- Caracteristicas
- Peças
- Tipos Corolla
- Corolla diapetalas
- Corollas gamopétalas
- Recursos
- Polinização
- Referências
A corola (do latim corola, pequena coroa) é um órgão floral acessório composto por folhas modificadas - e na maioria dos casos coloridas - chamadas pétalas. Junto com o cálice, forma uma estrutura chamada perianto ou envelope floral, que desempenha funções protetoras para os órgãos essenciais da flor: o androceu e o gineceu.
Também está relacionado à atração visual de animais polinizadores, como invertebrados e pássaros, graças às cores vivas e aos padrões exibidos pelas pétalas.
Fonte: pixabay.com
Tanto o número de pétalas quanto o tamanho e a forma da cor variam amplamente nas flores e, em algumas espécies, está ausente. A forma que a cor assume tem valor taxonômico e é um elemento importante na classificação das plantas com flores.
Caracteristicas
A corola é um órgão estéril que protege as estruturas externas da flor e é formada pelo conjunto de pétalas. O número de pétalas que compõem a corola é modificado dependendo da espécie da planta.
Todas as pétalas podem ser fundidas em uma única peça recortada na borda superior. Também pode acontecer que as pétalas e sépalas não sejam totalmente diferenciadas e sejam chamadas de tépalas.
Em resposta adaptativa às diversas condições ecológicas das flores, as corolas apresentam um número extremamente variável de formas, tamanhos e coloração. Da mesma forma, a corola pode estar ausente, um fenômeno comum em flores que não são polinizadas por animais.
Peças
A corola é composta pelas pétalas, que se dispõem em espirais (círculos) ou formando uma espiral que envolve e protege os carpelos e estames.
Em cada pétala podem ser distinguidas duas partes: a porção que a une ao toro, conhecida como unha, e a lâmina ou porção expandida que termina em um ápice. É possível que em certas espécies a corola se pareça com o cálice, ou vice-versa.
Se a flor tem cálice e corola claramente diferenciados. o perianto é heteroclamida e diclamida. Este último termo se refere aos dois verticilos presentes na flor. Os termos opostos são homoclamida (um único perigônio) e monoclamida (um único verticilo).
Tipos Corolla
A corola é um elemento floral relevante na identificação taxonômica de espécies de plantas com flores. De um modo geral, podem ser distinguidos dois grandes grupos: as corolas diapétalas e as corolas gamopetais.
Ao primeiro grupo pertencem os actimórficos (cruciformes, clavelas e rosáceas) e os zigomórficos (papilionados, esporos e cesalpináceos). O segundo grupo é composto de actinomórficos (tubular, campanulado, infundibuliforme, hipocraterimórfico, rotáceo e urceolato) e zigomórfico (labiado, bilabiado, personificado, ligulado e utriculado).
Por exemplo, a família Fabaceae é caracterizada por ter uma corola amarelada. Da mesma forma, a família Brassecaceae exibe uma corola cruciforme, as Caryphyllaceas uma cariofila ou fulvo, e nas Lamiáceas a corola tem uma forma labiada ou bilabiada. Os tipos mais comuns de corola serão descritos em detalhes abaixo:
Corolla diapetalas
-Cruciformes: assemelha-se a uma cruz e é tetramérica. Um exemplo é a flor do alpiste.
-Aclavelada: a forma típica são os cravos (Dianthus) de lâmina estreita e pentamérica.
-Rosa: forma típica das rosas, com lâmina muito larga, unha muito curta e geralmente pentamérica.
-Papilionada: a pré-floração é vexilar e o vexilo é a pétala maior, as duas pétalas localizadas nas laterais são chamadas de asas e estão localizadas sob a pétala maior. Estas, por sua vez, circundam duas pétalas inferiores. Eles são pentaméricos.
Corollas gamopétalas
-Tubular: esta corola é cilíndrica, com antófilos fundidos e o limbo está quase ausente. A forma lembra um tubo.
-Campanulado: a forma lembra um sino, o representante desta corola é o gênero Petúnia.
-Infundibuliformes: o formato é semelhante a um funil, dilatado na porção terminal.
-Hipocraterimórfico: o tubo é longo e estreito, no final da estrutura o limbo se expande. O primeiro e o café são exemplos dessa morfologia.
-Rotácea: a corola é semelhante a uma roda, como o tomate e a batata.
-Urceolada: uma reminiscência de uma panela.
-Labiada: as flores têm o formato de dois lábios, podendo diferenciar um inferior e outro superior, denominado gálea e barba.
-Personalizado: também tem formato bilabiado, mas neste caso dá um aspecto de boca profunda.
-Ligulada: a corola parece uma língua, como a margarida.
-Utriculado: uma reminiscência de uma bolsa e é dímero.
Pode haver flores que não se encaixam nos padrões descritos acima. Nesse caso, a corola é descrita com base na quantidade de peças que apresenta, na forma como suas pétalas estão fixadas e qualquer outra característica relevante.
Recursos
A corola, junto com o cálice, desempenha duas funções principais: a proteção dos órgãos florais e em algumas espécies participam da atração de seus polinizadores animais graças às suas cores e padrões vibrantes.
Polinização
A polinização é um processo que envolve a transferência de pólen para o pistilo. O pólen pode levar diferentes veículos para atingir o estigma: anemofílico (polinização pelo vento), hidrofílico (pela água), zoofílico (animais). Estes últimos podem ser subdivididos em entomófilos (para insetos), ornitófilos (para pássaros) e quirópteros (para morcegos).
Os elementos de atração podem ser classificados em elementos visuais e olfativos. Dentro do visual temos a cor das pétalas que agem em curtas distâncias. Assim, as várias formas e desenhos produzidos pelos carotenóides ou antocianinas guiam o polinizador até o néctar.
Em geral, o amarelo, o vermelho ou o azul estão associados à atração das abelhas, o branco com as borboletas noturnas e o vermelho com os pássaros. Os beija-flores parecem ter preferência por flores roxas e vermelhas.
Já os elementos olfativos podem atuar em distâncias maiores e são compostos por fragrâncias ou compostos voláteis produzidos pela flor.
Porém, em algumas flores (como as do gênero Clematis) a corola está ausente e o cálice tem uma coloração brilhante que é responsável por atrair os polinizadores. A corola não desempenha um papel direto no desenvolvimento das sementes.
Referências
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- Jaramillo, J. (2006). A flor e outros órgãos derivados. Universidade Editorial de Caldas.
- Khan, A. (2002). Anatomia e fisiologia vegetal. Editora Gyan.
- Pandey, SN, Pandey, SN e Chadha, A. (1993). A Text Book Of Botany: Plant Anatomy and Economic Botany (Vol. 3). Editora Vikas PVT LTD.
- Sadava, D., & Purves, WH (2009). Vida: A Ciência da Biologia. Panamerican Medical Ed.
- Vainstein, A. (Ed.). (2002). Criação de plantas ornamentais: abordagens clássicas e moleculares. Springer Science & Business Media.
- Weberling, F. (1992). Morfologia de flores e inflorescências. Arquivo CUP.