliá-lo nessa tarefa.
Martelos, machados e mesmo espécies de ferramentas pontiagudas esculpidas na pedra, foram os primeiros meios concebidos para o exercício da atividade de caça, principal fonte de alimentação da pré-história, bem como para cortar ou acondicionar a carne obtida de grandes animais.
Até poucos anos atrás, os fósseis encontrados na época em escavações arqueológicas indicavam que as ferramentas de pedra mais antigas correspondiam ao Estágio Olduvayan, cujo nome vem do local onde se encontra o depósito da Garganta de Olduwai (Tanzânia).
Datado de 2,6 milhões de anos, esses artefatos foram considerados as primeiras ferramentas de pedra e foram atribuídos ao Australopithecus garhi.
Figura 1. Talha característica da indústria Olduvayense.
Mas em 2009, durante escavações realizadas em Dikika, na Etiópia, foram encontrados restos de esqueletos de animais datados de cerca de 3,4 milhões de anos atrás, que apresentavam marcas de corte, o que indicava que seu predador havia usado algum tipo de ferramenta afiada.
Mais tarde, em 2011, um grupo de pesquisadores encontrou uma série de artefatos de pedra no Lago Turkana, no Quênia, no local chamado Lomekwi, que remonta a cerca de 3,3 milhões de anos.
Essas descobertas tiveram um grande impacto nas teorias sobre a evolução do homem, uma vez que implicam no desenvolvimento de uma espécie humana anterior ao Australopithecus garhi. Ao mesmo tempo, revela novas evidências sobre as mudanças no cérebro humano na história.
Fogo, um mistério para os arqueólogos
Até o momento, não foi possível estabelecer o momento exato da história do mundo em que o homem passou a usar o fogo sob seu controle para aproveitar sua ação sobre os alimentos, como fonte de calor e proteção ou de sua utilidade na fabricação de ferramentas.
Foi impossível definir se os dados arqueológicos encontrados nos locais de pesquisa tiveram origem natural ou iniciada pelo homem, uma vez que existem muitas inferências e opiniões controversas.
Só foi possível estabelecer um intervalo dentro do qual é provável que o homem tenha começado a controlar o fogo: pelo menos 120.000 anos atrás, mas não além de 700.000 anos.
No entanto, o impacto da descoberta do fogo na história do homem foi enorme. Presume-se que o primeiro contato do homem primitivo com o fogo tenha sido causado por incêndios de origem natural, muito provavelmente por quedas de raios em áreas florestadas ou cheias de arbustos, eventos cujas consequências chamaram a atenção pelos benefícios que deles derivaram.
A partir desse momento, ele se esforçou para ser capaz de criá-lo, controlá-lo e aproveitar seus benefícios à vontade.
Uma das grandes consequências do uso do fogo nos primeiros estágios da história humana foi, de fato, a própria evolução.
Ao passar de uma dieta baseada em alimentos crus para uma em que os alimentos eram submetidos à ação do fogo, adquiriu maior valor nutricional e calórico, efeito diretamente relacionado ao desenvolvimento biológico dos primeiros humanos.
Isso sem falar dos imensos avanços tecnológicos e culturais que o fogo trouxe para a história da humanidade, sendo uma importante fonte de energia e um elemento transformador que permitiu o desenvolvimento de áreas como a biologia, a química e a metalurgia, entre outras.
Os primeiros pigmentos, sinais de evolução social
Além de ser a base de uma indústria de grande importância hoje, a criação de cores a partir de substâncias químicas tem implicações mais profundas, remetendo à evolução do homem como ser social.
A descoberta de pigmentos e ferramentas para sua retificação em uma caverna zambiana, na cidade de Twin Rivers, cuja idade varia entre 350.000 e 400.000 anos, não só tem um significado tecnológico, mas também sugere o uso de alguma forma de linguagem e comportamento social para a época.
Os arqueólogos afirmam que esses pigmentos eram usados para uma espécie de ritual em que o corpo era coberto por eles, como expressão da arte. O fato de o homem estar envolvido neste tipo de atividade sugere, evidentemente, a existência de grupos sociais nos quais era necessário comunicar-se para realizar o ritual ou evento social em questão.
Daí a grande importância atribuída à invenção dos pigmentos, sendo peça-chave para pesquisas em assuntos tão importantes quanto a evolução da linguagem.
E é que o uso de signos e símbolos usados para essa body art constitui um novo dado que pode mudar as teorias dos pesquisadores sobre os primeiros usos de figuras e representações como forma de comunicação.
Conclusões
Embora pareçam muito básicas hoje, todas essas invenções foram a base para muitas das coisas que fazem parte da vida moderna hoje, sendo o início de muitos processos e / ou ferramentas tecnológicas importantes.
Além disso, trata-se de invenções que mudaram a vida do homem quando se trata de sobreviver ou interagir entre si. Algumas conquistas que marcaram culturas, crenças e comportamentos ao longo dos anos e que até na história moderna continuam a ter um impacto que nos transforma a cada dia.
Referências
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- Choi, C. (2015). Livescience: as ferramentas de pedra mais antigas do mundo são anteriores aos humanos. Recuperado de livescience.com.
- Provas anteriores de arte encontradas (2000). Recuperado de bbc.co.uk.
- Gowlett, J. (2015). Publicação da Royal Society: A descoberta do fogo pelos humanos: um processo longo e complicado. Recuperado de royalsocietypublishing.org.
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- Ferramentas Oldowan de Lokalalei, Quênia. (2016). Obtido em www.humanorigins.si.edu.
- Seemaw, S. et al. (1997). Proquest: Ferramentas de pedra com 2,5 milhões de anos de Gona, Etiópia. Recuperado de search.proquest.com.