- Educação inclusiva
- Principais barreiras à participação e aprendizagem
- 1- Barreiras metodológicas e práticas
- 2- Barreiras socioeconômicas
- 3- Barreiras de atitude
- 4- Barreiras de infraestrutura
- 5- Barreiras práticas
- 6- Barreiras de comunicação
- 7- Barreiras socioculturais
- Referências
As barreiras à aprendizagem e à participação são todos aqueles obstáculos e dificuldades que os alunos têm para aprender conceitos, se integrar na comunidade educacional e poder participar e interagir dentro e fora dela.
Essas barreiras podem ser de todos os tipos: sociais, culturais, materiais, de atitude, etc., e surgem das circunstâncias e dos problemas sociais e econômicos que afetam a vida dos indivíduos.
Portanto, estendem-se ao contexto escolar, apresentando problemas ou "deficiências" na interação entre alunos, com professores e instituições, chegando ainda mais longe, a contextos sociais.
Entende-se então que as barreiras à aprendizagem e à participação transcendem a esfera meramente educacional, portanto, afetam e afetam também professores, pessoal administrativo, família e Estado.
O conceito foi introduzido em 2002 por Tony Booth e Mel Ainscow, como objeto de estudo dentro da chamada educação inclusiva, que visa levar em conta as necessidades de aprendizagem dos mais vulneráveis.
Para superar essas barreiras, é necessária e imprescindível a avaliação do centro educacional e a construção de políticas inclusivas coerentes que facilitem os processos, proporcionem orçamento suficiente e acompanhamento das práticas, a fim de melhorar e eliminar constantemente esses obstáculos.
Educação inclusiva
Para compreender e aplicar o termo educação inclusiva, é necessário assimilar e admitir que cada indivíduo é particular e único. Além disso, leve em consideração o ambiente social e econômico (o contexto), que tem uma influência muito importante, portanto, este último deve ser levado em consideração na implementação das estratégias pedagógicas.
Por exemplo, uma escola em uma área de classe média em uma cidade não pode implementar as mesmas estratégias que uma escola rural cujos alunos são de um estrato social baixo e cujos pais provavelmente têm baixa escolaridade.
Em geral, os fatores contextuais devem ser considerados primeiro, mas então os fatores sociais, individuais e pessoais também devem ser avaliados para determinar os diferentes tipos de barreiras.
Principais barreiras à participação e aprendizagem
1- Barreiras metodológicas e práticas
Estão diretamente relacionados ao trabalho docente, são todos os ajustes, planejamento, execução, uso de recursos, estratégias, organização que o professor deve realizar para que todos os alunos aprendam considerando suas características e condições. Se o professor não o realiza, é uma barreira metodológica ou prática.
2- Barreiras socioeconômicas
Aqui entra em jogo o nível econômico, as deficiências materiais que o aluno pode ter. Por exemplo, não ter dinheiro para comprar material didático, para comprar o uniforme e até para comer bem.
Outros fatores socioeconômicos que podem estabelecer barreiras podem ser a distância entre a casa e o centro educacional, que envolve a dificuldade de locomoção, a necessidade de se levantar cedo ou demorar para retornar, o cansaço que isso implica, etc.
Leve também em consideração a dificuldade de desenvolver atividades fora da sala de aula: acesso a bibliotecas, acesso à Internet, possibilidade de reunião para fazer trabalhos de grupo, investigação de fontes diversas, etc.
3- Barreiras de atitude
Nessa área, pode-se incluir uma série de práticas perversas, amplamente difundidas nos últimos anos e que não discriminam níveis socioeconômicos ou geográficos.
Trata-se de rejeição, segregação e exclusão. Estamos falando do popular “bullying”, termo em inglês que se difundiu tanto quanto sua própria prática.
Em todas as comunidades escolares houve uma segregação natural em qualquer momento da história, realizada entre os próprios alunos e até devido a práticas equivocadas e preconceitos por parte dos professores.
Assim, a segregação por raça, por condição econômica, por aparência física, por diferentes tipos de personagens ou atitudes, ou por maiores ou menores qualidades intelectuais ou capacidade de aprender, foi vista em diferentes momentos.
Mas esse problema antigo tornou-se crônico, endêmico e cada vez mais cruel e difícil de erradicar.
4- Barreiras de infraestrutura
Os edifícios educacionais muitas vezes não apresentam as condições ideais para facilitar a aprendizagem e a inclusão.
Pode-se citar desde edifícios degradados, com pouca iluminação ou más condições de higiene, até a falta de condições necessárias para facilitar o acesso de alunos com deficiência ou necessidades especiais.
Pode-se mencionar também a escassez de materiais para pesquisa e experimentação e os problemas geográficos de acesso ao local (afastamento, vias de comunicação deficientes, meios de transporte deficientes, caros ou escassos, etc.).
5- Barreiras práticas
Essas barreiras e a responsabilidade de superá-las correspondem mais ao sistema educacional e é, talvez, onde a maior ênfase e estudo tenha sido colocado para combatê-las.
Diz respeito à concepção de programas curriculares versáteis, flexíveis e adaptáveis a cada comunidade escolar e até a cada indivíduo em particular; práticas metodológicas que potencializam as capacidades dos alunos, modernização dos currículos escolares, mudanças administrativas e de avaliação, etc.
6- Barreiras de comunicação
Dentre essas barreiras podemos citar a qualidade da comunicação entre alunos e professores: falar em linguagem compreensível, ser assertivo, motivador e empático com o aluno.
Também tem a ver com a quantidade de comunicação: ter tempo para todos e dar a todos o que precisam, já que não é igual para todos. Adapte o conteúdo a cada caso, avance no ritmo adequado, etc.
Também estão relacionados às necessidades dos alunos, desde a comunicação em língua indígena se for a que o aluno fala, saber a língua de sinais mexicana se o aluno for surdo, saber e comunicar em Braille se o aluno for cego, saber fazer e implementar Placas de Comunicação caso o aluno tenha uma condição que o impeça de se comunicar oralmente ou por meio de linguagem de sinais…
7- Barreiras socioculturais
É sabido que a educação vai além dos muros da sala de aula e deve ser um trabalho interdisciplinar entre a escola, a família e o Estado.
Nesse caso, as barreiras aparecem de várias formas, como a dificuldade da família em participar e ajudar o aluno na aprendizagem, por falta de tempo, desgaste nas relações familiares ou falta de motivação. Também pode haver barreiras linguísticas (estrangeiros, indígenas, etc.).
Por outro lado, as poucas ou em alguns casos as políticas de Estado inexistentes também poderiam ser incluídas para facilitar a aprendizagem, aproximar pólos e preencher lacunas sociais e culturais na sociedade.
Referências
- Miguel López Melero. Barreiras que impedem a escola inclusiva. Algumas estratégias para construir uma escola sem exclusões. Recuperado de ciequilmes.com.
- Bertha Esperanza Monroy Martin (2015). Projeto de aprendizagem universal. Recuperado de tecnoayudas.com.
- Juana Méndez Pineda e Fernando Mendoza Saucedo. Eliminar barreiras à inclusão e participação na UASLP. Apresentação no XI Congresso Nacional de Pesquisa Educacional. México. Recuperado de comie.org.mx.
- Educação inclusiva. Recuperado de es.wikipedia.org.
- Educação inclusiva. Igualdade em diversidade. Recuperado de ite.educacion.es.
- Contextualize para transformar a educação. Recuperado de contextualizarparaintervenir.blogspot.com.ar.
- Glossário de Educação Especial. Recuperado de esducacionespecial.sep.gob.mx.