- Caracteristicas
- Taxonomia e espécies representativas
- - Taxonomia
- - Espécies representativas
- Pythium aphanidermatum
- Pythium debaryanum
- Pythium insidiosum
- Outras espécies
- Referências
Pythium é um gênero de oomicetos que contém muitas espécies fitopatogênicas de importância econômica na agricultura, pois causam a doença conhecida como podridão radicular em várias plantas. Algumas espécies são saprofíticas e uma delas afeta diferentes espécies de animais, inclusive o homem, causando a doença conhecida como pitiose.
As espécies deste gênero caracterizam-se, entre outras coisas, por apresentarem um micélio cenocítico, podendo se reproduzir tanto vegetativa (assexuadamente) quanto sexualmente, produzindo uma única oosfera por oogônio, apresentando um anterídio alongado e produzindo zoósporos flagelados.
Cultura de Pythium debaryanum. Tirado e editado de: Tashkoskip.
Atualmente o gênero é representado por mais de 120 espécies em todo o mundo. Espécies de plantas parasitas não apresentam especificidade para seu hospedeiro e são difíceis de erradicar, pois além de atacar várias espécies de plantas, são capazes de sobreviver como saprófitas na matéria vegetal em decomposição.
Caracteristicas
Todas as espécies do gênero Pythium possuem hifas cenocíticas, de aparência hialina, sem septos transversos. O esporângio pode ser globoso ou filamentoso. Uma característica desses oomicetos é que os zoósporos não se desenvolvem diretamente no esporângio, mas em uma vesícula que deriva do tubo de descarga do esporângio.
O oogônio pode ser liso ou ornamentado, e o anterídio pode ser paragíneo ou hipógeno. Um único oósporo é formado dentro do oogônio, que pode ocupar todo o seu interior (pletórico) ou pode permanecer um espaço entre as paredes do oogônio e do oósporo (apletorico).
Taxonomia e espécies representativas
- Taxonomia
A taxonomia dos oomicetos é complexa tanto no nível das categorias taxonômicas superiores quanto das inferiores. De acordo com a taxonomia tradicional, esses organismos eram considerados fungos, porém, recentemente passaram por vários rearranjos devido a estudos moleculares e bioquímicos.
De acordo com esses resultados, alguns autores os colocam no Reino Protista, enquanto outros os colocam, junto com as algas Chrysophyta e Phaeophyta, dentro do Reino Chromista, Subdivisão Pseudofungi. Por último, eles também foram localizados no Reino de Straminipila.
O gênero Pythium está localizado dentro da Ordem Pythiales, Classe Pythiaceae. Este gênero foi originalmente descrito por Pringsheim em 1858, que selecionou P. monospermum como espécie-tipo.
A ordenação interna do gênero também sofreu inúmeras mudanças, com a descrição de vários subgêneros, ou a inclusão ou exclusão de espécies. Atualmente, os taxonomistas consideram que existem dois grupos morfologicamente distinguíveis com base na forma do esporângio.
Por um lado, existem as espécies que apresentam esporângio filamentoso, enquanto no outro grupo o esporângio é globoso, o que sugere que novos estudos intragenéricos devem ser realizados para elucidar a relação filogenética entre os dois grupos.
- Espécies representativas
Pythium aphanidermatum
Uma espécie fitopatogênica inespecífica que freqüentemente aparece em plantações em estufas, é responsável pela doença conhecida como tombamento, podridão da raiz e do caule ou ferrugem dos frutos que afeta muitas famílias e gêneros de plantas.
A doença afeta principalmente as plantas em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Em mudas de tabaco, por exemplo, causa retardo de crescimento, folhas cloróticas ou parcialmente necróticas, bem como um sistema radicular diminuído, com raízes mais escuras e necróticas.
Também é responsável pela doença conhecida como queimadura de grama ou queimadura de algodão, que atinge os gramados de campos de golfe, estádios, parques e jardins. Esta doença é mais ativa nas estações mais quentes, com temperaturas noturnas acima de 20 ° C.
Pythium debaryanum
É o agente causador da doença conhecida como podridão mole da semente, que pode atacar a planta em qualquer fase do seu ciclo, mas é mais frequente na fase de semeadura, antes e depois da germinação. Provoca queda de mudas, bem como apodrecimento das sementes.
Nas sementes recém germinadas e nas plantas menores, causa a destruição total do hospedeiro, mas as plantas mais desenvolvidas podem sobreviver apresentando como sintoma da doença uma mudança na cor de algumas folhas, que ficam amarelas.
Pythium insidiosum
É um patógeno causador de pitiose, doença piogranulomatosa da pele caracterizada por ser difusa, com múltiplos focos, exsudativa e de evolução muito rápida. Como essa espécie carece de quitina e ergosterol na parede e membrana celular, ela não pode ser controlada por agentes antifúngicos que inibem sua produção.
Afeta várias espécies de vertebrados, incluindo cães, gatos, ovelhas, cavalos, gado, aves migratórias e até mesmo o homem. É considerada uma doença emergente.
Outras espécies
Referências
- AJ van der Plaats-Niterink (1981). Monografia do gênero Pythium. Estudos em Micologia.
- S. Uzuhashi, M. Tojo & M. Kakishima (2010). Filogenia do gênero Pythium e descrição de novos gêneros. Micociência.
- JA Cardona, M. Vargas & S. Perdomo (2012). Freqüência de apresentação de pitiose cutânea bovina (Pythium insidiosum) em três fazendas de gado em Córdoba, Colômbia. CES Journal of Veterinary Medicine and Zootechnics.
- Explorando o que é Pythium… Em FungiAlert. Recuperado de: fungialert.es
- Pythium. Na Wikipedia. Recuperado de: en.wikipedia.org
- CALevesque & AW de Cock (2004) Filogenia molecular e taxonomia do gênero Pythium. Pesquisa micológica.
- O que é Pythium? Departamento de fitopatologia e microbiologia ambiental. Recuperado de: plantpath.psu.edu.