- Características do ensaio científico
- Brevidade e singularidade
- Caráter pessoal
- Variedade de temas
- Suficiência no conteúdo
- Pensamento lógico e argumentação
- Originalidade do conteúdo
- Avaliação de ideia
- Alto rigor
- Discurso profissional e divertido
- Estrutura (partes)
- Título
- Resumo
- Introdução
- Conteúdo (corpo do ensaio)
- Conclusões
- Referências ou fontes
- Tópicos Frequentes
- Estágios
- Seleção de tema
- Delimitação do tema
- Coleta de informações
- Determinação da linha argumentativa
- Seleção de informação
- Descrição das fontes
- Preparação da minuta do texto
- Correção de rascunho
- Edição final do ensaio
- Exemplo
- Referências
Um ensaio científico é um texto em prosa relativamente curto sobre um tópico específico relacionado à ciência. Expressa um ponto de vista pessoal sobre o tema abordado a partir de informações coletadas e apresentadas de maneira objetiva. O autor desenvolve ideias de forma organizada e com linguagem técnica.
O substantivo ensaio vem do francês essai, que significa "tentativa", e também do verbo ensaiar, que significa "tentar algo". Estes, por sua vez, são derivados do latim exagium com o significado de "peso" ou "medida" e de exigência que significa "investigue" ou "certifique-se".
Em geral, a produção de um ensaio envolve a medição, avaliação, comparação e ponderação dos temas que o originam. Como gênero literário, o ensaio teve sua origem nos Essais (Essays, 1580) do filósofo e escritor francês Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592).
Por outro lado, no caso particular de um ensaio científico, embora um pesquisador possa ter vários propósitos ao escrever um ensaio, seu objetivo é, em última análise, persuadir os leitores. Por exemplo, ao comparar e contrastar duas teorias, o escritor espera convencer os leitores da superioridade de uma sobre a outra.
Da mesma forma, a produção de um ensaio científico pode ter como objetivo a opinião pessoal do autor em relação ao tema desenvolvido. Isso, para ser válido, deve ser apoiado com argumentos suficientes e válidos. Da mesma forma, é muito frequente que isso seja contrastado com ideias publicadas anteriormente por outros pesquisadores.
Quanto ao assunto, é amplo. Seu campo é o conhecimento científico humano. Nesse sentido, não há tópico do conhecimento humano que não possa ser objeto de investigação e posterior publicação de ensaio. Entre outros, qualquer assunto nas áreas médica, social e da natureza pode ser objeto de ensaio científico.
Características do ensaio científico
Brevidade e singularidade
O ensaio científico é curto e único. Assim, sem abusar do discurso, apresenta um tema inédito que é o eixo central do ensaio. Simultaneamente, deve cumprir o requisito de brevidade, mas sem ignorar os dados relevantes que constituem a base estrutural do ensaio.
Por outro lado, a singularidade também se estende ao sujeito. O ensaio científico aborda apenas um tema por obra. Pode ser complementado com temas secundários, pois o tema principal é apenas um.
Caráter pessoal
Um ensaio científico é um escrito de natureza fundamentalmente pessoal em que as próprias ideias do autor são expostas. Estes são apoiados ao longo do ensaio por evidências fornecidas por próprias pesquisas e idéias e as de outros ensaístas. As ideias retiradas de outros autores são devidamente indicadas e os créditos são respeitados.
Variedade de temas
Em geral, esse tipo de ensaio pode abranger um número infinito de tópicos. Praticamente, não existe uma área da ciência proibida para a produção dessas pesquisas.
Áreas como matemática, física ou ciências naturais, entre muitas outras, são frequentemente objetos de ensaios científicos.
Suficiência no conteúdo
O conteúdo do ensaio científico é escrito com a suficiência necessária para sustentar suas próprias idéias e refutar aquelas que se opõem a elas.
Durante o processo, o ensaísta mescla a lógica natural com sua capacidade intelectual no trabalho. Por outro lado, está repleto de detalhes para garantir a compreensão das ideias apresentadas.
Pensamento lógico e argumentação
O pensamento lógico do ensaísta se reflete em sua obra. Tanto a forma como o assunto é apresentado como a seqüência de seu desenvolvimento são baseadas em esquemas racionais e razoáveis. Desta forma, a defesa de suas próprias posições é facilitada.
Porém, o autor adapta o conteúdo de acordo com suas preferências e intenções, mas sempre privilegiando a razão e a integridade metódica.
Com o propósito de enriquecer o discurso, ele pode ocasionalmente derivar para ideias acessórias, mas sempre mantém a linha da ideia principal.
Por outro lado, a argumentação é feita com inteligência e lógica. A imprecisão é sempre evitada. As ideias são o produto de processos de discernimento e reflexão. O autor tenta antecipar possíveis dúvidas e argumenta para esclarecer tantas delas desde o início.
Originalidade do conteúdo
O conteúdo dos ensaios científicos é geralmente inovador e controverso. O plágio é - em todos os casos - muito mal visto e - às vezes - até legalmente condenado. Embora possam ser encontrados ensaios que tratam de ideias previamente discutidas por outros ensaístas, o ângulo de abordagem é sempre novo.
Avaliação de ideia
O ensaio científico convida o leitor a avaliar ideias, buscar informações adicionais e refletir. A originalidade das ideias apresentadas pelo ensaísta incentiva o pensamento de qualidade. Os leitores sentem no ensaio uma fonte de referência e consulta crítica.
Alto rigor
O processo de pesquisa e análise é produzido seguindo os cânones do alto rigor. Deve obedecer estritamente à realidade e não omitir nenhum tipo de informação. O autor apresenta os conteúdos evitando qualquer tipo de tendência e mantendo a objetividade.
Discurso profissional e divertido
Os principais leitores de um ensaio científico são os especialistas da área que constituem o tema central. Diante disso, o discurso deve ser especializado, objetivo e elegante, mas divertido o suficiente para não perder a atenção. Um tipo apropriado de discurso é aquele que incentiva a entrada e o feedback de ideias.
Estrutura (partes)
Título
O título de um ensaio científico informa o leitor sobre seu conteúdo. Isso deve ser simultaneamente conciso, mas informativo.
Ele também deve conter o mínimo de palavras possível, sem afetar a precisão e a clareza de suas informações. Para tanto, o autor deve cuidar da sintaxe e selecionar palavras que chamem a atenção do leitor.
Resumo
No resumo do ensaio científico, o autor indica a utilidade do tema abordado. Da mesma forma, indica os principais subtópicos que podem aparecer e delineia outros conceitos que são abordados no trabalho. As ideias propostas pelo ensaísta são brevemente explicadas nesta parte.
O resumo também é conhecido como resumo. Este nome deriva do latim “abstractum”, que significa “forma condensada de um texto”.
Nesta seção, o interesse pelo trabalho de ensaio é criado usando palavras-chave. Em geral, esta seção é limitada a um número máximo de palavras. Esse limite varia de 250 a 300.
Introdução
Na introdução, o ensaísta dá uma visão condensada do assunto que tratará na escrita. Para tanto, indica os pontos preliminares do assunto e as condições de origem.
Da mesma forma, responda à pergunta que deseja responder com o ensaio ou dê uma descrição que ajude o leitor a saber do que trata o trabalho. A seguir, descreva o que será discutido; as razões pelas quais o tema do ensaio é importante e sobre quais casos específicos você irá discutir.
Da mesma forma, o autor vislumbra nesta parte as conclusões a que vai chegar. Pelas regras já acordadas no meio, a introdução representa cerca de 10% da redação.
Conteúdo (corpo do ensaio)
O conteúdo ou corpo do ensaio inclui uma discussão aprofundada do tópico escolhido. Cada uma das seções da exposição é desenvolvida seguindo os critérios selecionados. Este desenvolvimento deve ter conteúdo suficiente, profundidade e seguir um estilo de fácil compreensão, tanto quanto possível.
A parte principal desta seção é a apresentação pessoal e sua argumentação. Da mesma forma, é o confronto das ideias do ensaísta com as de outros autores que trataram do mesmo assunto. Nesta parte, um estilo de raciocínio indutivo, dedutivo ou qualquer outro tipo validado é usado.
Por outro lado, as propostas desenvolvidas nesta seção são sustentadas por evidências. É costume terminar esta seção fazendo uma síntese com novas questões para trabalhos futuros. O desenvolvimento desta parte do ensaio costuma constituir 80% do trabalho.
Conclusões
Nas conclusões dos ensaios científicos, os ensaístas mencionam os resultados mais interessantes do trabalho desenvolvido. Muitos tendem a enfatizar que o tópico de seu ensaio ainda está em discussão. Mais tarde, eles recapitulam o que foi discutido.
Da mesma forma, explicam o tipo de metodologia que foi utilizada para chegar a tais conclusões e apontam como aprofundar o conhecimento sobre o assunto. Ao encerrar, o autor indica aos leitores de sua obra os campos de aplicação prática do estudo realizado e apresentado no ensaio.
Referências ou fontes
Nesta parte final do ensaio científico, o autor cita todas as fontes consultadas para o desenvolvimento de seu ensaio. Estes são citados de acordo com padrões internacionalmente aceitos. Freqüentemente, esses dados incluem título dos trabalhos, autores, ano de publicação, entre outros.
Tópicos Frequentes
Embora o tema de um ensaio científico possa ser praticamente qualquer um, os mais utilizados são aqueles que, de alguma forma, causam polêmica. Esse choque pode resultar de algum problema global ou regional que precisa de uma solução rápida.
Além disso, eles podem vir de descobertas recentes que atualizam o conhecimento em algum campo da ciência. Da mesma forma, podem ser resultado de avaliações feitas pelo ensaísta que contrastam com as concepções anteriores sobre o assunto.
Estágios
Seleção de tema
Nessa parte da produção, o ensaísta seleciona o tema dentro de uma determinada disciplina que, geralmente, é sua área de especialização.
Muitas vezes, a seleção é produto de suas reflexões durante sua atuação profissional. Também pode estar relacionado à solução de um problema dentro da área de interesse do pesquisador.
Delimitação do tema
Selecionado o tema, o próximo passo é a delimitação de seu estudo. Nesse nível de pesquisa, o autor faz hipóteses iniciais. Da mesma forma, ele se questiona sobre a viabilidade de resolver o problema e estabelece o escopo de seu trabalho.
Coleta de informações
A compilação das informações corresponde à etapa em que o autor procede à localização e leitura de diversos materiais informativos referentes ao tema selecionado. Para fazer isso, eles vão a fontes diferentes, como livros, internet e revistas.
Depois de coletado o material, o ensaísta passa a revisá-lo, lê-lo e resumi-lo, selecionando as informações mais pertinentes. Todo esse material compilado ajudará o autor do ensaio a posteriormente afirmar ou refutar suas próprias conclusões iniciais.
Determinação da linha argumentativa
Nesta fase do ensaio científico, uma linha de argumentação é escolhida. Consiste em estabelecer a seqüência de apresentação do trabalho. Além disso, o material (bibliografias, experimentos, resultados, entrevistas) é organizado de forma a incorporá-los no momento oportuno.
Seleção de informação
De acordo com a linha de argumentação escolhida, o ensaísta seleciona as informações que servirão de suporte à sua tese principal. Nessa fase, o pesquisador vincula as informações coletadas aos objetivos de seu trabalho e aos resultados de suas investigações ou experimentos.
Descrição das fontes
Esta parte do ensaio consiste no esboço da bibliografia possível que será incluída no final do trabalho. Nesse sentido, são coletadas todas as informações de detalhes como título da obra, autor, data de publicação e outros.
Os critérios de descrição dependem da citação e do formato de referência escolhido. Dentre os formatos disponíveis para ensaios científicos, pode-se citar o formato APA (American Psychology Association).
Preparação da minuta do texto
A preparação da minuta do texto consiste na montagem das informações. Nesta etapa, todos os dados dos textos consultados, as próprias ideias do autor e os resultados dos testes realizados são condensados na escrita. O principal critério nesta seção do ensaio é a fluência e a compreensão do texto.
Correção de rascunho
Uma vez concluída a minuta do ensaio científico, ela deve ser revista. Essa revisão é feita atentando-se para a linha argumentativa e expositiva. Ao mesmo tempo, as citações e paráfrases, referências entre parênteses, notas de rodapé e referências finais também são revisadas.
O processo de correção do rascunho é feito em duas fases:
- A primeira consiste em uma primeira revisão na qual são verificados tanto o conteúdo quanto a organização do ensaio. É de vital importância nesse nível que o conteúdo comunique sua finalidade ao leitor e que haja coesão entre suas partes.
- A segunda revisão enfoca os aspectos gramaticais. Entre eles, atenção é dada aos sinais de pontuação, acentuação, concordância entre gênero e número e ortografia.
Edição final do ensaio
A edição final do ensaio científico corresponde à parte formal e estética da obra escrita. Do lado da formalidade, o autor decide quem será o responsável pela preparação da apresentação ou prólogo. Geralmente, são profissionais da área da matéria do ensaio com experiência comprovada no tema abordado.
Do lado estético, o autor escolhe a forma visual de seu ensaio. O tipo de papel, capa, cores, entre outros atributos são selecionados nesta fase. O principal critério que prevalece nessa escolha é o econômico.
Exemplo
Em geral, qualquer ensaio científico é importante pelo grau de conhecimento e progresso que é gerado com sua publicação. No entanto, existem trabalhos especiais que marcaram um antes e um depois para a comunidade científica. Foi o que aconteceu no ensaio intitulado A Origem das Espécies, de Charles Darwin (1809-1882).
Seu título original em inglês era A origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida. Foi publicado em 24 de novembro de 1859.
Este trabalho apresentou a teoria científica segundo a qual as populações evoluíram de geração em geração ao longo do tempo por meio de um processo que foi batizado com o nome de seleção natural. Isso foi batizado de Teoria da Evolução e mudou totalmente a maneira como a origem da raça humana foi abordada.
Neste ensaio científico, Darwin apresentou uma grande quantidade de evidências para mostrar que diferentes formas de vida surgiram de descendência comum. A diversidade da vida foi um processo posterior que seguiu um padrão de evolução ramificado.
Referências
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- Dew, SE (2015). Habilidades práticas de redação de ensaios acadêmicos. Sydney: Lulu Press.
- Zemach, D e Stafford-Yilmaz L. (2008). Writers at Work: The Essay. Nova York: Cambridge University Press.
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- Universidade Nacional de Trujillo. (s / f). O ensaio. Retirado de econ.unitru.edu.pe.
- Universidade Universal. (s / f). Formato APA: Padrões APA atualizados. Retirado de uupr.org.
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- Tudo sobre ciência. (s / f). Origem das Espécies - Teoria e Prática. Retirado de allaboutscience.org.