- Caracteristicas
- Ciclo de vida
- Fora do hospedeiro
- Hospedeiro intermediário
- Dentro do hospedeiro
- Doença
- Contágio
- Sintomas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Referências
Dipylidium caninum é um animal que pertence à classe Cestoda do filo dos platelmintos e que apresenta a morfologia clássica destes; um corpo achatado e segmentado.
Já é conhecido há bastante tempo, tendo sido descrito pela primeira vez pelo famoso naturalista sueco Carlos Linnaeus. No entanto, quem aprofundou seus estudos foi o chamado pai da parasitologia, o alemão Karl Leuckart.
Dipylidium caninum. Fonte: Alan R Walker
Este parasita está amplamente distribuído em todo o mundo e, para infectar seus hospedeiros, necessita da pulga como intermediária, razão pela qual a maioria de seus hospedeiros definitivos costumam ser cães e gatos.
Caracteristicas
-Espécie: Dipylidium caninum
Ciclo de vida
O ciclo de vida de Dipylidium caninum é um tanto complexo, pois inclui a intervenção de dois hospedeiros intermediários, como a pulga, e de um mamífero, como o cão ou o gato.
Fora do hospedeiro
É importante lembrar que os vermes da classe Cestoda possuem proglotes, alguns dos quais são grávidas, ou seja, contêm grande quantidade de ovos, protegidos por uma capa embrionária.
Esses proglotes são liberados no meio ambiente por dois mecanismos. Eles podem ser arrastados pelas fezes, na forma de pequenas correntes e também sair pelo ânus espontaneamente.
Uma vez expostos às condições ambientais, os proglotes sofrem um processo de desintegração e liberam os ovos que estão contidos neles. Lá no ambiente estão as larvas do hospedeiro intermediário, a pulga.
Hospedeiro intermediário
As larvas da pulga, que podem ser aquelas que afetam cães ou gatos, ingerem os ovos. Para que esse processo seja bem-sucedido, é essencial que a pulga esteja na fase larval, pois, ao atingir a idade adulta, suas estruturas digestivas não permitem a ingestão de partículas sólidas.
Dentro da pulga, o parasita passa por uma transformação e se torna a oncosfera, que é o próximo estágio larval. As oncosferas são caracterizadas por apresentarem formato esférico e apresentarem cílios ao seu redor, além de apresentarem estruturas em gancho, que permitem sua penetração na parede intestinal do hospedeiro.
Lá, ele continua seu desenvolvimento e atinge o próximo estágio, que é o do cisticercoide. Vale ressaltar que esta é a fase infecciosa desse parasita, portanto, se for ingerido por seu hospedeiro definitivo (mamífero), pode infectá-lo.
Dentro do hospedeiro
A infecção definitiva ocorre quando as pulgas infectadas por cisticercoides são ingeridas pelo animal, principalmente um cão. Já dentro desse hospedeiro, os cisticercoides viajam pelo trato digestivo até chegarem ao intestino delgado.
Aqui, o parasita, com a ajuda de estruturas especializadas encontradas em sua porção cefálica, se ancora na parede intestinal e passa a se alimentar dos nutrientes que seu hospedeiro ingere.
O cão é o principal hospedeiro do ipylidium caninum. Fonte: Pixabay.com
Graças a isso, o parasita completa com sucesso o seu desenvolvimento e atinge a maturidade sexual, passando a produzir proglotes que contêm um grande número de ovos em seu interior.
Mais tarde, como acontece com o restante dos parasitas cestódeos, os proglotes terminais começam a se desprender e a ser expelidos pelo ânus do hospedeiro para reiniciar o ciclo.
Os seres humanos podem ser uma parte incidental do ciclo quando pulgas infectadas com cisticercoides são ingeridas acidentalmente. Isso é mais comum do que se imagina, principalmente entre os bebês, uma vez que o cão é um animal doméstico, eles tendem a manuseá-los e entrar em contato com as fezes desses animais.
Doença
Dipylidium caninum é o parasita responsável por uma doença conhecida como dipilidíase, comum em animais domésticos como cães e gatos, embora também acometa humanos.
Este parasita tem um período de incubação aproximado de 3 a 4 semanas. Esse é o tempo que leva para o parasita se tornar adulto e começar a produzir óvulos.
Contágio
Como já explicado, esse parasita entra em seus hospedeiros pela ingestão de pulgas que contêm o estágio larval do parasita denominado cisticercoide. Cães e gatos podem ingerir lambendo o pelo. Enquanto o ser humano pode fazer isso ao lidar com seus animais de estimação.
O contágio de pessoa a pessoa está totalmente descartado.
Sintomas
Em geral, a infecção por Dipylidium caninum pode ser assintomática, portanto, não há sinais de alerta para alertar sobre a presença desse parasita em sua fase inicial.
No entanto, conforme o parasita se agarra e se ancora no intestino do hospedeiro, ele começa a causar alguns desconfortos que acabam se traduzindo em certos sintomas. Por ser um parasita intestinal, os principais sintomas afetam o trato digestivo. Esses incluem:
-Dor epigástrica
-Diarreia ocasional
-Flatulência
-Constipação
-Distensão abdominal
-Vômito
-Doença
-Perda de apetite
-Prurido final, gerado pela presença de proglotes nesta área.
-Dor na abertura anal.
-Redução de peso involuntária, pois o parasita se alimenta dos nutrientes que seu hospedeiro ingere.
Existem também outros sinais e sintomas derivados do desconforto causado por essa parasitose, como:
-Insônia
-Irritabilidade
-Decair
-Fadiga
-Restlessness
Diagnóstico
Como acontece com a maioria dos parasitas intestinais, o diagnóstico definitivo é feito pela observação direta dos ovos ou proglotes nas fezes da pessoa infectada.
Quando o médico suspeita que um paciente está infectado com parasita intestinal, o exame que realiza é uma análise das fezes, que busca identificar se há ovos nelas, para posteriormente fazer um diagnóstico diferencial.
No caso de Dipylidium caninum, os proglotes são vistos nas fezes. Estes devem ser submetidos a uma análise histológica para se poder observar as embalagens de ovos no seu interior e assim confirmar a infecção por este parasita.
Tratamento
O esquema de tratamento das infecções por Dipylidium caninum é bastante simples, utilizando um medicamento anti-helmíntico conhecido como praziquantel.
Este medicamento possui vários mecanismos de ação que neutralizam os parasitas. Primeiro, ele atua no nível da membrana celular, alterando o fluxo de íons como o cálcio. Isso resulta na musculatura do parasita sendo afetada, causando problemas de contração e relaxamento.
O que o praziquantel faz é gerar um espasmo muscular no parasita que o torna incapaz de se mover e acaba morrendo.
Vale ressaltar que, três meses após o início do tratamento, é importante fazer novo exame de fezes, para verificar se a infecção foi controlada.
Referências
- Ayala, I., Doménech, I., Rodríguez, M. e Urquiaga, A. (2012). Parasitismo intestinal de Dipylidium caninum. Jornal Cubano de Medicina Militar. 41 (2).
- Curtis, H., Barnes, S., Schneck, A. e Massarini, A. (2008). Biologia. Editorial Médica Panamericana. 7ª edição.
- Hickman, CP, Roberts, LS, Larson, A., Ober, WC, & Garrison, C. (2001). Princípios integrados de zoologia (Vol. 15). McGraw-Hill.
- Hogan, K. e Schwenk, H. (2019). Dipylidium caninum New England Journal of Medicine. 380 (21).
- Neira, P., Jofré e Muñoz, N. (2008). Infecção por Dipylidium caninum em uma pré-escola. Apresentação de casos e revisão de literatura. Revista Chilena de Infectologia. 25 (6)
- Smyth, J. e Mc Manus D. (1989). A fisiologia e a bioquímica dos cestóides. Cambridge University Press.