O senhor da guerra é um fenômeno que está relacionado na América Latina com o declínio da autoridade colonial. O caudilho é um líder militar, figura distintiva de muitos países a partir do século XIX.
No México, foi a consequência de um colapso do governo central. Na Argentina e no Brasil surgiu na década de 1920.
O caudilhismo foi uma consequência das rachaduras no aparato estatal e do desenvolvimento de movimentos de massa com lideranças carismáticas.
No século 21, os caudilhos são caracterizados pelo controle dos recursos naturais e da mídia.
Origem da palavra caudillismo
A palavra caudillo vem do diminutivo latino caput que significa "cabeça"; isto é, "líder".
É a palavra que identifica na política o líder, o homem forte, o líder nas democracias incipientes e fracas.
Foram apresentados caudilhos de todos os tipos, com grandes diferenças ideológicas. Alguns exemplos de caudillos são Pancho Villa, Morazán, Santa Anna, Obregón e Díaz, Juan Manuel de Rosas, Perón e Trujillo e Stroessner.
Para ampliar o conceito, pode-se dizer que o caudilho exerce liderança a partir de suas condições de personalidade e carisma. Surge quando a sociedade permite confiança nas instituições.
Caudilhismo antigo
A base de seu poder estava no meio rural, onde ganhou força e depois foi para a capital.
Por exemplo, isso aconteceu com o colapso do governo de Porfirio Díaz no México, pelas mãos de caudilhos.
Também no México as lutas pela independência se seguiram, lideradas por chefes que desmontaram a estrutura colonial.
O caudilho típico era o pequeno agricultor ou comerciante agrícola transformado em general triunfante.
Além disso, sua qualidade essencial era o carisma que o fazia parecer providencial ou fora do comum.
Desta forma, consegue o domínio e o apoio do povo e de seus homens. O sustento do carisma é emocional, baseado na fé e na confiança; não é racional.
Ele sempre fez as pessoas acreditarem que ele foi chamado para uma missão mais elevada e divina na prática. Sem ele, tudo seria um caos.
Cada revolução tem um líder carismático. Mas quando o caudilho desaparece, seu carisma não é herdado, não há continuidade além de sua vida, que é o que sustenta o sistema.
Os caudilhos em muitas ocasiões tornaram-se ditadores. Seus milhares de seguidores deram-lhes acesso ao poder.
Caudilhismo pós-moderno
As novas pressões sociais e econômicas deram lugar aos caudilhos mais modernos. Provêm do corpo militar e baseiam-se no poder militar organizado para sua manutenção e permanência no poder.
No entanto, eles falam com o público constantemente e prometem resolver todos os problemas de uma vez por todas.
Além disso, falam com paixão e sem intermediários, atendendo aos interesses populares. Um exemplo é o argentino Juan Domingo Perón.
Eles permanecem no poder por muitos anos e governam de forma paternalista, acumulam riquezas e usam sua posição para o seu próprio enriquecimento. Por fim, a história mostra que sua partida é sempre forçada.
Referências
- P. Castro (2007) Caudilhismo na América Latina, ontem e hoje. 17/12/2017. Política e Cultura. scielo.org.mx
- KH Silvert, «Caudillismo», International Encyclopedia of Social Sciences (eiss) : Madrid, 1976, volume 2, p. 223.
- FJ Moreno, «Caudillismo: Uma interpretação de suas origens no Chile», in FJ Moreno e B. Mitriani (eds.), Conflict and Violence in Latin American Politics: New York, Crowell, 1971, pp. 38–39.
- Ian Roxborough, «A classe operária urbana e o movimento operário na América Latina desde 1930», in Leslie Bethell (ed.), História da América Latina: 12, política e sociedade desde 1930: Barcelona, Crítica, Grijalbo - Mondadori, 1997, p. 164
- John, Pilger "Novo inimigo da América", New Statesman: 14 de novembro de 2005, p. 14