O globo pálido é uma pequena massa de matéria cinzenta localizada na base do cérebro. Acontece que é o menor núcleo dos gânglios da base. Ele se conecta diretamente com o putâmen e o núcleo caudado, e suas projeções são direcionadas para os núcleos talâmicos. Sua união com o putâmen forma o núcleo lenticular.
Suas principais funções estão relacionadas ao controle dos movimentos voluntários subconscientes, como a coordenação da marcha ou o movimento dos braços. Da mesma forma, as alterações nessa região do cérebro costumam estar associadas à doença de Parkinson.
Balão pálido (azul claro)
O globo pálido é uma estrutura subcortical do cérebro. Constitui uma região do telencéfalo, portanto, eles estão localizados nas áreas superiores do cérebro.
Características do globo pálido
Apesar de fazer parte do telencéfalo, o globo pálido se destaca por conter múltiplas conexões com as regiões subcorticais do cérebro, principalmente com o tálamo e o subtálamo.
Na verdade, junto com os núcleos talâmicos, o globo pálido constitui o circuito motor conhecido como sistema extrapiramidal.
Por outro lado, o globo pálido destaca-se por fazer parte dos gânglios da base, sendo, nesse sentido, uma estrutura que estabelece conexões com os demais componentes dos gânglios da base, como o putâmen, o núcleo accumbens e o núcleo caudado.
Finalmente, a conexão específica entre o globo pálido e o putâmen forma outro sistema conhecido como núcleo lenticular.
Anatomia
Balão pálido (vermelho).
O globo pálido é composto de células chamadas neurônios pálidos. Estes são caracterizados por apresentarem um tamanho grande com um grande número de dendritos com extensões maiores que a maioria dos neurônios.
Da mesma forma, os dendritos dos neurônios pálidos têm a particularidade de ter uma forma tridimensional de discos planos, paralelos entre si. Os dendritos estão localizados na borda do núcleo do neurônio e perpendiculares aos axônios aferentes da célula.
Por outro lado, o globo pálido é atravessado por um grande número de axônios mielinizados. A mielina contida nos axônios dos neurônios dessa estrutura confere uma aparência branca ao núcleo, por isso é chamada de pálida.
Por fim, outra peculiaridade do globo pálido é que, devido ao grande comprimento de seus dendritos, estes são encontrados em todas as regiões da estrutura e fazem sinapses constantes.
Peças
Em primatas, o globo pálido é dividido em duas grandes partes separadas pela lâmina medular. As duas estruturas que constituem o globo pálido são freqüentemente chamadas de partes internas e externas. Ambas as regiões são compostas por núcleos fechados, que são circundados por paredes mielinizadas.
Recentemente, foi postulada uma nova forma de nomear as partes do globo que distinguem o núcleo entre pálido ventral e pálido medial.
O globo pálido medial, como seu nome sugere, representa a região média do globo pálido. É menor que a parte ventral.
Por sua vez, o pálido ventral encontra-se dentro da substância inominada e recebe conexões eferentes do estriado ventral. Esta parte do globo pálido é responsável por projetar fibras mielinizadas para os núcleos dorsal e dorso-medial do tálamo.
Da mesma forma, certos neurônios podem ser enviados para o núcleo pedunculopontino e áreas tegmentais motoras.
A atividade do globo pálido ventral é muito mais importante do que a do globo pálido medial, pois é responsável pela projeção das fibras. Nesse sentido, sua principal função baseia-se em servir como interface motora límbico-somática. Da mesma forma, está envolvido no planejamento e na inibição de movimentos.
Função
O globo pálido é uma estrutura cerebral que está principalmente envolvida na regulação do movimento voluntário. Constitui uma pequena parte dos gânglios da base que, entre muitas outras coisas, regulam os movimentos que ocorrem no nível subconsciente.
Quando o globo pálido é danificado, a pessoa pode apresentar distúrbios de movimento, uma vez que o sistema que controla esses tipos de atividades está desregulado.
Nos casos em que o dano ao globo pálido é induzido intencionalmente por meio de um procedimento denominado polidotomia, a inibição dessa estrutura cerebral pode ser útil na redução dos tremores musculares involuntários.
Este fato é explicado porque dentro do processo motor do cérebro, o globo pálido desempenha um papel principalmente inibitório. Essa ação inibitória serve para equilibrar a atividade excitatória do cerebelo.
Assim, a função do globo pálido e do cerebelo é projetada para trabalhar em harmonia entre si, produzindo movimentos adaptados, controlados e uniformes.
Cerebelo
Desequilíbrios em qualquer região podem causar tremores, espasmos e outros problemas motores, como os observados em pacientes com doenças neurológicas degenerativas.
Ressalta-se que, ao contrário de outros núcleos dos gânglios da base, o globo pálido atua apenas no nível inconsciente, não participando da execução de movimentos conscientes como comer, vestir-se ou escrever.
Doenças relacionadas
As doenças associadas a disfunções ou deterioração do globo pálido são principalmente condições motoras. Nesse sentido, a doença de Parkinson é o distúrbio que mais significativamente se correlacionou com essa estrutura cerebral.
Essa patologia provoca uma ampla gama de sintomas, entre os quais se destacam as manifestações motoras como tremores, rigidez nos braços, pernas e tronco, lentidão dos movimentos, problemas de equilíbrio e coordenação ou dificuldades para mastigar, engolir ou falar.
De todas essas manifestações, postula-se que a disfunção do globo pálido explicaria apenas os sintomas motores involuntários. Ou seja, rigidez muscular, perda de equilíbrio ou tremores seriam causados por uma condição no complexo funcional globo pálido-cerebelo.
Em contraste, outros sintomas, como movimentos lentos ou manifestações cognitivas e psicológicas, estariam associados à disfunção de outras regiões do cérebro.
Referências
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