- Principais diferenças entre comunismo e socialismo
- Diferenças políticas
- Diferenças econômicas
- Diferenças de propriedade e ativos
- Diferenças de religião e crença
- Diferenças de livre arbítrio e vida social
- Diferenças ideológicas
- Referências
As diferenças entre comunismo e socialismo são principalmente políticas, econômicas e ideológicas. Comunismo e socialismo são duas correntes e formas de organização política, econômica e social que tenderam a se confundir de maneira comum ao longo dos anos.
Embora ambos tenham bases semelhantes, também possuem um grande número de aspectos que os diferenciam. Uma coisa é certa: ambas são posições contrárias ao capitalismo.
O comunismo teve sua origem no pensamento de Karl Marx, durante o auge da Revolução Industrial. Marx também é considerado uma das principais influências do socialismo, além de Robert Owen, Pierre Leroux, George Bernard Shaw, etc.
O socialismo é considerado um sistema mais flexível e menos extremo que o comunismo, com menos propensão a ser distorcido durante sua aplicação.
O comunismo, porém, é muito mais conhecido por sua aplicação e resistência histórica em nações como Rússia, China e Cuba.
Apesar de suas diferenças e do fato de não serem essencialmente as mesmas, hoje existem nações que podem apresentar sistemas políticos de ideias comunistas e aparatos econômicos de base socialista.
Principais diferenças entre comunismo e socialismo
Diferenças políticas
Embora se possa dizer que tanto o comunismo quanto o socialismo nascem da ideologia marxista, suas implicações políticas são diferentes.
Ambos defendem a redução ou eliminação das classes sociais, mas apenas o comunismo dá importância fundamental à intervenção e modificação das estruturas do Estado.
O comunismo se consolida quando o Estado põe em prática diretrizes que permitem a abolição da sociedade de classes e da propriedade privada, transferindo os recursos e meios de produção para a sociedade civil.
O socialismo, por outro lado, pode se manifestar e colocar em prática sem a necessidade de intervenção nas dependências e instituições do Estado.
O socialismo pode nascer dentro de um sistema capitalista e se tornar mais forte em diferentes níveis. O comunismo, por outro lado, visa purificar e erradicar qualquer vestígio do sistema capitalista em todos os seus níveis.
Diferenças econômicas
O socialismo é essencialmente um sistema de organização social sustentado pela economia, enquanto o comunismo tem maior influência nos aspectos políticos.
A principal diferença no aspecto econômico seria, no caso do socialismo, a existência de um governo centralizado que se apropria de todos os recursos e meios de produção e se encarrega de distribuí-los equitativamente na sociedade.
Dessa forma, os bens são distribuídos de acordo com as capacidades e ações da sociedade civil, pois o governo tem uma noção muito mais clara de distribuição.
Nesse caso, o comunismo se comporta de forma diferente, pois não propõe a existência de um governo que seja o governante dos bens da classe trabalhadora, e tendo em vista a inexistência da propriedade privada no cenário comunista, um propriedade coletiva dos meios de produção e distribuição de bens e recursos.
Uma sociedade comunista deve garantir uma grande quantidade de recursos e bens para satisfazer as necessidades da população, tornando o trabalho uma atividade agradável e responsável mais do que o necessário.
Diferenças de propriedade e ativos
O comunismo se destaca por abolir a propriedade privada e negar sua existência, considerando-a suplantada pela implementação da propriedade pública e dos bens comuns.
O controle sobre os bens e meios de produção seria realizado pela comunidade e nunca estaria sujeito a atender aos interesses individuais.
O socialismo, por outro lado, pode distinguir entre dois tipos de propriedade e bens. Reconhece as propriedades e bens pessoais, como tudo o que pertence ao indivíduo e que este obteve com o fruto do seu trabalho.
Quanto às propriedades e bens que afetam a produção e o sustento do sistema econômico, legalmente pertencem ao Estado, embora sejam controlados e administrados pela comunidade.
Diferenças de religião e crença
O comunismo rejeita a religião e qualquer tipo de crenças metafísicas. Qualquer estado comunista seria formalmente considerado um estado ateu.
No entanto, na prática, embora oficialmente o Estado não professe nenhuma religião, seus cidadãos podem ter alguma liberdade quanto à fé que desejam professar.
No socialismo é mais comum haver liberdade de cultos e crenças. Embora por sua natureza social e econômica, há estudos que afirmam que o sistema socialista promove o secularismo, ou seja, uma visão de mundo baseada na vida e nas percepções do presente, sem se dedicar a um ser superior e imaterial.
Diferenças de livre arbítrio e vida social
Embora o comunismo defina que seu sistema promove a participação coletiva nas decisões do Estado, por meio da manifestação do voto popular, na prática o contrário se tem demonstrado, condensando todo o poder em um pequeno grupo considerado representativo do proletariado que condiciona o fazer coletivo. tomada de decisões por meio de propaganda, submissão e repressão.
O socialismo apresenta uma estrutura com maior poder de decisão individual, respeitando certos aspectos sociais no plano civil.
Entretanto, quando se trata de decisões sobre os meios e sistemas de produção, o Estado e seu governo conformado têm todo o poder de decisão. O sufrágio popular se limita a outros aspectos.
Diferenças ideológicas
Devido às suas origens teóricas, ambas as correntes nascem impregnadas de uma ideologia dominante. No caso do comunismo, expressa uma rejeição total do sistema capitalista, e seu desaparecimento por imposição comunista é definido como um objetivo.
Os instrumentos ideológicos do comunismo: desaparecimento das classes sociais, obtenção da igualdade entre os indivíduos; apropriação coletiva por meio da intervenção do Estado e distribuição equitativa de todos os bens; trabalho como a principal responsabilidade dos cidadãos para com o sistema político e econômico.
O socialismo defende a necessidade e a importância do indivíduo ter acesso a todos os recursos, bens e serviços básicos para sua realização e sustento como cidadão na sociedade; As grandes indústrias produtivas são o resultado do trabalho entre o Estado e os cidadãos, garantindo que os recursos e benefícios produzidos beneficiem a sociedade participativa.
Referências
- Blackburn, R. (1994). Depois da queda: o fracasso do comunismo e o futuro do socialismo. México, DF: UNAM.
- Durkheim, E. (1987). Socialismo. Edições Akal.
- Heredia, FM (1989). Che, socialismo e comunismo. Havana: Casa das Américas.
- Katz, C. (2004). Comunismo, socialismo e transição, objetivos e fundamentos. Cuba: rebeliões.
- Onfray, M. (2005). Antimanual de filosofia. Madrid: EDAF.