- Características biológicas
- Morfologia
- Ciclo de vida
- E. histolitica
- Diagnóstico
- Tratamento
- Controle e prevenção
- Referências
Entamoeba histolytica é um microrganismo parasita do intestino humano. Pode parasitar canídeos e outros vertebrados. É o agente causador da disenteria amebiana ou amebíase.
É um organismo anaeróbio que pode viver como comensal no intestino grosso ou invadir a mucosa causando lesões significativas. Do intestino pode infectar o fígado extra-intestinal, o pulmão e até os tecidos cerebrais. Podem existir cepas patogênicas e não patogênicas.
A disenteria amebiana é uma das doenças parasitárias com maior morbidade e mortalidade em humanos em países tropicais. É considerada a terceira causa de morte depois da malária e da esquistossomose.
Fatores como sistemas inadequados de gestão de dejetos fecais, abastecimento de água potável e manejo inadequado de alimentos contribuem para a existência de áreas endêmicas no mundo.
Características biológicas
A E. histolytica apresenta duas formas parasitárias: o cisto e os trofozoítos. O cisto é a forma infecciosa, não tem locomoção e é resistente no meio externo; trofozoítos representam a forma vegetativa, sendo móveis e ativos.
A E. histolytica se alimenta por fagocitose, ou seja, emite pseudópodes com os quais introduz no seu conteúdo celular as pequenas partículas que constituem o seu alimento, onde é digerido.
Em seu desenvolvimento estão presentes as fases trofozoíta e cística. Os trofozoítos são a forma amebóide móvel. O cisto é a forma inativa, resistente a condições adversas.
Morfologia
E. histolytica é morfologicamente indistinguível das amebas comensais E. dispar e E. moshkovskii. Pode ser diferenciada da E. coli, outra espécie presente no homem, porque esta não emite pseudópodes.
O trofozoíto tem uma massa central chamada endoplasma e uma camada externa conhecida como ectoplasma. Eles têm um núcleo com um cariossomo central e cromatina periférica regularmente distribuída.
Possui uma extremidade anterior que pode formar pseudópodes e uma posterior que apresenta um bulbo ou uroide com um tufo de filópodes para o acúmulo de resíduos. Apresenta um sistema que consiste em uma rede de vacúolos e ribossomos digestivos.
Os trofozoítos podem assumir duas formas: magna e minuta. A forma magna mede 20-30 mícrons e pode emitir pseudópodes espessos; a forma diminuta mede 19-20 mícrons e pode emitir pseudópodes mais curtos.
Os cistos são redondos ou esféricos. Ao microscópio apresentam refração, pode-se observar que a membrana contém de um a quatro núcleos dependendo da maturidade.
Os metacistos possuem uma membrana mais fina. Os núcleos são em forma de bastonete com extremidades arredondadas e vacúolos de glicogênio. No citoplasma, podem ser vistos corpos cromátides, que são inclusões de glicogênio no citoplasma.
Ciclo de vida
E. histolitica
A pessoa parasitada pode permanecer assintomática ou apresentar sintomas leves ou graves. Os casos leves são os mais comuns, representando 90% deles.
Os casos sintomáticos leves mostram náusea, diarreia, perda de peso, febre e dor abdominal. Em casos crônicos, podem ocorrer cólicas, incluindo úlceras e presença de sangue nas fezes.
Quando ocorre invasão extra-intestinal, a condição mais comum é o abscesso hepático, que causa febre e dor na parte superior do abdome.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito examinando as fezes ao microscópio óptico. Nas amostras, são identificadas formas do parasita, nos casos positivos para amebíase. São recomendados exames seriados com um mínimo de três amostras analisadas em dias sucessivos.
O uso de PCR ou sorologia com anticorpos específicos também são técnicas úteis no diagnóstico.
Em casos extraintestinais, o diagnóstico pode ser feito por imagens de TC.
Muco e sangue podem ocorrer nas fezes, dependendo da gravidade da infecção.
Tratamento
Entrega de metronidazol, paromomicina e tinidazol têm sido usados. Em casos de invasão extra-intestinal, como abscessos hepáticos, a cirurgia tem sido a técnica utilizada.
Recomenda-se verificar bem o diagnóstico para evitar falsas identificações devido à presença de espécies como E. dispar e E. moshkovskii. A aplicação incorreta de medicamentos comumente usados leva à formação de cepas resistentes.
Controle e prevenção
No mundo, as estratégias sanitárias enfocam a aplicação de medidas que visam interromper o ciclo biológico do parasita, por meio da participação dos diferentes atores sociais envolvidos.
Nesse sentido, a participação consciente das comunidades é muito importante, principalmente nas áreas de risco epidemiológico. Entre outros podemos citar:
- Educar a população sobre a amebíase, seu ciclo de vida e os riscos de contágio
- Manutenção de sistemas sanitários adequados para deposição e tratamento de fezes.
- Manutenção de sistemas adequados de abastecimento e acesso a água potável.
- Disponibilidade de infraestrutura e acessibilidade da população aos serviços de diagnóstico e atendimento às pessoas afetadas.
Referências
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- Elsheikha, HM, Regan, CS & Clark, CG (2018). Novos achados de Entamoeba em primatas não humanos. Trends in Parasitology, 34 (4): 283-294.
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