- Biografia
- Primeiros anos
- Carreira como professora e pesquisadora
- Empregos no campo da psicologia
- Teoria da memória
- Conclusões e resultados
- Outras contribuições
- Trabalhos publicados
- Referências
Hermann Ebbinghaus (1850-1909) foi um psicólogo alemão conhecido por seu trabalho experimental na medição da memória humana e capacidade de aprendizagem. Além disso, publicou várias das obras mais importantes da psicologia da história e investigou outros campos, como a percepção da cor.
Um dos aspectos em que Hermann Ebbinghaus se destacou foi ser um dos primeiros cientistas a usar o método experimental para estudar um dos chamados "processos psicológicos superiores". Até a chegada desse pesquisador, os estudos nessa área eram realizados principalmente por meio da introspecção.
Müller, Marie
Para estudar a memória objetivamente, Ebbinghaus desenvolveu uma série de elementos de texto sem sentido, o mais famoso dos quais eram suas "sílabas sem sentido". Posteriormente, utilizando-se como sujeito experimental, verificou o funcionamento da memória e o efeito de elementos como repetição e tempo sobre ela.
Graças a seus experimentos, ele desenvolveu conceitos tão importantes para a psicologia da memória quanto a curva de esquecimento ou a curva de aprendizado. Ele publicou suas descobertas em obras que lhe deram grande prestígio, incluindo Memory: A Contribution to Experimental Psychology. Além disso, trabalhou como professor em alguns dos centros mais importantes de sua época, como a Universidade de Berlim.
Biografia
Primeiros anos
Hermann Ebbinghaus nasceu em 24 de janeiro de 1850, em uma pequena cidade alemã conhecida como Barmen, perto de Bonn. Lá ele passou os primeiros anos de sua vida, e em 1867, aos 17 anos, começou a frequentar as aulas na universidade local. Há muito poucas informações sobre sua infância, além de que ele estudou na escola pública local e foi criado na fé luterana.
Na Universidade de Bonn, seu plano era inicialmente estudar história e filologia. No entanto, ao longo dos anos que nela passou, interessou-se cada vez mais pela filosofia e pelos primeiros estudos sobre o funcionamento da mente humana que então se realizavam.
Em 1870, Ebbinghaus teve que interromper seus estudos para servir no exército durante a Guerra Franco-Prussiana. Depois disso, ele concluiu seu trabalho no livro Filosofia do Inconsciente de Eduard von Hartmann, e recebeu seu doutorado em 1873, quando tinha apenas 23 anos. Após este evento, passou a interagir com as universidades de Halle e Berlim, obtendo um cargo nesta última.
Carreira como professora e pesquisadora
Tendo assegurado seu posto de professor universitário em Berlim, Ebbinghaus se propôs a prosseguir estudos em psicologia usando métodos empíricos e quantitativos, como era feito em outras ciências naturais.
Até agora, os poucos estudos existentes nesta disciplina baseavam-se na introspecção e na experiência subjetiva de pesquisadores.
Assim, em Berlim, ele fundou um laboratório de psicologia na universidade, bem como uma publicação chamada Zeitschrift für Psychologie und Physiologie der Sinnesorgane.
Mais tarde, em 1894, ele garantiu um cargo na Universidade de Breslau e fundou outro laboratório de psicologia lá. Finalmente, em 1905 mudou-se para Halle, onde morreu quatro anos depois.
Empregos no campo da psicologia
Como a psicologia ainda era uma ciência muito jovem naquela época, Hermann Ebbinghaus teve que realizar todos os seus estudos praticamente sem orientação.
Apesar da influência de autores como Fechner (que combinou pontos de vista filosófico e científico) e Wundt, o fundador do primeiro laboratório de psicologia da história, sua abordagem foi bem diferente da desses dois pesquisadores.
Seus estudos no campo da psicologia baseavam-se principalmente no campo da memória, que ele conseguiu estudar de forma objetiva e empírica quando ninguém o havia feito antes.
Em 1885 publicou sua primeira obra, Memoria, na qual recolheu os resultados de todos os estudos que havia realizado nos anos anteriores e suas conclusões sobre o assunto.
No entanto, muitos de seus contemporâneos não viram o valor deste trabalho, já que naquela época se pensava que a psicologia nunca poderia ser estudada de um ponto de vista experimental e objetivo, e que tentar encontrar relações causais nos fenômenos da mente humano era uma perda de tempo.
Ebbinghaus, portanto, passou grande parte de seus últimos anos refutando essa ideia e defendendo sua posição de que fenômenos psicológicos fundamentais podem ser perfeitamente estudados objetivamente. Além disso, também conduziu estudos sobre outros temas afins, como a percepção (principalmente o relacionado às cores).
Pelo resto de sua vida, ele continuou a publicar artigos e a fundar revistas e laboratórios de psicologia. Em sua morte, entretanto, sua maior contribuição foi precisamente convencer a comunidade científica de que a psicologia poderia de fato ser estudada objetivamente.
Teoria da memória
A principal obsessão de Hermann Ebbinghaus era mostrar que os processos mentais superiores podiam ser estudados experimentalmente e que as relações causais podiam ser estabelecidas no domínio da psicologia, algo que os pesquisadores da época acreditavam ser impossível. Para conseguir isso, ele se concentrou principalmente no campo da memória.
Dentro desse reino, Ebbinghaus desenvolveu um método baseado em elementos conhecidos como "pseudopalavras" e "sílabas sem sentido". Estes são conjuntos de letras que podem ser facilmente memorizados, mas não têm um significado, portanto, qualquer aprendizado deles deve necessariamente ser baseado na memória pura.
Suas "sílabas sem sentido" foram construídas seguindo um padrão consoante - vogal - consoante, não sendo a primeira e a última letra iguais. Além disso, as sílabas que ele usou não poderiam ter um significado anterior. Assim, por exemplo, "CAL" não seria aceitável, mas "BAK" poderia ser usado.
Depois de remover todas aquelas sílabas sem sentido que tinham algum significado anterior, ele desenvolveu uma lista de aproximadamente 2300 diferentes.
A partir deles, desenvolveu seus estudos da seguinte forma: depois de fazer uma lista deles em um caderno, procurou memorizá-los lendo-os em voz alta ao ritmo de um metrônomo.
Conclusões e resultados
Uma das primeiras conclusões a que Ebbinghaus chegou foi que a mente humana atribui significados aos elementos que deseja memorizar, mesmo que não os tenha previamente. Ele também descobriu que algumas das sílabas eram mais fáceis de memorizar do que outras, dependendo se podiam ou não ser associadas a uma palavra já conhecida.
Por outro lado, usando este método, ele chegou a algumas conclusões importantes no campo da memória. Por exemplo, ele criou o conceito de "curva de esquecimento", que afirma que ao memorizar uma lista de itens, com o tempo eles vão sendo esquecidos gradualmente. Outra de suas ideias mais importantes é a curva de aprendizado, além de seus estudos sobre o efeito da repetição na memória.
Embora os trabalhos de Ebbinghaus não tenham sido particularmente exaustivos sobre o funcionamento da memória, sua principal contribuição foi que abriu as portas para usar o método experimental para investigar neste campo.
Praticamente todas as pesquisas realizadas nas décadas posteriores sobre esse assunto basearam-se em grande parte no dele.
Outras contribuições
Além de seu trabalho memorial, Ebbinghaus também era famoso por suas pesquisas em outras áreas da psicologia. Por exemplo, ele criou um dos primeiros testes da história para medir as habilidades de crianças em idade escolar, que mais tarde foi incorporado ao teste de inteligência de Binet-Simon.
Durante seu trabalho no campo da percepção, ele fez várias descobertas importantes. Por exemplo, ele encontrou a chamada "ilusão de Ebbinghaus", que tem a ver com a percepção de tamanhos relativos.
Hoje, isso é usado para conduzir pesquisas dentro da psicologia cognitiva, para entender como funciona a parte mental do sentido da visão. Ele também desenvolveu uma teoria sobre a visão de cores.
Além disso, Hermann Ebbinghaus também escreveu o que é considerado o primeiro relatório de pesquisa padrão. Em sua obra Memoria, ele seguiu um formato que se tornou um dos mais utilizados em psicologia: introdução, métodos, resultados e discussão. Essa é precisamente a estrutura que é usada hoje para apresentar estudos em psicologia.
No entanto, Ebbinghaus publicou um número muito pequeno de trabalhos sobre psicologia durante sua vida, e em nenhum momento ele promoveu uma escola particular de pensamento ou procurou discípulos para continuar seu trabalho.
Trabalhos publicados
Apesar da importância que Hermann Ebbinghaus teve para o desenvolvimento da psicologia como ciência, ele publicou muito poucos trabalhos e realizou um número relativamente pequeno de estudos. Algumas de suas obras mais importantes são as seguintes:
- Ebbinghaus, H. (1885). Memory: A Contribution to Experimental Psychology.
- Ebbinghaus, H. (1902). Fundamentos de psicologia.
- Ebbinghaus, H. (1908). Psychology: An Elementary Textbook.
Por outro lado, durante sua carreira fundou várias revistas de psicologia, algumas delas de considerável importância para a época. O mais importante foi Zeitschrift für Psychologie und Physiologie der Sinnesorgane, que se concentrava em pesquisas no campo da percepção visual.
Referências
- "Hermann Ebbinghaus" em: Britannica. Recuperado em: 27 de junho de 2019 em Britannica: britannica.com.
- "Hermann Ebbinghaus" em: Seu Dicionário. Obtido em: 27 de junho de 2019 em Seu dicionário: biografia.yourdictionary.com.
- "Hermann Ebbinghaus" em: Famous Psychologists. Obtido em: 27 de junho de 2019 de Famous Psychologists: famouspsychologists.org.
- "Hermann Ebbinghaus: biografia deste psicólogo e filósofo alemão" em: Psychology and Mind. Retirado em: 27 de junho de 2019 em Psychology and Mind: psicologiaymente.com.
- "Hermann Ebbinghaus" em: Wikipedia. Recuperado em: 27 de junho de 2019 da Wikipedia: en.wikipedia.org.