- Os livros mais importantes de Sigmund Freud
- 1- Neuropsicoses de defesa (1894)
- 2- A interpretação dos sonhos (1900)
- 3- Três Ensaios sobre Teoria do Sexo (1905)
- 4- Totem e tabu (1913)
- 5- Introdução do narcisismo (1914)
- 6- Unidades e destinos de direção (1915)
- 7- A repressão (1915) e 8. O inconsciente (1915)
- 9- O Eu e o Isso (1923)
- 11- Psicopatologia da vida cotidiana (1901)
- 12- O futuro de uma ilusão (1927)
- 13- Moisés e a religião monoteísta (1939)
- Outras
- Referências
Hoje trago uma lista dos livros mais importantes de Sigmund Freud, que você deve saber se quiser estudar um pouco de psicanálise, tiver curiosidade sobre a teoria psicanalítica ou simplesmente quiser desfrutar de um livro bem escrito.
Sigmund Freud (1856 - 1939) foi um neurologista austríaco e fundador da Psicanálise, prática formulada para o tratamento de transtornos psicopatológicos, a partir do diálogo entre o paciente e o psicanalista.
Seu trabalho foi prolífico e deixou uma marca na cultura e na história da humanidade; vários termos conceituados por ele (como o inconsciente) tornaram-se parte do conhecimento popular e da cultura ocidental. Tal era a qualidade de sua escrita, do ponto de vista de estilo e conteúdo, que lhe rendeu o prestigioso Prêmio Goethe em 1930.
Suas teorias marcaram o tratamento das psicopatologias tanto pela psicologia quanto pela psiquiatria, já que Freud preconizava um tratamento no qual a doença mental tivesse estreita relação com a história pessoal, familiar, social e até cultural do paciente que sofre.. Freud, em "Psicologia das massas e análise do self", afirma que toda psicologia é psicologia social.
A sua obra foi compilada e comissariada em espanhol pela editora Amorrortu Editores, abrangendo uns impressionantes 23 volumes, sem contar outras publicações de carácter mais intimista, como cartas ou manuscritos.
Os livros mais importantes de Sigmund Freud
1- Neuropsicoses de defesa (1894)
É um dos primeiros textos de Freud, onde começa a delinear ideias que posteriormente desenvolveria ao longo de toda a sua carreira.
Neste livro, ele introduz o conceito de divisão de consciência, onde parte do fato de que a consciência é inacessível ao "eu" (que não é o eu que desenvolveria mais tarde).
Seus primeiros insights devem-se aos estudos que realiza sobre a histeria, nos quais constata que não há lesões orgânicas no sofrimento das mulheres e que o sintoma ocorre em conseqüência dessa excisão.
A cisão decorre de uma representação inconciliável com as demais que, geralmente, advêm da vida sexual. Esse conflito entre representações aciona a defesa, gerando a cisão mencionada.
Essa divisão permite separar a quantidade de afeto vinculada à representação inconciliável. Assim, a RI permanece inconsciente e a quantidade de afeto está ligada a uma representação substituta que geralmente tem ligações lógicas com a RI, o que pode causar sintomas histéricos.
Nessa obra, Freud afirma que o aparelho psíquico é regido pelo Princípio da constância, cuja função é eliminar todo tipo de desprazer para manter o equilíbrio energético.
2- A interpretação dos sonhos (1900)
Sem dúvida uma de suas obras mais importantes e talvez a mais conhecida. Nesta obra, Freud publica avanços teóricos importantes, detalhando em profundidade seus desenvolvimentos sobre o inconsciente em relação aos sonhos.
Detalha, por meio do Esquema do pente, que o aparelho psíquico funciona de maneira semelhante a uma câmera fotográfica. De um lado está o pólo perceptivo, que registra estímulos externos ou internos.
No meio estão traços de memória do que foi percebido anteriormente que são ativados de acordo com o estímulo percebido. Do outro lado está o pólo motor, que realiza uma ação em resposta a esse estímulo.
A novidade do esquema é, no entanto, que Freud coloca a percepção e a ativação da memória como inconscientes primeiro e como conscientes depois: isto é, só nos tornamos cientes do que é percebido (muito) depois que o fato ocorreu, mas já temos agiu em conformidade inconscientemente.
Em relação à análise dos sonhos, Freud trabalha na interpretação da história do sonho, uma vez que não está interessado em quão bem o analisando se lembra do sonho, mas sim na história que ele monta na sessão de terapia sobre ele. Freud desenvolve quatro componentes do trabalho dos sonhos:
- Condensação: O conteúdo manifesto do sonho é uma condensação ou compêndio de pensamentos latentes. Esses elementos têm algo em comum, um nexo lógico, então o manifesto é sobredeterminado.
- Deslocamento: Graças à censura onírica (que se assemelha à repressão em sua forma de agir), o deslocamento consiste na passagem de um elemento importante para o sujeito para outro sem importância. Desse modo, o sonho se torna algo estranho e estranho.
- Transposição em imagens: é a encenação do sonho. Consiste na desfiguração dos pensamentos latentes e sua mistura com os restos diurnos por meio de condensação e deslocamento para mostrar as imagens do próprio sonho.
- Elaboração secundária: é após o sonho e se refere ao ato de contá-lo. Aqui, ele busca ordenar os eventos que ocorreram no sonho temporal e espacialmente e é uma parte importante de sua análise.
Sonho de injeção de Irma
Como exemplo, tomemos o famoso sonho de Freud com a "injeção de Irma". Nele, Freud reconhece que, por condensação, Irma representa várias mulheres, suas pacientes que relutam em tratá-la.
Por deslocamento, o sentimento de culpa e responsabilidade pela doença de Irma é atribuído a outro médico quando era o próprio Freud quem se sentia culpado pelo sofrimento de seu paciente. A transposição em imagens é a cena do próprio sonho, como a experiência de Freud; a elaboração secundária é o famoso conto.
3- Três Ensaios sobre Teoria do Sexo (1905)
Outro texto fundamental na obra de Freud em particular e na teoria psicanalítica em geral, aqui é feita uma nova abordagem da sexualidade, fazendo uma separação entre ela e a genitalidade.
O primeiro é um conceito amplo, que inclui as formas de se relacionar e sentir do sujeito, enquanto o segundo diz respeito exclusivamente à genitália, à relação sexual e ao onanismo. A genitalidade faz parte da sexualidade.
Freud aqui desenvolve o conceito de pulsão como conceito de fronteira porque relaciona o psíquico com o biológico, afirmando que a pulsão é a resposta psíquica a um estímulo biológico interno do qual o sujeito não pode escapar.
Também traz desenvolvimentos importantes em relação à sexualidade infantil. Ele afirma que a sexualidade infantil tem duas fases: a primeira em uma idade precoce e marcada principalmente pelo erotismo e pelo prazer pulsional. A segunda fase ocorre com a entrada na puberdade e o aparecimento de características sexuais secundárias. Entre as duas fases existe um período de latência.
No desenvolvimento da sexualidade infantil, ele postula as famosas fases de sua organização: oral, anal, fálica e genital. Cada um leva seu nome a partir do objeto de satisfação que são, respectivamente, a boca, o ânus e o pênis (clitóris na mulher).
A diferença entre os estágios fálico e genital é que, no estágio fálico, as crianças têm a teoria inconsciente de que existe apenas um genital, o falo / pênis.
No órgão genital, a genitália feminina é reconhecida, embora no inconsciente persista a crença de que só existe um genital, o falo, que pode estar presente ou ausente. Essas fases ocorrem tanto em homens quanto em mulheres.
4- Totem e tabu (1913)
Um trabalho de natureza mais antropológica do que psicológica, Freud baseia-se em observações feitas de povos indígenas australianos, bem como estudos de Darwin, Atkinson e Robenson-Smith.
Embora as teses antropológicas estejam desacreditadas hoje, seus desenvolvimentos sobre o complexo de Édipo continuam a ser importantes na psicanálise hoje.
Freud afirma a existência de uma repressão primordial feita a um "Pai primordial". O mito do assassinato desse pai explica o surgimento da lei e da cultura entre seus filhos. Freud afirma que o ato de assassiná-lo e devorá-lo funda a cultura em uma perda (a do pai).
As crianças cometeram um crime pelo qual se sentem culpadas e, para evitar que volte a acontecer, promulgam uma lei que impede que ninguém os substitua.
Assim, o incesto é proibido por não se poder levar a mãe como casal, por isso os filhos são obrigados a fazer exogamia e procurar mulheres de outras tribos para que possam tomar como companheiras.
5- Introdução do narcisismo (1914)
Este escrito surge em parte como uma emenda à sua teoria das pulsões que havia sido duramente criticada por seu ex-discípulo Carl Jung anteriormente. Aqui, Freud introduz o narcisismo em sua teoria sexual como uma parte estrutural do sujeito, que se forma antes que o sujeito possa investir objetos libidinalmente.
A energia sexual é primeiro colocada no Self durante o desenvolvimento sexual, por meio do qual o Self se libidiniza. Essa libidinização é um complemento ao egoísmo das pulsões de autopreservação, pois é graças à libido que o sujeito tem o desejo de preservar seu ego.
É necessário que previamente haja um eu constituído e libidinizado para que essa libido saia do eu (embora nunca totalmente) e se deposite nos objetos de amor.
Os objetos, entretanto, podem se perder e quando a libido ocorre, ela se afasta deles e retorna a si, depositando-se em suas fantasias, o que permite ao objeto "viver" em um nível fantasmático.
6- Unidades e destinos de direção (1915)
Neste escrito, Freud desenvolve o conceito de pulsão em detalhes. Aqui, o modelo de estímulo-resposta do esquema de Peine muda, afirmando que os estímulos de impulso (isto é, estímulos de impulso) operam com força constante e não podem ser fugidos ou atacados.
A unidade possui quatro componentes:
- Esforço / impulso: É a soma da força ou medida do trabalho constante realizado pelo drive.
- Objetivo / fim: É a satisfação alcançável ao cancelar o estado de estimulação da fonte.
- Objeto: a pulsão atinge seu objetivo por meio dele. É um instrumento.
- Fonte: O próprio corpo, seus orifícios, sua superfície. É experimentado como excitação.
A pulsão não está satisfeita no objeto. Por meio da libido, o Ego investe um objeto pelo qual a pulsão pode ser satisfeita (cancelar seu estímulo), utilizando-a como instrumento.
Como o estímulo é constante, a pulsão está continuamente em busca de objetos para atingir seu objetivo, que só o alcançará quando morrer.
7- A repressão (1915) e 8. O inconsciente (1915)
Essas duas obras estão tão intimamente relacionadas que é muito difícil falar de uma sem ter que mencionar a outra.
Freud detalha a natureza do inconsciente, dando-lhe três definições: uma descritiva (tudo o que não é consciente), uma dinâmica (são os conteúdos reprimidos) e uma sistêmica (é o funcionamento do inconsciente como estrutura do aparelho psíquico).
Sobre a natureza da repressão, Freud afirma que houve uma repressão primária anterior à repressão comumente conhecida ou secundária. Essa repressão primária não era conteúdo, mas o fundamento do inconsciente ao separá-lo do consciente.
É uma operação fundadora que inscreve a representação da pulsão na psique e dá conta do funcionamento particular do inconsciente, onde governam leis diferentes das da consciência ou da realidade.
9- O Eu e o Isso (1923)
Nesse texto Freud afirma que o indivíduo é antes de mais nada um Isso, ou seja, não tem consciência de si mesmo e age segundo o Princípio do Prazer, buscando sua satisfação instintiva por meio dos objetos.
O Id é totalmente inconsciente, mas uma parte dele é alterada por causa de sua relação com o mundo externo, tornando-se o eu, que é parcialmente consciente.
O superego, por sua vez, é constituído por alterações do ego (de natureza inconsciente). Essas alterações vêm da consciência moral e da autocrítica, bem como de um sentimento inconsciente de culpa. O superego é extremo, cruel e feroz e dele surge a necessidade de punição.
A parte consciente do eu está relacionada ao acesso à motilidade. O Self é um vassalo de três senhores:
Do Id, que busca constantemente a satisfação instintiva, obrigando o Ego a investir libidinalmente diferentes objetos.
Da realidade, visto que não pode investir nenhum objeto e deve respeitar as regras e leis da realidade em que vive.
Do Superego, por ter que respeitar a própria moral e a moral social, bem como pela necessidade de se punir por infringir as leis.
10- O mal-estar da cultura (1930)
Trata-se de um ensaio que, junto com "Psicologia das massas e análise de si", compõe suas obras mais conhecidas e relevantes no estudo da psicanálise social do século XX.
O tema principal da escrita é a divergência que existe entre os impulsos naturais do homem e as restrições impostas pela sociedade e cultura, ou seja, enquanto a cultura cria unidades sociais mais estáveis, ela restringe os impulsos sexuais e agressivos do indivíduo, criando um sentimento de culpa.
Por isso, a cultura gera sofrimento e insatisfação e se ela cresce, o desconforto e a culpa aumentam progressivamente.
11- Psicopatologia da vida cotidiana (1901)
É uma obra em que Freud descreve temas e termos fáceis de entender, relacionados a situações cotidianas como erros ou falhas comuns.
Essas situações não ocorrem por acaso, mas por causa do inconsciente ou pré-consciente. Embora não queiram realizar determinadas ações que o indivíduo as realiza, um exemplo disso é nomear alguém que eles não desejam nomear.
Além disso, Freud descreve "memórias de camuflagem", que vêm desde a infância e causam algum problema, conflito ou repressão.
12- O futuro de uma ilusão (1927)
Neste escrito, Freud trata como tema central a relação entre cultura e religião. Ele descreve o início, a evolução, a psicanálise e o futuro da religião nas sociedades.
Concluindo como uma crítica pessoal, Freud considerou que a religião era apenas um esquema de falsas crenças. Ele descreve que a aceitação da religião significa desistir da satisfação instintiva natural do homem.
13- Moisés e a religião monoteísta (1939)
É a última obra publicada por Freud em vida, reúne três ensaios, que descrevem as origens da crença em um só Deus.
Além disso, ele expressa suas opiniões sobre as origens, destino e relação dos judeus com Moisés. Para o pai da psicanálise, o povo judeu mata Moisés e reprime coletivamente esse fato de suas mentes, depois de um tempo a memória reprimida aparece e com ela o povo judeu e sua religião nascem.
Outras
14- A piada e sua relação com o inconsciente
15- Uma memória de infância de Leonardo da Vinci
16- Contribuição para a história do movimento psicanalítico
17- Esquema de psicanálise
18- Inibição, sintoma e angústia
19- afasia
Qual você acha que foi o livro mais importante de Freud?
Referências
- Freud, S.: Neuropsicose de defesa, Amorrortu Editores (AE), volume III, Buenos Aires, 1976.
- Freud, S.: A interpretação dos sonhos, IV, idem.
- Freud, S.: Três ensaios sobre teoria sexual, AE, VII, idem.
- Freud, S.: Totem e tabu, XIII, idem.
- Freud, S.: Introdução do narcisismo, XIV, idem.
- Freud, S.: Drives e destinos de drive, idem.
- Freud, S.: Repressão, idem.
- Freud, S.: O inconsciente, idem.
- Freud, S.: Psicologia das massas e análise de si, XVIII, idem.
- Freud, S.: O ego e o id, XIX, idem.