- Evolução
- Espécies
- Caracteristicas
- Visão
- Respiração
- Termorregulação
- Vibrisas
- Cara
- Coloração
- Corpo
- Tamanho
- Sistema digestivo
- Dentição
- Habitat e distribuição
- Peixe-boi amazônico
- Peixe-boi africano
- Peixe-boi das índias Ocidentais
- Perigo de extinção
- - Ameaças
- Colisão com navios
- Maré vermelha
- Caçando
- Condições ambientais
- Poluição ambiental
- - Ações para sua proteção
- Taxonomia e subespécies
- Reprodução
- Alimentando
- Comportamento
- Referências
O peixe - boi (Trichechus) é um mamífero marinho que faz parte da família Trichechidae. Nesta espécie, os membros anteriores são transformados em barbatanas e os membros posteriores estão completamente ausentes. No lugar deles, ele tem uma cauda chata, que usa para se propelir na natação.
Uma de suas características mais marcantes é a dentição. Em primeiro lugar, esta espécie não possui incisivos ou caninos, apenas dentes nas bochechas. Esses molares são adaptados para moer o material vegetal altamente fibroso que você consome.
Vaca marinha. Fonte: Cedricguppy - Loury Cédric
Por outro lado, como os peixes-boi se alimentam de plantas abrasivas, seus molares se desgastam e são continuamente substituídos. Novos dentes se formam na parte posterior e avançam conforme os outros caem.
As espécies do gênero Trichechus apresentam reprodução sazonal, com longa duração do período de gestação, entre 12 e 14 meses. Isso contribui para o lento crescimento de suas populações, que estão ameaçadas de extinção.
Na reprodução, a disponibilidade de alimentos é um fator importante. Isso se deve ao fato de que tal abundância garante uma reserva energética suficiente para a manutenção da gravidez e para a lactação dos jovens.
Evolução
O peixe-boi é o único membro vivo da família Trichechidae que está relacionado à família Dugongidae. As duas famílias constituem a ordem Sirenia, cujos parentes mais próximos são os elefantes do grupo Proboscidea.
A Sirenia é formada por um grupo de mamíferos marinhos herbívoros, totalmente aquáticos. De acordo com o registro fóssil, essa ordem existia há 50 milhões de anos, no início do Eoceno e ao final desse período já havia se diversificado.
Um dos sirênios mais primitivos é o Prorastomus, que viveu no Eoceno Médio, cerca de 40 milhões de anos atrás. Este, ao contrário dos sirenos atuais, era terrestre.
Tinha pernas fortes, cauda longa e cerca de 150 centímetros de comprimento. A característica de seus dentes indica que se alimentava de plantas moles.
Outro gênero extinto é o Pezosiren, que habitou o planeta há 50 milhões de anos. Seu estilo de vida era semelhante ao do hipopótamo, representando um exemplo da transição entre os mamíferos terrestres e marinhos.
Em relação às características do crânio e estrutura corporal, eles estão intimamente relacionados aos dugongos e peixes-boi. Porém, eles tinham quatro pernas bem desenvolvidas, adaptadas para andar no chão.
Com o fim do Eoceno, surgiu a família Dugongidae, que tinha um corpo aerodinâmico. Além disso, as patas dianteiras eram em forma de barbatana, sem membros posteriores e com barbatana caudal.
Espécies
A última das famílias sinérgicas a evoluir são os Trichechidae, que possivelmente surgiram dos primeiros Dugongidae. Comparado com seus ancestrais, o moderno peixe-boi das Índias Ocidentais teve pouca variação.
Já o peixe-boi africano também preservou sua forma ancestral. Isso poderia ter se espalhado da América do Sul para a África, por meio de correntes transoceânicas. Os peixes-boi amazônicos podem ser produto de populações isoladas em uma bacia interna da América do Sul.
Caracteristicas
PANELA
Visão
A visão dos sirenos foi pouco estudada. No entanto, alguns pesquisadores mostraram que o peixe-boi amazônico é capaz de rastrear visualmente objetos subaquáticos.
Por outro lado, as espécies caribenhas têm uma visão dicromática, distinguindo assim as cores verde e azul.
Respiração
Os peixes-boi sobem à superfície para respirar. Eles fazem isso expirando com muita força quando o animal sai da água e seu nariz emerge. A cada respiração, eles enchem os pulmões com cerca de 90% de ar, ao contrário do homem que só reabastece cerca de 10%.
Assim, podem ser mantidos submersos por até 20 minutos. Nestes mergulhos, as narinas são seladas graças a pregas especiais. Embora possam permanecer submersos por muito tempo, é comum que saiam da água para respirar a cada cinco minutos.
Termorregulação
Para regular a temperatura corporal, o corpo tem adaptações especiais. Entre eles está o desvio da circulação periférica, que está em contato próximo com a água. Também possui uma camada de tecido adiposo subcutâneo que reduz a perda de calor.
Vibrisas
O Trichechus possui cabelos sensíveis ao toque, conhecidos como vibrissas. Estes revestem seu rosto e corpo. Cada fio de cabelo possui uma cápsula de tecido conjuntivo com inúmeras terminações nervosas, que fornece ao animal informações sobre o meio ambiente.
Geralmente, os animais que têm essas estruturas sensoriais as têm na área do rosto e são chamados de bigodes. No entanto, em peixes-boi eles são encontrados em todo o corpo. As da região facial são cerca de 30 vezes mais densas do que as do resto do corpo.
As vibrissas localizadas nos lábios giram para fora durante a apreensão do alimento e são utilizadas para localizar a vegetação. A pesquisa indica que as vibrissas são altamente sensíveis, permitindo que os peixes boi discriminem as texturas táteis.
Graças a esses pêlos especializados, esse mamífero pode detectar diferentes estímulos hidrodinâmicos, que lhe permitem navegar com eficiência nas águas turvas de seu ambiente.
Cara
O cérebro é pequeno, em comparação com o resto dos mamíferos que têm um tamanho corporal semelhante. A cabeça deste Trichechus é pequena e seu pescoço não pode ser distinguido. Possui focinho curto, espesso e quadrado. Na frente estão duas narinas semicirculares.
Já a boca tem lábios carnudos e preênseis. O superior é maior e mais flexível. Além disso, está profundamente dividido. Assim, você pode mover cada lado independentemente, enquanto o animal se alimenta.
Os lábios são usados para agarrar alimentos e outros objetos. Além disso, eles são usados para se comunicar e em diferentes interações sociais.
Coloração
Geralmente, a pele é de cor cinza. No entanto, muitos organismos e algas freqüentemente crescem no corpo desse mamífero, devido ao qual a coloração pode ser marrom ou esverdeada.
Externamente, o peixe-boi africano não se distingue do americano, pois têm os mesmos tons de pele. No entanto, o peixe-boi amazônico é diferente por ter uma mancha rosa brilhante ou branca em seu peito.
Corpo
O corpo do peixe-boi é robusto e de formato cônico. Ele termina em uma cauda plana e arredondada, semelhante a um palete, que é usado para se impulsionar para a frente. Os membros anteriores são modificados na forma de nadadeiras e os membros posteriores não estão presentes.
As barbatanas são flexíveis e contribuem para a movimentação do animal. Da mesma forma, eles os usam para se coçar, para tocar em objetos, para mover a comida de um lado para o outro e para limpar a boca. Mesmo assim, eles podem se abraçar.
Cada barbatana tem três ou quatro dedos na ponta, exceto o peixe-boi amazônico, que não tem.
Em relação às vértebras cervicais, o Trichechus possui apenas seis, ao contrário de quase todos os outros mamíferos que possuem sete. Essa diferença no número de vértebras pode ser devido a mutações em genes homeóticos.
Tamanho
Os peixes-boi pesam entre 400 e 550 quilos, embora Trichechus manatus possa pesar 1.590 quilos. Em relação ao comprimento, medem de 2,8 a 3 metros, porém, o peixe-boi africano pode medir até 4,5 metros.
O menor das três espécies é o peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis), que pesa cerca de 120 a 170 quilos e tem comprimento aproximado de 162 a 230 centímetros.
Sistema digestivo
O sistema digestivo do peixe-boi é caracterizado por ter um estômago simples, com um grande ceco, no qual ocorre a digestão da matéria vegetal mais dura. Já os intestinos têm aproximadamente 45 metros de comprimento, algo incomum para um animal desse porte.
Dentição
Os adultos dessa espécie não possuem caninos ou incisivos, apenas um grupo de dentes nas bochechas, que não são diferenciados. Assim, nesta série de dentes, pré-molares e molares não podem ser distinguidos.
Em cada lado da mandíbula tem entre 6 e 8 dentes de coroa altos e raiz aberta, para um total de 24 a 32 dentes.
O tipo de vegetação que forma sua dieta corrói o esmalte dos dentes, que principalmente nos peixes-boi é bastante fraco. Para compensar essa situação, os dentes são substituídos continuamente. Assim, quando os molares anteriores se desgastam, eles caem.
Os novos molares emergem na parte posterior e avançam lentamente para substituir os outros. Esse processo ocorre durante toda a vida do animal.
A velocidade com que os dentes migram para a frente dependerá da rapidez com que os outros dentes se desgastam. A pesquisa indica que essa taxa pode ser de 0,1 a 1 centímetro por mês.
Habitat e distribuição
Chris Muenzer
Membros do gênero Trichechus são encontrados ao longo das costas tropicais e subtropicais do Atlântico e em águas interiores associadas, incluindo as bacias hidrográficas dos rios Níger e Amazonas.
Peixe-boi amazônico
O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) vive no rio Amazonas no norte da América do Sul e em áreas de drenagem relacionadas, abrangendo florestas sazonalmente inundadas.
Esta espécie vive apenas em água doce e pode ser encontrada desde as Ilhas de Marajó, no Brasil, até a Colômbia, Equador e Peru. Ocasionalmente, seu habitat pode se sobrepor, na costa do Brasil, ao do peixe-boi das Índias Ocidentais.
Ao contrário das outras subespécies, o peixe-boi amazônico nunca entra em contato com a água salgada, sendo o único que vive exclusivamente em água doce. Possui vários habitats preferidos, como lagoas conectadas a rios ricos em vegetação aquática e lagos de remanso.
Pode realizar migrações sazonais, passando de áreas alagadas, na estação chuvosa, para rios ou lagos profundos, durante a estação seca.
Peixe-boi africano
A espécie Trichechus senegalensis, conhecida como peixe-boi africano, vive em áreas costeiras e em rios de águas lentas, do Senegal a Angola. Além disso, tende a se espalhar para o interior, em alguns rios dessas regiões.
Assim, localiza-se ao longo da costa oeste da África, desde o rio Senegal até o rio Cuanza, localizado em Angola. Pode ser encontrada tanto no rio Níger quanto em Koulikoro, no Mali, a cerca de 2.000 km da costa.
O peixe-boi africano é encontrado em Angola, Benin, Chade, Camarões, República do Congo, Costa do Marfim, República Democrática do Congo e Guiné Equatorial. Também vive no Gabão, Gana, Gâmbia, Guiné, Libéria, Guiné Bissau, Mali, Mauritânia, Nigéria, Níger, Serra Leoa, Senegal e Togo.
Esta espécie habita estuários e regiões costeiras marinhas, bem como rios de água doce. Portanto, pode ser encontrada desde água salobra até água doce, com temperaturas acima de 18 ° C. Assim, vive em lagos, rios, estuários costeiros, lagoas, manguezais, reservatórios e baías costeiras.
Os peixes-boi africanos foram avistados a até 75 quilômetros da costa, onde existem riachos de mangue com abundante vegetação marinha. Durante a seca, o caudal dos rios varia, pelo que pode ligar-se a alguns lagos como o Volta e o Léré. Dessa forma, esses corpos d'água tornam-se abrigos até que as águas dos rios voltem ao seu nível normal.
Alguns dos sistemas fluviais onde vivem os peixes-boi são: Senegal, Gâmbia, Casamance, Mansôa, Buba, Cacine, Congo, Kondou, Serra Leoa, Sherbro e Malem. Esses mamíferos nadam por esses rios até que não consigam seguir em frente, devido às águas rasas ou fortes cachoeiras.
Peixe-boi das índias Ocidentais
Já o peixe-boi das Antilhas (Trichechus manatus) é distribuído em áreas salobras, em áreas costeiras marinhas e de água doce, localizadas no sudeste subtropical e tropical do Golfo do México, Estados Unidos, Mar do Caribe e costa atlântica, ao sudeste da América do Sul.
A subespécie Trichechus manatus latirostris, chamada de peixe-boi da Flórida, vive da Louisiana à Virgínia, na área norte do Golfo do México. Também é encontrado no sudeste dos Estados Unidos. A outra subespécie, Trichechus manatus manatus, vive do norte do México ao Brasil e às ilhas do Caribe.
Desta forma, é encontrado na Guiana Francesa, Bahamas, Suriname, Trinidad, Guiana, Venezuela e Panamá. Também está na Colômbia, Nicarágua, Costa Rica, Honduras, Belize, Guatemala, México, Haiti, República Dominicana, Porto Rico e Jamaica.
O peixe-boi das Índias Ocidentais vive em áreas costeiras rasas. No entanto, estudos indicam que ele tem a capacidade de suportar mudanças na salinidade da água. Por causa disso, também habita rios e estuários rasos. Assim, esta espécie pode viver em água salobra, doce e salgada.
Motivado por ter um baixo índice metabólico e por possuir uma fina camada de gordura isolante, seu habitat se limita aos subtropicais e trópicos. Por esta razão, eles preferem águas rasas e quentes.
Freqüentemente, o peixe-boi das Índias Ocidentais migra através do estuário de água salobra para a nascente de água doce. Estudos indicam que os peixes-boi da Flórida precisam de acesso à água doce para regular os sais em seus corpos.
Da mesma forma, este mamífero não tolera águas com temperaturas abaixo de 15 ° C, por isso no inverno procura refugiar-se em rios quentes, que são alimentados por nascentes.
Perigo de extinção
Desde a década de 1980, as três espécies de peixes-boi foram categorizadas pela IUCN como vulneráveis à extinção. De acordo com pesquisas realizadas por este organismo internacional, a expectativa é que, nos próximos 20 anos, suas populações diminuam em até 30% mais.
- Ameaças
Colisão com navios
A curiosidade e os movimentos lentos, aliados ao grande desenvolvimento das costas, trazem como consequência a colisão destes animais contra os barcos.
Esses acidentes podem mutilar algumas partes do corpo e até causar a morte. Mesmo as lágrimas na pele podem causar infecções graves que podem ser fatais.
Espécies do gênero Trichechus podem ouvir sons localizados em alta frequência. Alguns barcos grandes emitem frequências baixas, o que pode confundir o peixe-boi e levar à colisão com navios.
Pesquisas sobre esse assunto indicam que quando o barco tem uma frequência alta, o animal se afasta rapidamente.
Na Flórida, as colisões de barcos a motor e as portas dos canais são as principais causas de morte. Alguns especialistas estimam que cerca de 25 a 35 por cento das mortes de peixes-boi naquele estado dos EUA são causadas por esse motivo.
Maré vermelha
Outro fator que causa a morte do peixe-boi é a maré vermelha, termo que se refere à proliferação da alga Karenia brevis. Esse dinoflagelado microscópico produz brevetoxinas que podem afetar o sistema nervoso central dos animais, devido à sua toxicidade.
Em 1996, isso resultou na morte de 151 peixes-boi. A proliferação de algas ocorreu dos primeiros dias de março a abril, matando cerca de 15% da população de peixes-boi na costa sul da Flórida. Outras florações, em 1982 e 2005, causaram aproximadamente 37 e 44 mortes, respectivamente.
Caçando
O peixe-boi é caçado de forma tradicional, mesmo desde os tempos pré-hispânicos. Atualmente continua sendo capturado na América do Sul e na América Central. Os principais produtos comercializados são a pele e sua carne.
Os nativos americanos usaram a pele para fazer escudos de guerra e sapatos. No entanto, o principal motivo de sua caça é a carne.
Condições ambientais
O peixe-boi é afetado pelas baixas temperaturas da água, o que pode levar a um choque térmico. Durante o inverno, a água pode ficar abaixo de 20 ° C, o que pode causar a morte desse mamífero, já que seu corpo não tolera essa temperatura.
Para tentarem se aquecer, alguns tendem a se reunir na costa da Flórida, bem próximos às saídas das águas quentes das usinas. Isso tem chamado fortemente a atenção de especialistas, porque aquele grupo de peixes-boi não migra mais para o sul como antes.
Em 2010, a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida observou que das 237 mortes, 42% foram como resultado da síndrome de estresse pelo frio.
Poluição ambiental
Um dos riscos que afetam cada vez mais a sobrevivência dos Trichechus são os derramamentos de óleo que degradam seu habitat natural. Da mesma forma, tal atividade econômica traz consigo um aumento no tráfego de navios.
- Ações para sua proteção
A Society for Conservation Biology propõe que os objetivos dos planos de conservação do peixe-boi devem contemplar a educação da população, além de políticas e ações protecionistas.
Embora este animal esteja sob proteção legal nos países onde vive, sua população continua diminuindo. Isso ocorre porque a taxa reprodutiva é muito menor do que as perdas que sofre com as várias ameaças que o afligem.
Os membros deste gênero estão incluídos no apêndice I da CITES, portanto, seu comércio internacional é proibido, exceto para fins comerciais.
Taxonomia e subespécies
Reino animal.
Sub-reino: Bilateria.
Filo: Cordado.
Subfilo: Vertebrado.
Superclasse: Tetrapoda.
Classe: Mamífero.
Subclasse: Theria.
Infraclass: Eutheria.
Ordem: Sirenia.
Família: Trichechidae.
Gênero: Trichechus.
Espécies:
Reprodução
O peixe-boi fêmea atinge a maturidade sexual aos três anos de idade, mas pode se reproduzir com sucesso entre os sete e os nove anos. No entanto, o homem tende a conceber muito mais tarde, por volta dos 9 ou 10 anos.
Geralmente, o acasalamento pode ocorrer durante todo o ano, embora os picos reprodutivos mais altos possam ocorrer na primavera e os mais baixos durante o inverno.
Uma fêmea geralmente acasala com vários machos. Eles lutarão um contra o outro empurrando um ao outro, para que o vencedor tenha a oportunidade de se juntar à mulher. Da mesma forma, eles formam rebanhos de acasalamento ao redor da fêmea no cio.
O período de gestação dura entre 12 e 14 meses, normalmente nasce um bezerro, embora ocasionalmente possam nascer dois.
O bezerro pesa entre 27 e 32 quilos e pode ter 1,2 a 1,4 metros de comprimento. A família é composta pela mãe e seu filho, o homem não contribui com o cuidado disso.
O recém-nascido nasce com molares, o que lhe permite consumir ervas marinhas quando tiver três semanas. Porém, ainda nessa idade é amamentado pela mãe, a quem acompanha por até dois anos.
Alimentando
O peixe-boi é um herbívoro com apetite voraz que passa quase um quarto do tempo se alimentando. A quantidade de comida que você ingere dependerá do tamanho do seu corpo. Assim, você pode consumir entre 4 e 10% do seu peso corporal diariamente.
Entre as espécies que consome, há uma diversidade de macrófitas aquáticas. Em relação às que vivem em águas doces, destacam-se as alfaces aquáticas, nenúfares, gramíneas, leito de jacarés, hydrilla, grama almiscarada, folhas de mangue e jacinto flutuante.
Quanto às plantas que vivem em águas salgadas, existem algas, ervas marinhas, capim-tartaruga, trevo-marinho e capim-boi. Quando o nível da água está alto, pode comer ervas e folhas, bem como frutos de palmeira que caem na água.
Além disso, ele poderia comer mariscos, peixes e moluscos. Isso provavelmente está associado à necessidade de atender às suas necessidades minerais. No entanto, algumas pesquisas indicam que o peixe-boi africano é a única sereia que provavelmente inclui animais em sua dieta de forma intencional.
Comportamento
O peixe-boi costuma nadar em pares ou sozinho. Quando forma grupos, geralmente é um rebanho de acasalamento ou simplesmente um grupo que compartilha uma área quente com abundância de comida.
Os especialistas estudaram o comportamento desses mamíferos e afirmam que eles usam vários padrões de vocalização para se comunicar. Isso pode variar com o sexo e a idade, indicando uma individualidade vocal entre os peixes-boi. Assim, quando um casal reprodutor se reconhece, as vocalizações aumentam.
Embora as ligações ocorram com frequência entre a mãe e seu filhote, isso também faz parte das interações sociais. Caso o ambiente fique barulhento, o peixe-boi aumenta o esforço vocal para emitir os sons.
De acordo com os testes anatômicos e acústicos, as pregas vocais podem ser responsáveis pelo mecanismo de produção do som.
Para se locomover, ele pode nadar de 5 a 8 quilômetros por hora, embora consiga fazer movimentos curtos e rápidos, podendo chegar a 30 quilômetros por hora. Suas barbatanas são utilizadas para percorrer o fundo do mar e cavar nele, quando encontra plantas ou raízes que pode consumir.
Referências
- Wikipedia (2019). Manatee. Recuperado de en.wikipedia.org
- Thomas O'Shea (2019). Manatee. Recuperado do britannica.com.
- (2019). Trichechus manatus. Recuperado de fao.org
- Fernanda Rosa Rodrigues, Vera Maria Ferreira, Da Silva José, Marques Barcellos Stella, Maris Lazzarini (2008). Anatomia reprodutiva da fêmea do peixe-boi amazônico Trichechus inunguis Natterer, 1883 (Mammalia: Sirenia). Recuperado de onlinelibrary.wiley.com.
- Jesse R. White; Robert Stevens; Tom Hopkins; Conrad Litz; Tom Morris (2019). Biologia Reprodutiva e Criação de Peixes-boi Cativos das Índias Ocidentais (Flórida), Trichechus Manatus. Recuperado de vin.com.
- Alina Bradford (2017). Peixes-boi: fatos sobre vacas marinhas. Ciência viva. Recuperado de livescience.com.
- Deutsch, CJ, Self-Sullivan, C. & Mignucci-Giannoni, A. 2008. Trichechus manatus. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2008. Recuperado de iucnredlist.org.
- Nic Pacini, David M. Harper, em Tropical Stream Ecology, 2008. Aquatic, Semi-Aquatic and Riparian Vertebrates. Recuperado de sciencedirect.com.
- Keith Diagne, L. 2015. Trichechus senegalensis (versão da errata publicada em 2016). A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2015. Recuperado de iucnredlist.org.
- Alla M. Mass, Alexander Ya. Supin, em Encyclopedia of Marine Mammals (Segunda Edição), 2009. Visão. Recuperado de sciencedirect.com.
- Marmontel, M., de Souza, D. & Kendall, S. 2016. Trichechus inunguis. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2016. Recuperado de.iucnredlist.org.
- J. O'Shea, JA Powell, em Encyclopedia of Ocean Sciences (segunda edição), 2001 Sirenians. Recuperado de sciencedirect.com.
- ITIS (2019). Trichechus. Recuperado de itis.gov.