- Notação de derivada parcial
- Cálculo e significado da derivada parcial
- Exemplos de derivadas parciais
- Exemplo 1
- Exemplo 2
- Exercícios
- Exercício 1
- Solução:
- Exercício 2
- Solução:
- Referências
As derivadas parciais de uma função de várias variáveis são aquelas que determinam a taxa de mudança da função quando uma das variáveis tem uma variação infinitesimal, enquanto as outras variáveis permanecem inalteradas.
Para tornar a ideia mais concreta, suponha o caso de uma função de duas variáveis: z = f (x, y). A derivada parcial da função f em relação à variável x é calculada como a derivada ordinária em relação a x, mas tomando a variável y como se fosse constante.
Figura 1. Função f (x, y) e suas derivadas parciais ∂ x f y ∂ y f no ponto P. (Elaborado por R. Pérez com geogebra)
Notação de derivada parcial
A operação derivada parcial da função f (x, y) na variável x é denotada de qualquer uma das seguintes maneiras:
Em derivadas parciais, o símbolo ∂ (um tipo de letra d arredondada também chamada de d de Jacobi) é usado, ao contrário da derivada comum para funções de variável única onde a letra d é usada para derivada.
Em termos gerais, a derivada parcial de uma função multivariada, em relação a uma de suas variáveis, resulta em uma nova função nas mesmas variáveis da função original:
∂ x f (x, y) = g (x, y)
∂ y f (x, y) = h (x, y).
Cálculo e significado da derivada parcial
Para determinar a taxa de mudança ou inclinação da função para um ponto específico (x = a, y = b) na direção paralela ao eixo X:
1- A função ∂ x f (x, y) = g (x, y) é calculada, tomando a derivada ordinária na variável x e deixando a variável y fixa ou constante.
2- Em seguida, o valor do ponto x = aey = b é substituído no qual queremos saber a taxa de variação da função na direção x:
{Incline na direção x no ponto (a, b)} = ∂ x f (a, b).
3- Para calcular a taxa de mudança na direção y no ponto de coordenada (a, b), primeiro calcule ∂ e f (x, y) = h (x, y).
4- Então o ponto (x = a, y = b) é substituído no resultado anterior para obter:
{Incline na direção y no ponto (a, b)} = ∂ y f (a, b)
Exemplos de derivadas parciais
Alguns exemplos de derivados parciais são os seguintes:
Exemplo 1
Dada a função:
f (x, y) = -x ^ 2 - y ^ 2 + 6
Encontre as derivadas parciais da função f em relação à variável xea variável y.
Solução:
∂ xf = -2x
∂ yf = -2y
Observe que para calcular a derivada parcial da função f em relação à variável x, a derivada ordinária em relação a x foi realizada, mas a variável y foi tomada como se fosse constante. Da mesma forma, no cálculo da derivada parcial de f em relação ay, a variável x foi tomada como se fosse uma constante.
A função f (x, y) é uma superfície chamada parabolóide mostrada na figura 1 em cor ocre.
Exemplo 2
Encontre a taxa de mudança (ou inclinação) da função f (x, y) do Exemplo 1, na direção do eixo X e do eixo Y para o ponto (x = 1, y = 2).
Solução: Para encontrar as inclinações nas direções xey em um determinado ponto, basta substituir os valores do ponto na função ∂ x f (x, y) e na função ∂ y f (x, y):
∂ x f (1,2) = -2⋅ 1 = -2
∂ e f (1,2) = -2⋅ 2 = -4
A Figura 1 mostra a reta tangente (na cor vermelha) à curva determinada pela interseção da função f (x, y) com o plano y = 2, a inclinação desta reta é -2. A Figura 1 também mostra a reta tangente (em verde) à curva que define a interseção da função f com o plano x = 1; Esta linha tem inclinação -4.
Exercícios
Exercício 1
Um vidro em forma de cone em um determinado momento contém água, de modo que a superfície da água tem raio re profundidade h. Mas o vidro tem um pequeno orifício no fundo pelo qual a água é perdida a uma taxa de C centímetros cúbicos por segundo. Determine a taxa de descida da superfície da água em centímetros por segundo.
Solução:
Antes de mais nada, é preciso lembrar que o volume de água no instante dado é:
O volume é função de duas variáveis, raio re profundidade h: V (r, h).
Quando o volume muda em uma quantidade infinitesimal dV, o raio r da superfície da água e a profundidade h da água também mudam de acordo com a seguinte relação:
dV = ∂ r V dr + ∂ h V dh
Prosseguimos para calcular as derivadas parciais de V em relação a r e h, respectivamente:
∂ r V = ∂ r (⅓ π r ^ 2 h) = ⅔ π rh
∂ h V = ∂ h (⅓ π r ^ 2 h) = ⅓ π r ^ 2
Além disso, o raio re a profundidade h atendem à seguinte relação:
Dividindo ambos os membros pelo diferencial de tempo dt dá:
dV / dt = π r ^ 2 (dh / dt)
Mas dV / dt é o volume de água perdido por unidade de tempo que se sabe ser C centímetros por segundo, enquanto dh / dt é a razão de descida da superfície livre da água, que será chamada de v. Ou seja, a superfície da água no instante dado desce a uma velocidade v (em cm / s) dada por:
v = C / (π r ^ 2).
Como aplicação numérica, suponha que r = 3 cm, h = 4 cm, e a taxa de vazamento C é 3 cm ^ 3 / s. Então, a velocidade de descida da superfície naquele instante é:
v = 3 / (π 3 ^ 2) = 0,11 cm / s = 1,1 mm / s.
Exercício 2
O teorema de Clairaut-Schwarz afirma que se uma função é contínua em suas variáveis independentes e suas derivadas parciais em relação às variáveis independentes também são contínuas, então as derivadas mistas de segunda ordem podem ser trocadas. Verifique este teorema para a função
f (x, y) = x ^ 2 y, ou seja, deve ser verdade que f xy f = ∂ yx f.
Solução:
∂ xy f = ∂ x (∂ y f) enquanto ∂ yx f = ∂ y (∂ x f)
∂ x f = 2 xy; ∂ y f = x ^ 2
∂ xy f = ∂ x (∂ y f) = 2x
∂ yx f = ∂ y (∂ x f) = 2x
O teorema de Schwarz provou ser válido, uma vez que a função f e suas derivadas parciais são contínuas para todos os números reais.
Referências
- Frank Ayres, J., & Mendelson, E. (2000). Cálculo 5ed. Mc Graw Hill.
- Leithold, L. (1992). O cálculo com geometria analítica. HARLA, SA
- Purcell, EJ, Varberg, D., & Rigdon, SE (2007). Cálculo. México: Pearson Education.
- Saenz, J. (2005). Cálculo diferencial. Hipotenusa.
- Saenz, J. (2006). Cálculo integral. Hipotenusa.
- Wikipedia. Derivativo parcial. Recuperado de: es.wikipedia.com