- História
- Influência da burguesia
- Declaração dos direitos do homem
- Caracteristicas
- Politicamente
- Em questões legais
- No social
- Na economia
- Estado liberal na Argentina
- Estado centralista
- Cena política
- Estado liberal no México
- Nova Constituição
- Estado liberal na colômbia
- Separação de poderes
- Referências
O Estado liberal é aquele sistema de natureza política e jurídica em que há o reconhecimento dos direitos individuais (liberdade de pensamento, direito de propriedade, entre outros), a separação de poderes, a liberdade de mercado e o cumprimento de um máximo lei ou, neste caso, uma Constituição.
O Estado liberal nasceu em meio à Revolução Francesa como reação ao regime absolutista, portanto também pode ser considerado o ponto de partida para o nascimento da Idade Contemporânea. Uma característica importante do estado liberal é que ele se concentra em delimitar o papel do estado como um órgão a serviço dos cidadãos.
A educação secular é uma característica do estado liberal
Nesse modelo, a intervenção do Estado não deve exceder o necessário e serve para representar uma nação. Essa característica difere, por exemplo, do absolutismo, sistema em que o rei se torna a personificação do estado.
História
Alguns autores indicam que o surgimento do que seriam as principais ideias do Estado liberal ocorreu durante a Revolução Francesa. No entanto, deve-se destacar que o desenvolvimento desse sistema político foi adaptado de acordo com as características e contextos de cada país ao longo do tempo.
Antes da Revolução Francesa, o Estado tinha um caráter monárquico e era chefiado pelo rei, que era a base jurídica e política. Atrás dele estavam a nobreza e o clero, as duas classes sociais que gozavam de reconhecimento e benefícios.
A contrapartida seria formada pelos camponeses, artesãos e servos, junto com uma classe social que ganhava cada vez mais terreno economicamente: a burguesia.
Influência da burguesia
Uma das necessidades da burguesia era a busca de direitos que permitissem seu pleno desenvolvimento. Portanto, tornou-se um dos motores que impulsionaram a revolta, para poder tirar certos privilégios da nobreza e, assim, transformá-los no que foram depois direitos constitucionais.
Conforme proposto por John Locke e Montesquieu, para a permanência e estabelecimento da burguesia como classe dominante, era necessário garantir a liberdade de indústria e comércio por meio da separação de poderes. Desta forma, o seguinte seria alcançado:
- A divisão dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário.
- O Estado tem um papel limitado e suas funções são demarcadas de acordo com os outros dois poderes que lhe servem de equilíbrio.
Declaração dos direitos do homem
A isso foi acrescentada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que era a espinha dorsal do Estado liberal. Com isso, reconhece-se que todas as pessoas são iguais perante a lei e que, além disso, o direito à propriedade e à liberdade deve ser assegurado.
A declaração enfatiza a importância da lei e da liberdade de propriedade privada. Este último é conceituado como um "direito sagrado e inviolável" que não pode ser privado por nenhuma pessoa ou entidade, a menos que seja necessário.
No final, o estado liberal traz consigo:
- Uma nova classe dominante: a burguesia.
- Um novo modo de produção: o capitalismo (em que o mercado livre é garantido).
- Uma nova ideologia: liberalismo.
Atualmente, considera-se que este sistema político ainda está em vigor, exceto para os períodos em que ocorreram as guerras mundiais.
Caracteristicas
Politicamente
- O Estado liberal não tem a ver com a forma de governo, mas sim com a dinâmica estabelecida entre os poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário).
- O sufrágio universal masculino é o exercício da democracia representativa.
- Existe uma distinção entre o Estado e a Igreja.
- As eleições são periódicas.
- Há alternância de poder.
Em questões legais
- O Estado rege-se pelo princípio da legalidade.
- Há garantia de direitos individuais e de propriedade.
- Há um reconhecimento de que todos os indivíduos são iguais perante a lei.
- Existe liberdade de expressão.
No social
- O Estado liberal enfatiza que cada cidadão tem a possibilidade de se desenvolver na sociedade de acordo com as conquistas que obtiver.
- Não há privilégios especiais para quem pertence a certas castas ou linhagens.
Na economia
- Respeito pelo direito à propriedade privada (móvel ou imóvel).
- Estabelecimento do mercado livre (livre exercício da oferta e da procura).
- Predominância da privatização de indústrias para permitir uma intervenção mínima do Estado.
Estado liberal na Argentina
As mudanças que ocorreram na Argentina e que a conduziram ao Estado liberal, começaram em meados dos anos s. XIX, graças a uma série de revoltas que surgiram como reação ao Estado colonialista.
Estado centralista
A partir daí, foi construído um estado centralista que serviu para unir os territórios e interesses do país, a fim de alcançar a estabilidade política, social e econômica. Este último, em particular, influenciou o desenvolvimento posterior porque permitiu a chegada de investimentos estrangeiros e a entrada no mercado internacional.
Diante disso, no final do século, uma série de mudanças de cunho liberal foram realizadas, como a promulgação do ensino gratuito, obrigatório e laico, a integração dos filhos de estrangeiros e o respeito à diversidade de crenças.
Outra medida importante foi a fundação do registro civil, que ficaria responsável pelo registro de nascimentos, óbitos e casamentos, responsabilidades que só cabiam à Igreja.
Cena política
A arena política foi sujeita a grandes mudanças. No início, havia ênfase nas classes privilegiadas. No início do s. XX esta situação gerou a necessidade de mobilizações populares em prol da igualdade de direitos.
Nesse ponto, o Estado passou de uma participação limitada para uma ampla. As oscilações continuaram em meados da década de 1960 e início da década de 1970, devido aos confrontos entre as ideologias comunista e capitalista que coexistiam no país.
As políticas econômicas adotadas nas décadas de 1980 e 1990 provocaram uma mudança no rumo do papel do Estado de limitar a intervenção por meio da privatização de certas organizações, da promoção de maior liberdade de mercado e da promoção da concorrência.
Estado liberal no México
A chegada do Estado liberal ao México deu-se no início do s. XIX, quando os ideais de independência da Europa começaram a permear. Graças a isso, foram construídas uma república e uma Constituição que serviria para unir o país.
No entanto, uma das características mais relevantes da política mexicana são as constantes mudanças que ocorreram. Em primeiro lugar, destacam a divisão e os conflitos territoriais, e as diferenças entre as classes sociais graças ao colonialismo.
A luta pelo poder concentrava-se basicamente entre duas tendências políticas: os conservadores, que queriam manter o mesmo sistema espanhol; e os liberais, que queriam a modernização do país.
No início do s. XX há sinais de modernização no que é interpretado como uma revolução econômica. No entanto, a desigualdade social e política persiste devido à falta de reconhecimento de direitos e igualdade perante a lei.
Nova Constituição
Em 1917 foi redigida uma nova Constituição que incluía os princípios contemplados na Declaração do Homem e do Cidadão, com o intuito de estabelecer um regime democrático no respeito pela liberdade do cidadão, a divisão de poderes e o Estado árbitro. Esta lei ainda está em vigor hoje.
Estado liberal na colômbia
A Colômbia foi influenciada pelos ideais do estado liberal da França e da Inglaterra. As correntes relacionadas aos direitos do homem mais a Revolução Industrial serviram de base para a ruptura com o esquema político e social espanhol.
No início, os grupos conservadores e a Igreja pensaram que o estabelecimento de um Estado liberal seria uma ameaça ao sistema econômico que, naquela época, só beneficiava as classes abastadas.
Apesar disso, não foi possível estabelecer o sistema devido à forte influência da Igreja e das guerras civis. Esse contexto político e social fez com que o país assumisse uma organização mais corporativista.
Separação de poderes
Isso permaneceu mais ou menos o mesmo até o início dos anos 1990 (século 20), quando foi estabelecida uma Constituição que ajudou a estabelecer a separação de poderes, restringiu a intervenção do Estado e uma economia de portas abertas.
No entanto, analistas indicam que, apesar de esse modelo ter proporcionado ao país uma oportunidade de crescimento, espera-se que o Estado tenha uma intervenção maior para proteger os interesses dos setores menos favorecidos.
Referências
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