- Biografia
- Primeiros anos
- Vida academica
- Trajetória
- Teoria sociológica
- Outras contribuições
- Tocam
- Estrutura social e anomia
- Teoria e estrutura social
- Referências
Robert Merton (1910-2003) foi um pesquisador americano. Seu objetivo era que os estudos sociais fossem reconhecidos no campo da ciência, então ele se concentrou no desenvolvimento de um novo método de investigação, que visava analisar o comportamento dos indivíduos e a organização das instituições do Estado.
O projeto deste sociólogo era examinar os vários grupos que habitavam os Estados Unidos e determinar por que seus pensamentos e ações variavam. Desse modo, percebe-se que alguns de seus trabalhos enfocaram regiões periféricas. Afirmou que as reflexões até agora feitas apenas explicam os fatos como um todo.
Robert Merton. Fonte: Eric Koch / Anefo Isso ocorreu porque os especialistas não escreviam sobre os acontecimentos do cotidiano, que eram essenciais para saber para entender a realidade. Diante disso, Merton expressou que a função dos humanistas era observar os diferentes costumes da população e estabelecer como surgiram os conceitos de cultura e identidade.
O propósito desse autor era institucionalizar o conhecimento: ele queria que os cientistas valorizassem a sociologia como disciplina acadêmica. Ressalte-se que seu trabalho revolucionou o campo da pesquisa, por isso recebeu os seguintes prêmios: Prêmio John Desmond Bernal (1982), Medalha Nacional de Ciência (1994) e Distintivo Derek de Solla (1995).
Além disso, recebeu o título de Doutor Honoris Causa em mais de vinte ocasiões. Ao longo de sua carreira, ele foi membro de instituições como a National Academy of Sciences, a British Academy, a Royal Swedish Academy of Sciences, a American Philosophical Society ou a European Academy e American Academy of Arts and Sciences.
Biografia
Primeiros anos
Robert King Merton nasceu em 4 de julho de 1910, na Filadélfia. Ele era filho de imigrantes judeus, por isso seu primeiro nome era Meyer Robert Schkoinick. Para evitar preconceito, quando tinha 14 anos disse que seu nome era Robert Merlin; mas em 1929 ele recorreu ao sistema legal com o propósito de rebatizar a si mesmo como Robert Merton.
Cresceu em um ambiente onde se rejeitava a discriminação e as guerras, já que seus pais vivenciaram indiretamente as injustiças causadas pelos movimentos bélicos ocorridos na Europa no final do século XIX; bem como a desigualdade e o caos causados pela construção de indústrias, uma vez que a força de trabalho foi deslocada pelas máquinas.
Desde cedo se interessou por leitura e pintura. É por isso que ia constantemente à Biblioteca Andrew Camegie e ao Museu de Arte. Além disso, ele procurou se distanciar das gangues de criminosos que viviam perto de sua casa. Ele completou seus estudos primários e secundários na South Philadelphia High School.
Em 1927 obteve uma bolsa para estudar Filosofia na Temple University. Nesse instituto conheceu o professor social George Simpson, que lhe ensinou como a imprensa repudiava as histórias e imagens de pessoas de pele escura. Compartilhar com esse pesquisador foi fundamental para Robert, já que ele decidiu seguir seu objetivo e ingressou na faculdade de Sociologia.
Vida academica
No início dos anos 1930, ele participou do evento da American Sociological Association, onde conheceu Pitirim Sorokin, um autor russo que fundou o departamento de estudos sociais em Harvard e convenceu Merton a continuar sua carreira em Harvard. Então ele se mudou para Massachusetts em 1931 e conseguiu uma bolsa para se formar em humanidades.
Além disso, ele começou a trabalhar como assistente de Sorokin. Durante esse tempo, Robert se apaixonou pelas muitas perspectivas que as obras sociológicas europeias exibiam. Ele também começou a ler as análises de Émile Durkheim e abordou a hipótese de Talcott Parsons. Graças às abordagens desses escritores, Merton iniciou sua reflexão sobre o funcionalismo.
Da mesma forma, ele se dedicou a investigar como a tecnologia transformou a vida das pessoas. Em 1933 ele alcançou a posição de preparador. Em 1934 ele se casou com Suzanne Carhart. O casal se estabeleceu na aldeia Hastings-on-Hudson e teve três filhos: Stephanie, Robert e Vanessa.
Vale lembrar que Robert Junior seria um gênio da economia e ganharia o Prêmio Nobel em 1997. Porém, em 1936 Merton defendeu sua tese de doutorado intitulada Ciência, tecnologia e sociedade na Inglaterra do século XVII, texto que lhe conferiria o cargo de professor título.
Trajetória
Devido à instabilidade econômica gerada pela Grande Depressão (1929), em 1939 Merton mudou-se para Nova Orleans. Nessa cidade, ele assumiu a função de professor da Universidade de Tulane. Pouco depois foi promovido a diretor da Escola de Sociologia; mas em meados de 1940 ele recebeu uma notificação de que a Universidade de Columbia estava procurando por dois professores sociais.
Participou e adquiriu uma das cadeiras, razão pela qual em 1941 regressou a Nova Iorque. A partir desse momento ele se concentrou em ensinar e escrever. No decorrer de seu trabalho, ele teve vários alunos de destaque, entre eles Juan Linz, Peter Blau, Daniel Bell e Seymour Martin Lipset.
Em 1942, ele se reuniu com Paul Lazarsfeld para escrever a obra Massive Persuasion, que foi lançada em 1946. Ele também foi nomeado presidente do Office of Applied Social Research, cargo que ocupou por cerca de 29 anos. Em 1947 ele foi promovido a educador efetivo. Em 1957, ele foi entregue à liderança da American Sociological Association.
Em 1968, Merton se divorciou de Carhart e se envolveu com Harriet Zuckerman. Em 1979, ele se aposentou como professor emérito da Universidade de Columbia. A partir desse momento ele se concentrou em dar algumas palestras na Universidade Rockefeller e editar os textos que seriam publicados na revista Qualitative and Quantitative Social Research. Ele faleceu em 23 de fevereiro de 2003.
Teoria sociológica
Para Merton, as estruturas sociais eram o que determinava o homem. Este autor expressou que o indivíduo agia de acordo com os ideais do país; mas nem todos atendiam a esses parâmetros por falta de recursos e suporte. Por isso, certas pessoas costumavam recorrer ao assassinato ou ao roubo para ingressar no sistema estatal.
Foi assim que surgiu o processo de anomia, onde os moradores perderam sua identidade para se adequar a um projeto institucional. O objetivo desse sociólogo era retratar que as necessidades da população não eram naturais, mas culturais, uma vez que a nação exigia um estilo de vida que dava origem a comportamentos desiguais.
Isto é, as políticas contraditórias dos organismos governamentais fizeram que os seres desenvolvessem reações inadequadas. Esses comportamentos eram aqueles que os especialistas deveriam examinar. Ele propôs que os pesquisadores não confiem apenas em teorias, mas no estudo de campo.
Expressou que a investigação empírica era a metodologia adequada para compreender a organização da sociedade e os diferentes grupos que a habitavam.
A teoria de Merton é explicada em uma caixa. Fonte: Wykis
Outras contribuições
O trabalho realizado por Merton contribuiu para a formação da sociologia como cadeira acadêmica. Isso porque ele expôs técnicas específicas para que a disciplina fosse estudada com imparcialidade. O objetivo era dar um caráter científico e utilitário ao assunto. Portanto, as histórias deveriam ser descritas como ocorreram, sem alterar os eventos.
Outra de suas contribuições foi estabelecer que a análise social não se limitava à área das ideias, abrangendo também os campos político, econômico e tecnológico. Ele destacou a importância dos cientistas, que possuem a capacidade de ordenar as manifestações culturais. Esse sociólogo criou o conceito de ethos científico, que designava a inimizade ou união entre pesquisadores.
Sua teoria foi fundamental para o surgimento da Cientometria, que pode ser definida como o instrumento que detalha se uma tese é objetiva ou parcial. Para que os especialistas não elaborassem hipóteses subjetivas, Robert levantou três questões que haviam sido pouco examinadas durante o século XX:
-A sociologia do conhecimento.
-A organização do sistema social.
-A construção da ideologia comunal.
Tocam
Ao longo de sua carreira, Merton escreveu 28 obras e mais de 200 artigos. Seus livros se destacaram por relacionar temas periféricos, como crime, papel do imigrante e racismo. Além disso, ele explicou o papel da burocracia e das profissões. Os textos que mais se destacaram foram:
- A estrutura normativa da ciência (1942).
- Sociologia da ciência (1957).
- Current Sociology (1959).
- Problemas da sociedade contemporânea (1961).
- Pesquisa social e exercício das profissões (1982).
- Estrutura social e científica (1996).
Estrutura social e anomia
Neste escrito é exposto como o capitalismo condicionou o ser. Narra que o crime nasce quando o Estado não oferece oportunidades aos homens de baixa renda, por isso procuram outros meios para sobreviver. Alude que a ciência e as instituições governamentais estão relacionadas, pois uma depende da outra.
Teoria e estrutura social
Este trabalho mostra que a sociedade compreende funções manifestas e latentes. Os primeiros referem-se aos valores que identificam os habitantes, enquanto os segundos se caracterizam por serem os costumes impostos pela nação, que buscam que as pessoas se adaptem ao mundo exterior.
Referências
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- Díaz, O. (2011). Anomia, normalidade e função do crime na perspectiva de Robert Merton. Obtido em 29 de dezembro de 2019 do Departamento de Sociologia: sociologia.fas.harvard.edu
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- Orozco, L. (2010). Rumo a uma conceituação de Robert K. Merton. Obtido em 29 de dezembro de 2019 do Journal of Social Studies: incoudsoc.org
- Stigler, A. (2004). Robert Merton e a inovação social. Sobre suas análises periféricas. Obtido em 29 de dezembro de 2019 da Universidade John Hopkins: jhu.edu
- Torres, N. (2002). Cientometria e o ethos científico. Recuperado em 29 de dezembro de 2019 da Faculdade de Ciências Sociais: fcs.academia.edu
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