O hominídeo Lucy é um esqueleto da espécie Australopithecus afarensis descoberto em Hadar, Etiópia. Foi na época o registro fóssil mais antigo de um hominídeo: data de pouco mais de 3 milhões de anos.
No sentido tradicional do termo, um hominídeo se refere aos humanos modernos e aos fósseis de sua própria linha evolutiva. Ou seja, as espécies que surgiram após a separação com os chimpanzés.
Donald Johanson, descobridor de Lucy
No caso de Lucy, é um esqueleto feminino jovem bastante completo. Este hominídeo media 1,1 metros e pesava cerca de 29 quilos.
Acredita-se que esse fóssil represente o estágio em que chimpanzés e humanos divergiram em sua evolução.
Descobertas anteriores
Antes da descoberta de Lucy, os primeiros representantes do gênero Australopithecus já haviam sido encontrados. Este gênero inclui espécies do sul e leste da África.
O nome desse grupo de fósseis foi cunhado em 1924, após a descoberta de parte de um crânio.
Parecia ter características humanas e de macaco, e claramente pertencia a uma criatura que andava ereta, dependendo da posição da medula espinhal.
O anatomista Raymond Dart voltou sua atenção para o fóssil, pois era diferente de qualquer criatura que ele já tinha visto antes.
Dart propôs uma nova categoria taxonômica para sua descoberta: Australopithecus africanus. Além disso, ele sugeriu que este espécime representava uma forma extinta ancestral dos humanos.
Com isso, ele atraiu todo tipo de crítica da comunidade científica. A ciência ainda não estava pronta para aceitar certas teorias.
Nos 50 anos seguintes, descobertas de novos ancestrais humanos foram feitas de tempos em tempos. Isso incluiu diferentes espécies de Australopithecus.
Mas as múltiplas descobertas na década de 1970 trouxeram um novo nível de compreensão sobre as origens humanas. Uma dessas grandes descobertas foi o famoso esqueleto conhecido como Lucy.
Descoberta de Lucy
Em 24 de novembro de 1974, Donald Johanson e Tom Gray estavam voltando de uma jornada matinal de mapeamento e exploração de fósseis em Hadar.
Enquanto tomava um caminho diferente de volta para seu veículo, Johanson descobriu uma pequena parte de um osso do cotovelo. Ele imediatamente reconheceu que vinha de um ancestral humano.
Pouco depois, ele viu um osso occipital, algumas costelas, um fêmur, uma pelve e a mandíbula. Era óbvio que a descoberta foi importante, visto que os sedimentos no local tinham 3,2 milhões de anos.
Naquela noite, ao ouvir a música dos Beatles Lucy in the Sky with Diamonds, alguém do acampamento sugeriu nomear o fóssil Lucy. Pelo tamanho do esqueleto, deduziram que era uma mulher.
Desde então, é o nome usado para o ancestral potencial mais antigo de cada espécie de hominídeo conhecida.
Duas semanas se passaram e, após extensa escavação, triagem e classificação, centenas de fragmentos de ossos foram encontrados. Estes representavam 40% de um único esqueleto hominídeo.
Após 4 anos, Lucy foi oficialmente descrita. Era membro de uma nova espécie chamada Australopithecus afarensis, e estava claro que era um dos fósseis mais relevantes já descobertos.
Referências
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