A capitulação de Toledo é o poder concedido por Decreto Real ao conquistador espanhol Francisco Pizarro para ser o governador de Nueva Castilla, no continente americano.
Pizarro havia participado de sua descoberta e exploração nos cinco anos anteriores. Nessa companhia estava acompanhado por Diego de Almagro.
O terreno a que aludiu esta capitulação fazia parte do que hoje é o Peru. Especificamente, foram cerca de 200 léguas que saíram da cidade costeira de Tempulla, hoje no Equador, e Chinda.
Por meio desse decreto, a Coroa de Castela oficializou e consolidou seu poder naquela região da América.
Características principais
Depois dos anos que Pizarro e Almagro passaram nas terras do que viria a ser Nueva Castilla, o conquistador da Extremadura partiu para a Espanha para solicitar o cargo de governador.
Sua primeira reivindicação foi dividir o cargo com o parceiro, o que acabou não acontecendo.
Infelizmente para ele, o conquistador foi preso assim que pôs os pés na Espanha por conta de dívidas que havia deixado antes de partir.
Teve de esperar até ficar livre para ir ao rei Carlos I. Trouxe de presente inúmeras peças de prata e ouro, além de cerâmicas e tecidos.
A negociação
Embora se diga que o monarca ficou muito impressionado com os presentes trazidos da América, Pizarro não conseguiu negociar diretamente com ele.
A marcha de Carlos I à Itália obrigou a que o assunto fosse confiado ao chamado Conselho das Índias.
À frente desse conselho estava o conde de Osorno. A princípio, conforme observado anteriormente, o pedido era que ele nomeasse dois governadores.
Porém, o antecedente do que aconteceu anos antes no Santa Marta, onde dois conquistadores dividiram a posição e terminaram em desacordo, fez com que apenas Pizarro obtivesse a homenagem.
O Decreto Real
Após o término das negociações, o acordo foi assinado. Por parte da Coroa de Castela, a signatária foi a Rainha Isabel, enquanto o explorador analfabeto extremadura teve que assinalar com um simples “V”.
O primeiro ponto deste acordo resume de forma geral o que foi acordado pelas duas partes. O original dizia o seguinte:
“Em primeiro lugar, dou-lhe licença e poder, o dito Capitão Francisco Piçarro, para que por nós, em nosso nome e da Real Coroa de Castela, possa continuar a dita descoberta, conquista e povoamento da dita província do Peru, duzentos léguas de terra ao longo da mesma costa.
As ditas mil e duzentas léguas partem da cidade chamada Teninpulla na língua indígena, e depois você a chamou de Santiago, é hora de chegar à cidade de Chincha, que pode ver as ditas mil e duzentas léguas de costa um pouco mais ou menos. "
Os cargos atribuídos a Pizarro eram três diferentes: governador, oficial de justiça e adiantamento, todos vitalícios.
Da mesma forma, ele recebeu a capacidade de confiar aos índios. A isso deve ser adicionado um salário anual que foi subtraído dos aluguéis da terra.
Outros compromissos
Além dos correspondentes a Pizarro, a mesma capitulação estabeleceu outras nomeações.
A mais importante é a do parceiro do Extremadurense, Diego de Almagro. Este era o governador da fortaleza de Tumbes. Além disso, recebeu o título de fidalgo e uma renda vitalícia.
Da mesma forma, ficou estabelecido que os habitantes da área descoberta estariam isentos do pagamento do dízimo pelo que fosse obtido nas minas de ouro por cinco anos.
Referências
- Cervantes Virtual. Miscelânea de textos curtos relacionados com a época do imperador. Recuperado de cervantesvirtual.com
- História do Peru. Capitulação de Toledo. Obtido em historiaperuana.pe
- Titu Cusi Yupanqui, Catherine J. Julien. História da chegada dos espanhóis ao Peru. Recuperado de books.google.es
- Homem gabai, Rafael. Francisco Pizarro e seus irmãos: a ilusão de poder. Recuperado de books.google.es
- Rotas do Peru. A Conquista do Peru. Obtido em peruroutes.com