- Breve história da geografia da população
- fundo
- Idade Moderna
- Século 20 e depois
- Conceitos e metodologia
- Contagem ou total
- Taxa
- Razão
- Proporção
- Medida de coorte
- Período de medição
- Tipos de fontes de coleta de dados
- Censo populacional
- Sistema de registros
- Fontes não convencionais
- Referências
A geografia da população é uma ciência social que tem como objetivo principal recolher, estudar e analisar as variações na distribuição, características, composição e crescimento de uma sociedade num determinado espaço.
Ele emerge da geografia humana e combina o conhecimento da demografia com estudos populacionais. Os processos que esta ciência analisa têm uma relação discursiva profunda com o espaço-tempo e com os padrões de comportamento de grupos em regiões específicas.
Fonte: Pixabay.
Alguns dos tópicos a serem investigados são geralmente os padrões de desenvolvimento ou declínio de um grupo, quais fenômenos levam ao desaparecimento ou aumento da população ou como afetam as condições ambientais, entre outros. Os pesquisadores encarregados de conduzir estudos demográficos populacionais irão questionar múltiplas variáveis.
Em segundo lugar, também realizarão trabalhos científicos centrados na mortalidade, nas taxas de natalidade, na origem étnica e nas idades dos integrantes de civilizações ou sociedades específicas.
Graças aos estudos da geografia da população, hoje é possível estabelecer como aconteceram os fluxos migratórios que deram origem à espécie humana.
Breve história da geografia da população
Thomas Malthus, por domínio público, (https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=67323).
fundo
Os primeiros registros sobre a composição e o alcance de um grupo datam dos anos da Grécia Antiga. Porém, foram as primeiras viagens à América onde essa disciplina começou a ganhar importância, já que os colonizadores elaboravam diários de viagem detalhando o número de habitantes das terras conquistadas e suas características físicas.
Idade Moderna
Já no século XVII e no auge da era do Iluminismo, surgiram as primeiras enciclopédias encarregadas da coleta e divulgação de dados populacionais na Europa. Na Espanha, um bom exemplo seriam as Observações sobre a história natural, geografia, população e frutos do Reino de Valência, elaboradas pelo cientista Antonio José Cavanilles.
Mas, sem dúvida, seria An Essay on the Principle of Population (1798), do demógrafo britânico Thomas Malthus, obra considerada a pedra fundamental da geografia da população moderna.
Em sua obra, Malthus consegue introduzir noções matemáticas sobre crescimento e diminuição populacional, além de analisar variantes relacionadas ao acesso a bens e serviços, noção de pobreza e classes sociais.
Século 20 e depois
Em meados do século XX surgiria o conceito e o campo de estudo da geografia da população, assim denominada. Entre as principais referências é necessário citar os geógrafos Wilbur Zelinsky, dos Estados Unidos, e John I. Clarke, de nacionalidade britânica.
A contribuição de Zelinsky para a geografia populacional foi tal que, em meados da década de 1960, ele conseguiu criar um dos primeiros centros de pesquisa demográfica na Universidade de Penn.
Clarke, por sua vez, foi pioneira em incluir estudos de gênero em sua pesquisa, muitas vezes focada em sexo e assimetrias de acesso e poder. Sua contribuição para a ciência foi de tal magnitude que ele conseguiu chefiar a Comissão da União Geográfica Internacional de Geografia Populacional.
Conceitos e metodologia
Imigração na Argentina, por JZX 201 - Obra própria, CC BY-SA 4.0, (https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=82112754).
Na geografia da população existe atualmente uma grande variedade de instrumentos de trabalho para fins científicos. Para explicar a distribuição espacial de um grupo, existem algumas ferramentas básicas e metodológicas que são essenciais.
Contagem ou total
É a medida objetiva, definitiva e quantitativa que se refere ao número de habitantes de um grupo localizado em um determinado espaço-tempo. Por exemplo: em 2016 havia 7,4 bilhões de habitantes no planeta Terra.
Taxa
Refere-se à frequência com que um determinado fenômeno demográfico ocorre, dividida pelo número de habitantes de um determinado local. Por exemplo: a taxa de fertilidade global (número de nascimentos por 100 pessoas), em todo o mundo em 2016, foi de 2,5%
Razão
O termo vem da matemática e é o quociente entre um subgrupo social e outro grupo ou subgrupo. Por exemplo: em 2016, a proporção da população masculina para feminina era de 101 homens para cada 100 mulheres.
Proporção
É usado para determinar a relação ou escopo de um subgrupo em relação à população total de um determinado espaço. Por exemplo: em 2016, 54% dos habitantes do planeta Terra viviam em áreas urbanas.
Medida de coorte
Uma coorte é um grupo caracterizado pela sua homogeneidade, ou seja, com a mesma “experiência demográfica”. As medidas de coorte são usadas para quantificar eventos demográficos nesses grupos. Medidas em graduações ou nascimentos são um exemplo claro.
Período de medição
Refere-se aos estudos realizados sobre um grupo em um espaço específico, registrados em um determinado momento histórico. Por exemplo: a taxa de mortalidade mundial em 2016 foi de 36 por 1.000 nascimentos.
Tipos de fontes de coleta de dados
Para a realização de estudos demográficos, existem várias formas de coletar informações. De acordo com o tipo de estudo e as hipóteses em que está trabalhando, os pesquisadores decidirão qual a metodologia mais adequada ao projeto. Algumas delas são:
Censo populacional
De acordo com a definição das Nações Unidas, o processo de coleta, compilação, classificação, avaliação, análise e publicação de dados demográficos, econômicos e sociais de um determinado grupo é denominado censo. Geralmente é realizado em grande escala em nível de país, a cada dez anos. Estão incluídas informações sobre sexo, gênero, religião, educação, etc.
Sistema de registros
É o estudo das informações coletadas historicamente por meio de registros oficiais, em um determinado espaço ou sociedade. Alguns registros podem ser certidões de nascimento, certidões de óbito, documentação de imigração ou registros populacionais.
Ao contrário do censo, que geralmente envolve meses de desenvolvimento e estudo porque envolve a participação de milhares de pessoas, a amostragem é um método particularmente rápido. Trata-se da seleção de pessoas que compõem um subgrupo que possui as mesmas características da população total, ou seja, uma “amostra” social.
Fontes não convencionais
Quando os métodos acima não podem ser realizados em uma investigação, é comum recorrer a outras formas de análise. A coleta de dados de organizações não governamentais, religiosas, escolas, hospitais ou sindicatos, são alguns exemplos.
Referências
- Ajaero, C., Chukwunonso Onuh, J., & Nnadi, G. (2017). A natureza e o alcance da geografia populacional.
- González Pérez, V. (sf). A geografia da população no ordenamento do território.
- Davies Withers, S. (nd). Geografia da população.
- López Torres, JM (sf). Geografia da população: introdução aos indicadores demográficos.
- Khalil Elfaki, W. (2018). Geografia da população: conceitos e abordagens.