- Tipos de conflitos
- Conflito verdadeiro
- Conflito contingente
- Conflito deslocado
- Conflito mal atribuído
- Conflito latente
- Conflitos falsos
- Tipos de conflitos no contexto familiar
- - Conflitos no casal
- Má comunicação
- Perda de liberdade
- Querendo mudar o outro
- - Conflitos entre pais e filhos
- Conflitos em
- Conflitos no
- Conflitos com
- - Conflitos entre irmãos
- - Conflitos com idosos
- Dicas para resolver conflitos
- 1- escuta ativa
- 2- Cuide da maneira como você fala e se expressa
- 4- Mostre afeto
- 5 - Buscar colaboração
- 6- Procure o lado positivo das coisas
- 7- Encontre o momento e a situação certos para falar sobre o problema
- Recursos para resolver conflitos
- Terapia familiar
- A conciliação
- Mediação
- Arbitragem
- Intervenção judicial
- Referências
Os conflitos familiares são muito comuns e possuem características particulares, sendo que se trata de situações com uma alta emocional. Por outro lado, a relação entre as partes é mantida por um longo período de tempo.
Problemas familiares são situações em que duas ou mais partes são percebidas ou expressas como incompatíveis. Eles podem surgir em diferentes áreas do nosso dia a dia de forma regular e, se forem tratados da forma correta, podem se tornar positivos para alcançar mudanças e novas formas de relacionamento.
Geram também um alto grau de desconforto, pois a pessoa não só se sente afetada por sua dor, mas também pelos danos que a outra pessoa pode sentir, pelos quais sente profundo apreço.
Tipos de conflitos
Em 1973, Deutsh fez uma classificação dos conflitos com base em suas qualidades:
Conflito verdadeiro
Fonte:
É aquele que existe objetivamente e, portanto, as partes o percebem como tal. Ela se manifesta abertamente e é evidente.
Conflito contingente
Fonte:
É aquele que ocorre em uma situação de fácil solução, mas não é percebido dessa forma pelas partes. O confronto é gerado por um motivo que pode ser facilmente resolvido. Este tipo de conflito é muito comum em disputas com e entre adolescentes.
Conflito deslocado
Fonte:
As partes opostas expressam seu desconforto sobre um evento ou situação que não é realmente a razão pela qual o desconforto é gerado. O que a pessoa argumenta como a causa do conflito não é realmente a causa principal que o produziu. Este tipo de conflito é comum surgir nos relacionamentos.
Conflito mal atribuído
Fonte:
É aquele que não confronta realmente as partes, mas existe um terceiro responsável por esta situação.
Conflito latente
Fonte:
É algo que deveria acontecer abertamente, mas não acontece. O conflito é percebido, mas não se manifesta, o que o impede de ser resolvido.
Conflitos falsos
Fonte:
São aquelas que ocorrem sem que haja uma base objetiva para que ocorram. Eles são gerados a partir de interpretações errôneas, mal-entendidos, atribuições falsas a outra pessoa, etc.
Tipos de conflitos no contexto familiar
Pelas relações que se estabelecem e pelas características dos membros que as constituem, existem diferentes tipos de conflitos no ambiente familiar:
- Conflitos no casal
Fonte:
São aqueles que surgem pelo fato de cada pessoa agir, pensar e sentir de forma diferente. É inevitável que surjam nos casais situações de conflito ou crise que, se resolvidas de forma correta, favorecem o crescimento pessoal e do próprio casal.
Muitos desses confrontos têm origem em mal-entendidos que surgem diariamente. Alguns dos elementos que causam esses mal-entendidos são:
Má comunicação
Regularmente, e especialmente quando estamos com raiva, usamos uma forma de nos expressarmos que pode não ser a mais apropriada. Nesses momentos, costumamos explicar nosso desconforto na forma de repreensões à outra pessoa.
Também utilizamos a reclamação, na maioria das vezes responsabilizando ou culpando a outra pessoa pelo que está acontecendo. Outra forma de nos expressarmos neste momento é generalizando, usando expressões como "você sempre faz a mesma coisa" ou "você nunca me escuta.
Estamos afirmando que, sem exceção, a outra pessoa se comporta dessa forma que nos incomoda, embora na maioria das vezes isso não seja real e cause desconforto na outra pessoa.
Além disso, muitas vezes utilizamos um estilo de comunicação agressivo e não adequado neste tipo de conflito, pois longe de ajudar a resolver o problema, agrava-o e contribui para deteriorar o relacionamento. Este estilo agressivo é caracterizado pelo uso de insultos, ameaças ou desrespeito.
Perda de liberdade
Quando um ou ambos os membros têm a sensação de perda de liberdade por causa do relacionamento.
Querendo mudar o outro
Tentativas de mudar o outro em sua maneira de ser, pensar ou mesmo seus gostos. Esta situação gera muitas vezes conflitos em casais que insistem em impor ao outro um modo de ser ou de pensar que é considerado adequado.
É importante aceitar que o outro é único e irrepetível, por isso tem gostos ou formas de pensar próprias.
Incapacidade de solucionar problemas
É sobre a falta de treinamento e habilidades de resolução de problemas; ou seja, ausência de habilidades de resolução de problemas, assertividade e outros.
- Conflitos entre pais e filhos
Fonte:
Esse tipo de conflito, por sua vez, pode ser dividido em outros mais específicos dependendo das etapas vitais.
Conflitos em
Esta fase é caracterizada fundamentalmente pelo desenvolvimento da pessoa em direção à sua autonomia. É sobre aprender a fazer as coisas por si mesmo, como você está aprendendo com seus pais ou outras pessoas importantes que estão ao seu redor.
É nesse processo rumo à autonomia da criança que costuma surgir o conflito, pois os pais não sabem como facilitar essa autonomia, pois a criança tem demandas que não coincidem com o que os pais consideram adequado, pois a criança está se movendo em uma direção que os pais não querem, etc.
Conflitos no
Esta fase, que se encontra entre os 12 e os 18 anos, é caracterizada pelas rápidas mudanças que a pessoa experimenta e por uma particular instabilidade emocional. Além disso, é nesse momento que são definidas as principais diretrizes de comportamento e valores que vão reger sua vida.
Normalmente, os objetivos dos adolescentes não estão de acordo com os de seus pais. Muitas vezes, esse estágio é aquele em que mais conflitos e dificuldades de relacionamento surgem e também em que as diferenças geracionais se tornam mais aparentes.
Conflitos com
Esse tipo de conflito geralmente surge das diferentes formas de decidir, organizar ou viver de duas pessoas que já são adultas e impõem seus direitos de pensar e agir da forma que cada uma considere mais adequada.
- Conflitos entre irmãos
Fonte:
Os confrontos entre irmãos são muito comuns e naturais. Costumam durar pouco e acabam resolvendo-os por conta própria, sem a necessidade de intervenção dos pais.
Isso é muito importante porque serve como uma ferramenta de ensino para resolver conflitos na vida adulta com outras pessoas sem a necessidade de intervenção de terceiros.
- Conflitos com idosos
Fonte:
Esta fase pode ser especialmente conflituosa na esfera familiar, porque a pessoa que entra na terceira idade experimenta uma série de mudanças muito significativas. No nível biológico, embora o indivíduo esteja bem, alguns aspectos se deterioram, o corpo envelhece, ficam mais lentos nos movimentos, perdem a visão e / ou a audição, perdem a memória, têm menos força, etc.
E no nível social, uma série de eventos críticos aparecem, como aposentadoria, nascimento de netos, perda de entes queridos como cônjuge ou irmãos, etc.
Todos esses eventos podem ser vividos de forma muito dramática se a pessoa não os encarar com a atitude certa e contribuir para o surgimento de conflitos com outros membros da família.
Dicas para resolver conflitos
O principal é entender o conflito como uma oportunidade de crescer, de encontrar novas formas e planos de comunicação.
É aconselhável saber resolver os problemas que surgem no ambiente familiar, sem ter que procurar ajuda de terceiros, pois isso nos ensinará estratégias para resolver problemas em outras áreas e evitará que o relacionamento se deteriore.
Algumas das estratégias que podemos implementar para resolver os problemas são:
1- escuta ativa
Este tipo de escuta é o que fazemos quando estamos atentos ao que a outra pessoa quer nos transmitir e também a outra pessoa sabe que a estamos compreendendo. Com esta estratégia, muitos mal-entendidos podem ser evitados se, antes de responder, nos certificarmos de que entendemos o que a outra pessoa quer nos dizer ou nos expressar.
2- Cuide da maneira como você fala e se expressa
Tão importante é que expressemos o que nos causa desconforto, como a outra pessoa faz. É muito comum que nas discussões em família falem uns dos outros.
Com isso, priorizamos o que queremos dizer, em vez de ouvir o que os outros querem nos transmitir, mas ambos são necessários.
4- Mostre afeto
Embora estejamos em conflito com membros da família, eles ainda são pessoas que amamos e valorizamos e é importante que saibam disso. Em muitas ocasiões, expressar afeto reduz a tensão causada pelo conflito.
5 - Buscar colaboração
Diante de um conflito, o comum é procurar quem ganha e quem perde na disputa. Mas o apropriado é encontrar um ponto comum e trabalhar para resolvê-lo juntos. Desta forma todos os membros obtêm uma solução satisfatória, as soluções são procuradas tendo as necessidades e interesses de todos os membros em mente.
6- Procure o lado positivo das coisas
Normalmente quando nos deparamos com um conflito, vemos apenas o negativo da situação e até mesmo o negativo que a outra pessoa faz ou diz, em muitos casos chegando a imaginar ou adivinhar o que o outro pensa, entrando em um ciclo de negatividade que só nos ajuda a nos sentirmos parados piorar e tornar o negócio mais difícil.
Em vez de nos concentrarmos nesses aspectos negativos, podemos aproveitar os aspectos positivos do conflito, vê-lo como uma oportunidade de falar, de conhecer o ponto de vista do outro, de nos conhecermos melhor. Não se trata de negar o conflito, mas de usá-lo para seguir em frente, tirar o máximo proveito da situação.
7- Encontre o momento e a situação certos para falar sobre o problema
Em muitas ocasiões, é altamente recomendável adiar uma discussão. Isso não significa evitá-lo ou deixá-lo no esquecimento, mas sim buscar um momento em que a carga emocional seja menor e nos sintamos mais calmos para controlar as emoções negativas que surgem nesses momentos anteriores ao conflito.
Isso nos permitirá expressar de forma mais adequada o que queremos transmitir e ouvir o outro de forma mais receptiva. Também pode ser conveniente encontrar um lugar onde as duas pessoas se sintam confortáveis para poder conversar.
Recursos para resolver conflitos
Quando o conflito vai um passo adiante e as partes envolvidas precisam da ação de um terceiro para resolvê-los, eles podem ser gerenciados por meio de diferentes recursos:
Terapia familiar
O objetivo é ajudar as famílias a encontrar uma forma de colaborar e lidar com os conflitos familiares. Eles também aprenderão estratégias e habilidades adequadas para a resolução de problemas.
A conciliação
Processo pelo qual as partes, perante um terceiro que não propõe nem decide, contrastam suas reivindicações tentando chegar a um acordo.
Mediação
É uma instituição legal, um terceiro neutro que busca a comunicação entre as partes para chegar a um acordo satisfatório para ambas.
Arbitragem
É uma instituição destinada a resolver conflitos entre sujeitos de uma relação jurídica, que consiste na nomeação de um terceiro cuja decisão é imposta em virtude do compromisso assumido pelas partes.
Intervenção judicial
É um processo que visa atuar nos casos de conflitos jurídicos por meio de resolução final obrigatória, emitida por órgãos do Estado.
Referências
- Deutsch, M. (1973). A resolução do conflito: processos construtivos e destrutivos. New Haven, CT: Yale University Press.
- Deutsch, M (1983). Resolução de conflitos: teoria e prática, Psicologia Política 4.
- Nauret, R. Family Problems Harm Young Children. University of Rochester.
- Pavlina, S. (2006). Compreendendo os problemas de relacionamento familiar.
- Burton, J. (1990). Conflito: Resolução e prevenção. Nova york. St. Martin's Press.
- Levinson, D. (1989). Violência familiar na perspectiva transcultural. Newbury Park, CA: Sage.
- McCubbin, H., Figley, C. (1983). Stress and the family: vol 1. Lidando com as transições normativas. Nova York: Bruner / Mazel.