O amate mora na região natural da América Central e no norte da Amazônia. Em vários países da América Central, é muito apreciado devido ao seu uso por tribos indígenas da região para aproveitar as propriedades de sua seiva e casca.
Esta árvore do gênero Ficus foi classificada pela primeira vez em 1817. Pertence à família das moraceae, que inclui, entre outras espécies, a figueira, com a qual o amado compartilha algumas características.
É uma árvore grande e robusta, com raízes que tendem a se projetar para a superfície em formas intrincadas.
Além de suas conhecidas propriedades medicinais, na Guatemala e em Honduras é protagonista de inúmeros mitos e lendas.
Habitat
Apesar de pertencer à família das figueiras, é uma árvore de tamanho relativamente grande, oscilando entre 20 e 35 metros.
Vive na parte sul do México, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Panamá, Colômbia e algumas áreas da Bolívia, Peru e Venezuela.
É uma espécie típica de climas úmidos, como as camadas superiores da selva tropical. Eles geralmente podem ser encontrados nas margens de rios, lagos e riachos.
Dependendo da área, essa espécie recebe nomes diferentes. Na Bolívia, é denominado ojé; na Colômbia, chibecha; na Costa Rica, rio chilamato; no Panamá e no Peru, a figueira (porque é vista como uma grande figueira); enquanto em El Salvador, Guatemala, Honduras e México é conhecido simplesmente como amate.
Etimologia
Seu nome científico é ficus insipida, que vem do latim "figo insípido". Isso porque amate é capaz de produzir um fruto semelhante ao figo, mas que não é adequado para o consumo humano.
O nome amate vem do Nahuatl amatl, que significa "papel". Isso porque a casca do amado, depois de tratada e alisada, era utilizada por várias populações mesoamericanas como papel ou pergaminho para escrita.
Propriedades e usos
Durante séculos, as diferentes populações indígenas que se estabeleceram na América Central e do Sul imediatamente perceberam os diferentes usos que os amadores podem ter.
Para começar, tem uma madeira flexível, que não é muito dura e pode ser facilmente cortada, modelada e amassada.
Isso servia para que, cortada em lâminas muito finas, sua casca pudesse ser secada ao sol e assim servir de papel para escrever.
Outro elemento importante do amate é sua seiva. Possui múltiplas propriedades antiinflamatórias que servem para combater o vômito e a diarreia causados por parasitas.
Nas aldeias indígenas era comum extrair essa seiva e misturá-la com mel e hortelã para curar esses males.
No México e em Honduras, o amate é conhecido como um antiparasitário altamente eficaz; inúmeros chás de ervas e remédios caseiros são feitos de amate.
O amado na cultura da América Central
Na Guatemala e em El Salvador, existem vários mitos criados em torno dos amados. O folclore local é cheio de histórias.
Por exemplo, ficar deitado na sombra de um amador seria boa sorte. Também dizem que as flores dessa árvore podem servir de amuletos.
Referências
- Atlas das Plantas da Medicina Tradicional Mexicana (2009). Retirado em 22 de setembro de 2017, da Biblioteca Digital de Medicina Tradicional Mexicana.
- Amatl (sf). Retirado em 22 de setembro de 2017, do Grande Dicionário Nahuatl.
- Ficus (2013). Retirado em 22 de setembro de 2017, da Encyclopædia Britannica.
- Ficus insipida (nd). Recuperado em 22 de setembro de 2017, do Smithsonian Institution.
- A flor do amado (2015). Retirado em 22 de setembro de 2017, de El Salvador meu país.
- Família: Moraceae (sf). Recuperado em 22 de setembro de 2017, do Smithsonian Institution.