- História
- Características da cultura baiana
- Estético
- Hierarquia
- Cultura
- Gastronomia
- Casa
- Navegação
- Ornamentos, ferramentas e artesanato
- Referências
A cultura baiana foi uma civilização que se distribuiu pelos territórios costeiros e florestais do leste do que hoje corresponde ao Equador. Estima-se que habitaram essas regiões entre 600 AC e 600 DC, dividindo-se em duas etapas históricas: Baía I e Baía II, cada uma com 500 anos de duração.
Foi uma das civilizações indígenas equatorianas mais importantes da região costeira. Estabeleceram-se na região correspondente à Bahia de Caráquez, e durante sua existência sempre se estenderam para o sul ao longo da costa, penetrando e se adaptando também aos ecossistemas florestais, mas nunca mesmo sendo considerados uma civilização das montanhas equatorianas.
Esculturas da cultura baiana
O território ocupado pela cultura baiana fica entre a Bahía de Caráquez e a Isla de Plata. Apesar de sua longa existência - e de sua contemporaneidade com outras civilizações indígenas - poucos vestígios da cultura baiana foram resgatados para reconstruir os mecanismos internos e o cotidiano dessa civilização.
História
No início do século XX, realizaram-se as primeiras expedições arqueológicas que revelaram a possibilidade de uma civilização pré-hispânica, até então desconhecida, nas proximidades da Ilha da Prata.
A descoberta definitiva da cultura baiana é atribuída ao arqueólogo e historiador guayaquil Francisco Huerta, em meados da década de 1940.
Outros foram arqueólogos que deram continuidade à investigação da cultura baiana, como Emilio Estrada, que mergulhou nos aspectos cronológicos da existência baiana, dividindo-a em duas grandes etapas.
Características da cultura baiana
Estético
De acordo com os achados e pesquisas, a Bahia tem sido considerada uma cultura que dá grande importância à aparência e aos ornamentos como parte da imagem pessoal e de seus integrantes.
Foi revelado que os homens da baía perfuravam suas orelhas e partes do corpo, às vezes para enfeitá-los com acessórios preciosos ou rudimentares, dependendo de sua posição.
Hierarquia
Semelhante a alguns de seus contemporâneos do litoral e até do sertão, a cultura baiana não possuía organização nem hierarquia militar entre seus integrantes, e seu chefe tinha uma superioridade mais próxima dos religiosos do que dos militares.
A civilização da baía era regida pela prática da agricultura e pesca, como principais atividades econômicas e de subsistência.
Cultura
Os aborígines souberam aproveitar as qualidades do clima em que viviam para otimizar a domesticação de suas lavouras e os resultados das explorações, bem como oferecer uma maior quantidade de produtos às culturas vizinhas que não apresentavam as mesmas vantagens climáticas.
Figura da baía. Museu Metropolitano de Arte / CC0
Gastronomia
Apesar da proximidade com o mar, pesquisas mostram que o milho era o principal componente da dieta baiana, deixando os produtos da pesca em segundo lugar e os da caça terrestre ainda mais longe.
Casa
As moradias da baía foram construídas no interior, mais perto da floresta do que do mar, embora não totalmente distantes da praia, para garantir a sua integridade ao longo do tempo.
Eram feitos principalmente de madeira e cobertos com cana e folhas, e devido à solidez do solo, foram construídos ao nível deste, em bases retangulares, ao contrário das civilizações que habitavam terrenos irregulares.
Navegação
A cultura baiana também é reconhecida por suas habilidades de navegação. Pelas condições naturais do meio ambiente, além de seu habitat principalmente costeiro, os aborígenes tiveram que desenvolver seus conhecimentos para aproveitar os benefícios que o mar lhes oferecia.
Mapa da costa equatoriana onde se instalou a Bahia. Jojagal / CC0
A navegação permitiu à cultura baiana o contato e a interação com comunidades inacessíveis diretamente do continente, como os assentamentos de La Tolita e Guangala, civilizações com domínios e ordens próprias cujo contato com a Bahia resultou em influências mútuas para o desenvolvimento comercial e cultural.
Estima-se que membros da civilização baiana construíram pequenos barcos que utilizavam para pesca, transporte e exploração.
Esses barcos tinham pequenas velas que lhes permitiam aproveitar as correntes e ventos a seu favor. Eles puderam percorrer os 50 quilômetros de distância que separam a Bahía de Caráquez da Isla de Plata.
De acordo com as evidências encontradas principalmente na Isla de Plata, os pesquisadores concluíram que esta era considerada uma zona de cerimônias e peregrinação, devido à quantidade de adornos e objetos cerimoniais encontrados.
Com isso deduziu-se que a cultura baiana manteve seus principais assentamentos no continente, embarcando para fins específicos.
Ornamentos, ferramentas e artesanato
Como outras civilizações pré-hispânicas andinas, a cultura baiana conseguiu deixar um legado de representações pictóricas por meio de gravuras em cerâmicas e outros objetos, que faziam parte dos assentamentos ou eram utilizados em cerimônias ou atividades de cunho cultural.
Figura de um nobre personagem da cultura. Dorieo / CC BY-SA (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0)
Essa cultura priorizou as representações de animais na maioria de seus bustos de cerâmica, com a presença de cobras e répteis em objetos ornamentais supostamente destinados a cerimônias.
É difícil determinar se esses animais eram parentes de divindades específicas, como aconteceu em outras culturas.
Já suas esculturas, também em cerâmica, exaltavam os adornos da cabeça, orelhas, nariz e peito nas figuras masculinas e femininas. Diz-se que os baianos trabalharam com moldes que lhes permitiam criar figuras em diferentes posições de maneira muito mais habilidosa.
As figuras humanas sempre tiveram detalhes relacionados à vestimenta cotidiana de muitos de seus membros, bem como alguns mais aprofundados no caso de figuras de maior importância religiosa ou hierárquica.
Essas figuras foram encontradas em tamanhos diferentes; alguns com até quase um metro de altura.
O sistema de criação e processamento de cerâmica não se limitava apenas à representação animal ou antropomórfica, mas incluía a produção de utensílios do cotidiano para a vida da cultura baiana e para o intercâmbio comercial com civilizações vizinhas.
Entre os principais materiais trabalhados pelos aborígenes baianos para o comércio e a produção de ferramentas estão pedra, osso e conchas; Para roupas e cobertores macios, como cobertores, eles faziam grande uso de algodão.
Referências
- Azevedo, PO (2009). O Centro Histórico da Bahia revisitado. Andaimes.
- Bosqued, MC, & Ramos, LJ (nd). FIGURAS DA CULTURA BAHÍA (EQUADOR) NO MUSEU DA AMÉRICA EM MADRID. Madrid.
- Enciclopédia do Equador. (sf). Cultura baiana. Obtido na Enciclopédia do Equador: encyclopediadelecuador.com.
- Museu Chileno de Arte Pré-colombiana. (sf). Baía. Obtido no Museo Chileno de Arte Precolombino: precolombino.cl.
- Zeidler, JA, & Pearsall, DM (1994). Arqueologia regional no norte de Manabí, Equador, Volume 1: Meio ambiente, cronologia cultural e subsistência pré-histórica no vale do rio Jama. Pittsburgh, Quito: University of Pittsburgh.