- Fases do ciclo da ureia
- Primeira fase
- Segundo estágio
- Terceira fase
- Quarta fase
- Quinta fase
- Importância do ciclo da ureia
- Distúrbios no ciclo da ureia
- Tratamento
- Referências
O ciclo da ureia é um procedimento no qual o corpo converte a amônia em ureia e a remove do corpo através da urina.
O amônio é um composto produto do metabolismo do nitrogênio, que é liberado pelos aminoácidos a partir da degradação das proteínas. O amônio é bastante tóxico e o corpo possui um mecanismo natural para removê-lo do sistema.
O ciclo da ureia também é chamado de ciclo de Krebs-Henseleit, em homenagem ao bioquímico alemão Hans Adolf Krebs, que descobriu e caracterizou as fases e peculiaridades desse ciclo junto com o bioquímico Kurt Henseleit, também alemão, que foi seu colaborador. Esta descoberta foi feita em 1932.
Todas as coisas vivas precisam se livrar do excesso de nitrogênio de seus corpos. No entanto, nem todos excretam da mesma forma. Os seres aquáticos descartam esse composto na forma de amônio; por isso são chamados de organismos ammonoteliais.
Os répteis e a maioria das aves liberam nitrogênio do corpo na forma de ácido úrico; dada essa característica, são classificados entre os organismos uricotélicos.
No caso dos vertebrados terrestres, a maioria deles descarta o excesso de nitrogênio na forma de uréia, razão pela qual são chamados de ureotélicos.
Se a amônia não for removida durante o ciclo da ureia, ela pode se acumular no sangue, criando uma síndrome chamada hiperamonemia, que pode levar a consequências fatais.
Por isso, é muito importante que haja um ciclo da uréia fluida, para evitar reações tóxicas no organismo.
Fases do ciclo da ureia
O ciclo da ureia ocorre no fígado. É composto por cinco processos diferentes e diferentes enzimas participam desses procedimentos que realizam as conversões necessárias.
Por meio dessas conversões, o amônio gerado no corpo como consequência do metabolismo do nitrogênio no corpo é expelido.
As características de cada uma das cinco fases do ciclo da ureia serão detalhadas a seguir:
Primeira fase
O processo começa na mitocôndria, um órgão celular cuja função é produzir energia durante o processo de respiração celular.
Um primeiro grupo amino é produzido na mitocôndria e é derivado da amônia. As mitocôndrias contêm bicarbonato, que é gerado como resultado da respiração celular.
O referido bicarbonato se liga à amônia e, por meio da participação da enzima carbamoil-fosfato-sintetase I, que gera carbamoil-fosfato.
Segundo estágio
Nessa fase surge outro composto: um aminoácido denominado ornitina, cuja principal função é atuar na desintoxicação do corpo.
O carbamoil-fosfato entregará o carbamoil para a ornitina e, a partir dessa fusão, será gerada a citrulina, outro aminoácido que tem a função de promover a vasodilatação, entre outras tarefas. Nesse caso particular, a citrulina será um intermediário no ciclo da ureia.
A formação da citrulina é realizada por meio da participação de uma enzima denominada ornitina transcarbamilase que, além de gerar citrulina, também libera fosfato.
A citrulina liberada nesta segunda fase segue para o citoplasma da célula.
Terceira fase
Além da amônia, surge na mitocôndria um segundo grupo amino derivado do aspartato, aminoácido que possui múltiplas funções, entre as quais se destaca o transporte de nitrogênio.
O aspartato se liga à citrulina e o argininosuccinato é gerado.
Quarta fase
Na quarta fase, o argininosuccinato reage pela ação da enzima argininossuccinato liase, que gera dois compostos: a arginina livre, que, entre outras funções, é responsável pela redução da pressão arterial; e fumarato, também chamado de ácido fumárico.
Quinta fase
Na última fase do ciclo da ureia, a arginina reage à ação da enzima arginase, o que resulta no aparecimento de ureia e ornitina.
Ornitina pode voltar para a mitocôndria, para iniciar o ciclo desde a primeira fase, e a uréia está pronta para ser expelida do corpo.
Importância do ciclo da ureia
Como já visto, a amônia é convertida em uréia por meio do ciclo explicado acima. A amônia é altamente tóxica para o corpo, por isso precisa ser expelida do corpo.
Graças à ação de enzimas no ciclo da ureia, o organismo consegue se desfazer da amônia e evitar as dificuldades, em muitos casos fatais, que estão ligadas ao acúmulo desse elemento altamente tóxico para o organismo.
Distúrbios no ciclo da ureia
Pode acontecer que as enzimas que degradam o amônio não funcionem corretamente. Se isso acontecer, o corpo tem dificuldade em se livrar da amônia e acaba acumulando-a tanto no sangue quanto no cérebro.
Esse fenômeno é conhecido como hiperamonemia e se refere a altos níveis de amônia no corpo.
As falhas na síntese de algumas enzimas são hereditárias, por isso podem gerar distúrbios congênitos no campo metabólico. É possível que uma criança nasça com distúrbios do ciclo da ureia como resultado de informações genéticas enganosas.
Se isso acontecer, a criança terá dificuldade em se livrar da amônia, ela se acumulará e poderá ficar intoxicada com ela.
Os sintomas que apresentará podem ser ligeiros, como vómitos ou recusa de alimentos, mas também podem ser mais graves, gerando até coma.
Tratamento
Para evitar cenários fatais em crianças com distúrbios do ciclo da ureia, é necessário identificar a situação o mais cedo possível e evitar o envenenamento por amônia escolhendo cuidadosamente a dieta que será mais conveniente para eles.
Nessa dieta, as proteínas naturais devem ser restritas, pois quando a criança as ingere, são liberados seus próprios aminoácidos, que vão liberar amônia e não podem ser sintetizados naturalmente pelo organismo, gerando hiperamonemia.
Pessoas com síndromes do ciclo da ureia podem levar vidas razoavelmente normais, apenas com restrições alimentares.
Referências
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