- 10 consequências do deslocamento forçado
- 1- Estresse psicológico
- 2- Desenvolvimento de resiliência
- 3- Exclusão social
- 4- Propagação de doenças
- 5- Mortalidade
- 6- Efeitos econômicos
- 7- Reunificação da família
- 8- Divisão de famílias
- 9- Distúrbios da saúde reprodutiva
- 10- Quebra de identidade
- Referências
Algumas das consequências do deslocamento forçado são a perda de identidade, estresse, exclusão social e mortalidade. Todos os anos, milhões de pessoas em todo o mundo são forçadas a abandonar suas casas ou fugir delas devido a conflitos, eventos violentos, desastres naturais e / ou violações de seus direitos humanos.
Estima-se que mais de 65 milhões estão atualmente em extrema necessidade de proteção e assistência como resultado do deslocamento forçado. Este número inclui refugiados, pessoas deslocadas internamente e requerentes de asilo.
Crianças sírias no campo de refugiados de Suruc, Turquia.
A maioria das pessoas que vivenciam esses episódios forçados não pode voltar para casa a curto ou médio prazo e, às vezes, seu retorno não é possível.
Ao contrário de outras formas de migração, onde as pessoas optam por se mudar para um emprego melhor ou para otimizar seu estilo de vida, a maioria das pessoas que são deslocadas à força são forçadas a deixar sua comunidade sem poder escolher ficar. Muitas vezes eles carregam consigo apenas o pouco que podem carregar nos ombros.
Atualmente, refugiados ou migrantes forçados estão vindo da Síria, Iraque, Afeganistão, Eritreia, Somália, Mali e outras localidades atormentadas por conflitos graves. Isso obrigou as famílias a empreender viagens perigosas que, em várias ocasiões, tiveram um fim fatal.
10 consequências do deslocamento forçado
1- Estresse psicológico
Os impactos adversos na saúde mental são agravados nessas situações pelos eventos traumáticos típicos que precipitam a migração, bem como pelas desvantagens sociais que se seguem.
Educação, saúde, finanças, emprego e discriminação podem se tornar fatores que perpetuam os transtornos mentais. Essas pessoas são, portanto, muito propensas a sofrer de depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e psicose.
2- Desenvolvimento de resiliência
O conceito de "resiliência" está vinculado à saúde mental há algum tempo. Com esse termo, buscou-se descrever as associações positivas que promovem habilidades de enfrentamento e adaptação frente às adversidades entre indivíduos e comunidades.
Resiliência é a capacidade de enfrentar e superar perdas e traumas. A resiliência individual e coletiva da comunidade pode se desenvolver e atuar como parte dos fatores de proteção em tais situações de deslocamento.
3- Exclusão social
As tensões entre os anfitriões e os imigrantes podem ser intensificadas pela percepção de "alteridade" religiosa, étnica ou cultural que pode intensificar as divisões sociais e potencialmente contribuir para o conflito.
Além disso, a política (direta ou indiretamente) discrimina as populações imigrantes e migrantes, excluindo estruturalmente esses grupos para que permaneçam com baixo nível de escolaridade, menor nível de emprego, vulneráveis ao crime e rejeição da população.
Essa marginalização geralmente gera uma série de tensões que podem diminuir a estabilidade das comunidades.
4- Propagação de doenças
Superlotação e sistemas de saneamento inadequados são comuns nos campos de refugiados. Por causa disso, certas doenças podem se espalhar facilmente em um curto espaço de tempo.
Entre elas, a diarreia, que é particularmente preocupante em situações de emergência, quando associada a doenças de potencial epidêmico como cólera, disenteria e febre tifóide.
Outras doenças como o sarampo (comum em crianças) ou infecções respiratórias agudas, entre outras facilmente transmissíveis, também podem se espalhar.
5- Mortalidade
Se as doenças mencionadas acima se complicarem, existe o risco de mortalidade. Além disso, em campos de refugiados, onde a comida é escassa e onde os refugiados dependem de rações alimentares, podem surgir doenças por deficiência de nutrientes.
A desnutrição grave pode resultar em condições mortais, especialmente entre as crianças.
6- Efeitos econômicos
Pode haver consequências econômicas positivas ou negativas, dependendo do país e das políticas que implementa.
No caso de os migrantes forçados serem em grande número e se mudarem para uma região sem recursos suficientes, isso colocará grande pressão sobre os serviços públicos, a infraestrutura e o setor público. Isso pode levar ao desemprego e diminuir o investimento local.
Em países avançados com planos de integração e planejamento para essas pessoas, a chegada de jovens dispostos a trabalhar em particular tende a acelerar a taxa de crescimento de longo prazo da economia.
Em todo caso, não há dúvida de como é importante para o ganha-pão da pessoa deslocada encontrar rapidamente um bom emprego que ajude a aliviar sua difícil situação familiar e, assim, ser capaz de superar a pobreza.
7- Reunificação da família
Em muitos casos, devido aos recursos limitados que essas pessoas possuem ao chegar ao novo país / cidade, a maioria dos refugiados procura reunir-se em vários grupos familiares e criar assentamentos espontâneos.
Isso pode levar a núcleos familiares novos ou maiores, que podem servir de apoio durante o tempo fora de casa ou para sempre.
8- Divisão de famílias
Em alguns casos, os deslocados não têm a sorte de continuar com suas famílias, seja porque não sobreviveram à tragédia, porque não conseguiram encontrá-los, ou porque foram designados a lugares diferentes como novo destino.
Esta situação faz com que o núcleo familiar se divida, as famílias se dispersem e alguns refugiados fiquem completamente sozinhos.
9- Distúrbios da saúde reprodutiva
Em tempos de turbulência, os serviços de saúde reprodutiva (incluindo cuidados pré-natais, partos assistidos e cuidados obstétricos de emergência) muitas vezes não estão disponíveis, tornando as mulheres jovens mais vulneráveis.
Essas mulheres perdem o acesso aos serviços de planejamento familiar e são expostas à gravidez indesejada em condições perigosas.
10- Quebra de identidade
A personalidade de um indivíduo é amplamente moldada por suas memórias de infância. Essas memórias se transformam em força e confiança, que se refletem em vários aspectos da sua rotina diária e funcionamento.
A associação de um homem com lugares, pessoas, relacionamentos, atividades e estruturas fornece sua identidade. Essa identidade é crucial, pois fornece a base sobre a qual você pode aprender a se conhecer e se relacionar com os outros e com você mesmo.
O deslocamento forçado rompe com a identidade estabelecida, despojando-a abruptamente, por um certo tempo ou para sempre.
Referências
- Robert Stewart (2013). Migração forçada e saúde mental. Oxford Academy. Recuperado de: academic.oup.com.
- Chrichton, J. (2015). Direitos humanos: guia de tópicos. University of Birmingham. Recuperado de: gsdrc.org.
- Funcionários da Universidade de Columbia (2015). Migração forçada. Universidade Columbia. Recuperado de: columbia.edu.
- Hena Jawaid (2017). Um fenômeno de imigração: os efeitos da migração forçada. Psych Central. Recuperado de: psychcentral.com.