- Características gerais
- Morfologia
- Nome comum
- Taxonomia
- Distribuição e habitat
- Cultura
- Edição de efeitos
- Efeitos secundários
- Contra-indicações
- Referências
Psilocybe mexicana é uma espécie de fungo psilocibina pertencente à família Strophariaceae, endêmica da região mesoamericana. Conhecido por suas propriedades psicotrópicas, ele foi usado por mais de 2.000 anos por culturas pré-hispânicas.
Os povos astecas o chamavam de teonanácatl, uma palavra derivada de nahuatl teó (ti) = deus, e nanácatl = cogumelo ou fungo. Expressão que se traduz como "cogumelo de deus", embora alguns especialistas a interpretem como "carne dos deuses".
Psilocybe mexicana. Fonte: Alan Rockefeller
A estrutura do fungo nasce diretamente do solo, possui um caule delgado com uma taça em forma de sino de cor marrom. As numerosas células internas têm uma cor ocre a violeta escuro, tem um sabor ácido e um forte odor penetrante.
O princípio ativo nesses cogumelos alucinógenos -psilocibina- são as substâncias psicoativas chamadas psilocibina e psilocina. Determinou-se que esses elementos constituem 0,003% do fungo selvagem, o que representa 0,3% do material seco.
Os fungos que contêm psilocibina geralmente crescem em regiões tropicais e subtropicais, em solos húmicos e em restos de plantas. Atualmente, vários grupos tribais da região central do México continuam a usar esse cogumelo em seus rituais tradicionais.
Características gerais
Morfologia
A espécie Psilocybe mexicana é caracterizada por um corpo de frutificação cônico ou em forma de sino, píleo ou basidiocarpo, com 10-15 cm de diâmetro. Ocre ou marrom escuro a tons de cinza e amarelado, às vezes com manchas azul esverdeadas.
A textura da coroa é viscosa e húmida, ligeiramente translúcida, lisa e ligeiramente estriada com estrias nas margens. Em direção ao interior, observam-se lamelas sinuosas e adnadas, com coloração marrom arroxeada a cinza pálido e bordas esbranquiçadas.
Estrutura interna do Psilocybe mexicana. Fonte: A. Cortés-Pérez (Alonso)
O estipe ou caule do cogumelo é uniforme e liso, com 40-100 mm de comprimento e 1-2 mm de largura. Geralmente oco, sedoso, bege claro a marrom escuro, com tonalidades amarelas ou vermelhas, escuro ao manusear.
Quando o fungo emerge, ele forma um véu fino, sedoso, fino e branco que termina em fibrilas no estipe ou ao redor da coroa. Os esporos são ovóides ou elipsoidais, 6-9 mm, poros de paredes espessas e germinantes, de cor marrom-púrpura escuro.
O corpo frutífero possui cheiro e sabor farináceo, semelhante ao da farinha. É uma espécie que estabelece pequenas colônias de basidiocarpos ou cresce solitária.
Nome comum
Angelito (Psilocybe mexicana R. Heim 1957) Fonte: Alan Rockefeller
Em seu local de origem recebe diferentes nomes: angelito, alcalde, amokia, amokid, atkat, cuiyajotoki, dichitonize ou dinize. Bem como, cogumelo sagrado, fungo do riso, kongk, mbeysan, ndishitjonise, nize, piitpapiule de churis ou teotlaquilnanácatl.
Taxonomia
- Psilocybe mexicana foi referido por Roger Jean Heim na Revue Mycologique (Paris), 22: 77 (1957).
- Reino Fungi
- Divisão: Basidiomycota
- Classe: Agaricomicetes
- Ordem: Agaricales
- Família: Strophariaceae
- Gênero: Psilocibo
- Espécie: Psilocybe mexicana R. Heim 1957.
Distribuição e habitat
A espécie Psilocybe mexicana se desenvolve exclusivamente nas regiões subtropicais do México, Guatemala e Costa Rica. É encontrada em pequenos grupos ou solitária em prados úmidos ou ao longo de estradas, especialmente em torno das florestas.
Ela cresce em solos com alto teor de matéria orgânica, em pastagens e campos de pousio, nunca diretamente sobre o esterco. Da mesma forma, ao pé de algumas árvores, como choupo ou faia (Platanus lindeniana), em florestas decíduas subtropicais ou mesófilos de montanha.
É uma espécie que se adapta a climas temperados e úmidos, precipitação média anual de 800-3.000 mm e temperatura variável de 15-23º C. Comumente em florestas nubladas com alta umidade atmosférica associada a espécies florestais como Alnus, Clethra, Liquidambar, Nyssa, Quercus e Tilia.
Cultura
Este fungo é uma espécie saprofítica que se alimenta de matéria orgânica morta em decomposição. É de grande importância ecológica, pois favorece a degradação da camada vegetal e a reciclagem dos nutrientes do solo.
Por outro lado, é uma espécie que coloniza áreas próximas a florestas caducifólias com alto teor de matéria vegetal, razão pela qual se constitui em um fungo com grande capacidade de adaptação ecológica em ambientes propícios ao seu desenvolvimento.
Esporos de psilocibo mexicana. Fonte: Alan Rockefeller
A propagação desta espécie é restrita à conservação de florestas nubladas e temperadas onde se desenvolve na natureza; a perda desses ecossistemas pode reduzir a população e as condições de sua viabilidade, limitando substancialmente sua distribuição.
Na zona central do México, as florestas úmidas cobrem apenas 1% da área total. Na verdade, estão ameaçados pelo aumento das operações agrícolas, pecuárias, florestais e agroindustriais.
Edição de efeitos
O cogumelo psilocibino Psilocybe mexicana contém os compostos psilocibina e psilocina com efeitos psicodélicos, alucinógenos ou enteogênicos. Dependendo da dose, a pessoa experimenta um transe ou êxtase mais ou menos intenso, sendo uma experiência agradável ou desagradável.
Os primeiros sintomas são expressos como uma grande euforia acompanhada de risos e agradáveis expressões de alegria. Mais tarde, um estado de tranquilidade e calma é alcançado, alcançando clareza e clareza mental.
Detalhe do material coletado da Psilocybe mexicana. Fonte: Cactu
O sentido da percepção é alterado, o tempo fica mais lento, as cores se misturam e as luzes aumentam de brilho. As formas são distorcidas, sons estranhos são percebidos e a intensidade das emoções é aumentada.
Em geral, a pessoa se sente estranha, atinge um estado místico e agradável de total intoxicação. No entanto, o indivíduo pode cair em um estado crítico de terror e medo profundo muito desagradável, capaz de causar um choque traumático.
A duração da experiência pode variar de 15 a 60 minutos a 4 a 6 horas, dependendo da dose consumida, além da saúde, idiossincrasia, humor e força da pessoa.
Efeitos secundários
Geralmente ocorrem diminuição da pressão arterial, pupilas dilatadas, náuseas, vômitos, dores de estômago, vertigem, sudorese e calafrios. Na verdade, a pessoa sente desorientação, dor de cabeça, boca seca, ansiedade, confusão, fraqueza e aumento da temperatura corporal.
Contra-indicações
Não forneça a crianças, mulheres grávidas ou lactantes, ou a pessoas alérgicas a psicotrópicos. Nem para pessoas com condições ou distúrbios psicológicos ou sob observação psiquiátrica.
Seu consumo é restringido por pessoas que dirigem veículos ou manuseiam máquinas ou equipamentos pesados e perigosos. Da mesma forma, em pessoas que trabalham em serviços de saúde, ordem pública ou instituições escolares.
Referências
- Serrano Hurtado, D. (2009). Psilocibina: Perspectiva Histórica e Farmacológica e Pesquisa Atual Autorizada. Culture and Drugs, 14 (6): 165-188.
- Guzmán Gastón, Ramírez-Guillén Florencia, Tapia Fidel & Navarro Pilar (1999) As espécies do gênero Psilocybe (Fungi, Basidiomycotina, Agaricales) conhecidas de Veracruz (México). Acta Botánica Mexicana. No. 49, pp 35-46. ISSN 0187-7151
- Guzmán, G., Escalona, F., & Ramírez-Guillén, F. (2004). Novos registros no México de espécies de Psilocybe (Basidiomycotina, Agaricales, Strophariaceae). Scientia Fungorum, 3 (19), 23-31.
- Passarinho (Psilocybe mexicana) (2018) Naturalista. Recuperado em: naturalista.mx
- Little Bird (Psilocybe mexicana) Agaricaceae (2009) Atlas of the Plants of Traditional Mexican Medicine. Recuperado em: medicinatraditionalmexicana.unam.mx
- Psilocybe mexicana (2018) Wikipedia, The Free Encyclopedia. Recuperado em: wikipedia.org
- Cogumelos Psilocybin Mushrooms (2004) Energy Control. Associação de Bem-Estar e Desenvolvimento ABD. Recuperado em: energycontrol.org