- História
- Objeto de estudo
- Métodos de pesquisa de ecologia comportamental
- Exemplo de pesquisa: estudos sobre personalidade animal
- Referências
A ecologia do comportamento é o ramo da ecologia responsável pelo estudo do comportamento exibido pelos animais, tendo como ponto de partida uma abordagem evolutiva.
Isso significa que considera que o processo de evolução, que confere características próprias a cada organismo, está intimamente relacionado ao comportamento que pode ser observado nos animais hoje.
Fonte: pixabay.com
O coelho está geneticamente preparado para fugir de seus predadores assim que detecte qualquer ameaça.
O processo de evolução permite que cada espécime receba certa informação genética que o preparará para se ajustar mais ou menos ao seu sistema. Por meio do processo de seleção natural, apenas os indivíduos mais aptos terão as ferramentas que lhes permitirão possuir a agilidade necessária para fugir de predadores, obter alimento e se reproduzir.
Essa informação genética que o animal herda irá condicionar seus comportamentos e determinar suas reais capacidades de sobrevivência no ambiente que o rodeia.
História
A ecologia comportamental, como é conhecida hoje, surgiu na década de 1970. Porém, antes dessa data já existia uma grande curiosidade em relação ao comportamento animal.
O estudo dos animais antes do nascimento da ecologia comportamental concentrava-se na análise de seus comportamentos do ponto de vista descritivo. Ou seja, os cientistas se concentraram apenas na descrição dos comportamentos exibidos pelos animais por meio do método de observação simples.
Os fatores a serem analisados incluíram o conjunto de todos os comportamentos observáveis, como alimentação, interações em geral e reprodução.
Outro aspecto levado em consideração para o estudo centrou-se na relação da fisiologia do animal com os seus comportamentos.
Conseqüentemente, a ciência responsável pela abordagem do comportamento animal até o surgimento da ecologia comportamental ficou conhecida como etologia.
O nascimento da ecologia comportamental coincide com uma mudança no foco do estudo que inclui características evolutivas dentro da análise comportamental.
Essas novas perspectivas, que fizeram parte de muitos estudos realizados durante as décadas de 1970 e 1980, retomaram as teorias evolucionistas e as incorporaram ao estudo do comportamento animal.
Objeto de estudo
O objeto de estudo da ecologia comportamental é o comportamento animal, mas não apenas a partir de uma perspectiva descritiva baseada na observação de suas ações.
Embora suas ações façam parte dos comportamentos observáveis, mais importante é a relação desse indivíduo com o meio em que se desenvolve, que de certa forma é determinado por sua herança biológica.
Ou seja, a evolução tem permitido processos de especialização nos indivíduos que os levam a se adaptar e superar as mudanças em seu ambiente com sucesso.
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O processo de seleção natural permite que apenas os indivíduos mais aptos sobrevivam e se reproduzam.
De acordo com os fatores genéticos dominantes, ele terá mais ou menos probabilidade de superar as adversidades que a interação com seu ambiente pode lhe apresentar.
É nisso que se concentra a ecologia comportamental, para analisar as ações empreendidas pelos animais e, a partir disso, tentar criar leis ou modelos que expliquem os fenômenos observáveis entre as diferentes espécies.
Além de levar em conta o comportamento para o estudo dos animais, enfoca as relações que eles mantêm com os demais membros do ecossistema a que pertencem.
Os fatores que intervêm diretamente no comportamento animal estão ligados à herança genética, que será um fator determinante no seu desenvolvimento. Nesse sentido, a ecologia comportamental tem adotado modelos de pesquisa de outras ciências para analisar amostras genéticas de múltiplas espécies.
Métodos de pesquisa de ecologia comportamental
A ecologia comportamental é um avanço científico no que diz respeito ao estudo do comportamento animal; a primeira mudança introduzida foi o método de pesquisa.
Em congruência com os avanços científicos em torno da pesquisa animal, que até recentemente era realizada apenas por meio de mera observação, métodos científicos confiáveis foram assumidos.
A mudança na metodologia do estudo se dá pela necessidade de explorar em profundidade as variáveis que determinam o comportamento animal e estabelecer leis que levem ao entendimento.
Para isso, foi introduzido o método científico e realizados estudos quantitativos cujos resultados vão além de uma mera descrição de comportamento.
Os novos métodos permitirão, por meio de análises genéticas e quantitativas, obter respostas sobre questões como por que alguns indivíduos em condições adversas não sobrevivem enquanto outros desenvolvem os mecanismos necessários à sobrevivência.
Esse é o objetivo dos estudos desenvolvidos na área de ecologia comportamental e, embora ainda haja muito a ser feito diante da complexidade e enormidade da população, o curso já está definido.
Exemplo de pesquisa: estudos sobre personalidade animal
Entre as várias propostas relacionadas à ecologia comportamental para explicar os comportamentos dos animais, uma delas está ligada ao estudo da personalidade animal.
Para o estudo da personalidade em animais, experimentos rigorosos foram iniciados nos quais vários métodos são combinados a fim de obter os resultados mais exatos.
Por meio da combinação da observação e do método científico, busca-se explicar as diferenças de personalidade entre indivíduos de uma mesma espécie por meio da análise genética.
O que começou como um simples produto de hipótese de observação a respeito das diferenças de personalidade dos animais, tornou-se um objeto de estudo que está apenas começando a dar seus primeiros resultados.
Para a análise, foi selecionada uma variável denominada repetibilidade, associada ao tipo de respostas obtidas no nível comportamental de acordo com determinados estímulos.
Da mesma forma, parte do estudo de alguns comportamentos considerados atípicos para a espécie que, em combinação com outros já estabelecidos, podem ser indicativos da existência de uma síndrome.
Referências
- Beekman, M, Jordan, A, (2.017). O campo da personalidade animal fornece novos insights para a ecologia comportamental? Revista de ecologia comportamental.
- Ecologia Comportamental. Obtido em ecured.cu
- Martínez, R. M, Avilés, J. M, (2.017). Papel dos estudos comportamentais em Ecologia. Revista Ecosystems.
- Ecologia comportamental. Obtido em nature.com
- Ecologia comportamental. Obtido em Wikipedia.org