- Flora do Rio Negro
- Lenga (
- Ñire
- Maqui (
- Fauna da província de Rio Negro
- Huemul patagônico (
- Pudu (Pudu Puda)
- Vizcacha de la Sierra (
- Referências
A flora e a fauna de Río Negro são representadas por espécies como a lenga, a ñire, o huemul patagônico, o pudu, entre outras. Río Negro é uma das seis províncias da Argentina que formam a Patagônia Argentina. Está localizada na zona centro-sul daquele país, estendendo-se, a oeste, desde o oceano Atlântico até a cordilheira dos Andes e a província de Neuquén.
Essa região é cortada, no sentido nordeste a sudeste, pelo rio Negro. Ao sul, a área geográfica é composta por planaltos áridos. A oeste estão o vale e as cadeias de lagos pertencentes aos Andes. Em relação à costa atlântica, forma o Golfo de San Matías.
Huemul da Patagônia. Fonte: Maqui do mundo mágico. Fonte: Denis.prévôt
Em Río Negro existem quatro ecossistemas: a estepe patagônica, a zona montanhosa, a floresta de montanha ocidental e a alta estepe andina. Nestes espaços geográficos desenvolvem-se várias espécies de flora e fauna, que se adaptaram às diferentes características de cada região.
Flora do Rio Negro
Lenga (
Esta árvore, que pertence à família Nothofagaceae, é representativa das florestas andinas da Patagônia do Chile e da Argentina.
O tamanho pode variar dependendo das características do habitat. Assim, poderia medir de 4 a 35 metros, com uma base larga de aproximadamente dois metros de diâmetro. Quando a lenga cresce em territórios de grande altitude, próximos a habitats nevados, geralmente aparece como um arbusto médio.
Em relação às folhas, são simples e de cor verde escura, podendo ter 2,5 a 3,5 centímetros de comprimento. Além disso, eles são dispostos alternadamente e em forma elíptica, com uma borda de crenate.
Durante o outono, a folhagem adquire tonalidades entre o amarelo e o vermelho. Essas mudanças de cor devem-se à presença de alguns pigmentos, como a antocianina.
As flores do carvalho branco, como também é conhecido o Nothofagus pumilio, são pequenas, monóicas e solitárias.
Ñire
O ñire é nativo do Chile e da Argentina, onde faz parte da floresta andina da Patagônia. Esta árvore de folha caduca tem um tronco fino, com uma casca semelhante a escamosas. A altura é geralmente entre 10 e 25 metros.
As folhas são simples, com uma borda bem serrilhada. São de cor verde, passando a amarelo ou laranja durante os meses de outono. Além disso, apresentam-se alternadamente e são recobertos por uma espécie de cera, o que lhes confere um aroma adocicado e um aspecto viscoso.
As flores ñire são discretas, caracterizadas por uma tonalidade verde amarelada. Já a fruta, de cheiro agradável, mede aproximadamente 6 milímetros. É composto por 4 válvulas, que contêm três nozes em seu interior.
Maqui (
O maqui, também chamado de wineberry chileno, é nativo da América do Sul, habitando as selvas temperadas do Chile e do sul da Argentina.
A espécie arbórea, da família Elaeocarpaceae, é conhecida por seus frutos, que já eram consumidos pelos Mapuches antes da chegada dos espanhóis. Atualmente, são amplamente utilizados na indústria alimentícia, na produção de sucos e geléias.
Aristotelia chilensis é uma árvore pequena, com uma altura entre 4 e 5 metros. O tronco, que é dividido, tem casca lisa. Os ramos do maqui são flexíveis e finos. Suas folhas são ovais, com bordas serrilhadas. Além disso, eles são simples, glabros e pendentes.
Um aspecto que se destaca nesta árvore é que o pecíolo é comprido e vermelho vivo, contrastando com a folhagem perene.
Durante a sua floração, que ocorre no final da primavera, é possível observar as pequenas flores brancas. Dão origem a bagas carnudas e comestíveis, que medem cerca de 4 a 6 milímetros. Essas frutas, com sabor semelhante ao das amoras, quando maduras são roxas ou pretas.
Fauna da província de Rio Negro
Huemul patagônico (
Este cervo é o maior herbívoro que vive na região sul andina. O macho é um animal corpulento, que pode pesar entre 70 e 100 quilos e comprimento corporal de aproximadamente 150 centímetros. Em contraste, a fêmea é mais magra e menor em tamanho.
Possui uma pelagem espessa e densa, composta por duas camadas. O primeiro são os cabelos longos e protetores cobertos de gordura. Depois disso, vem uma capa desgrenhada. Ambos fornecem Hippocamelus bisulcus com proteção contra baixas temperaturas ambientes.
Geralmente, este cervídeo é de cor marrom escuro, embora durante o inverno possa adquirir uma tonalidade mais pálida, chegando até a acinzentada. Em contraste com a coloração escura predominante de seu corpo, o huemul patagônico tem a parte inferior clara e a parte inferior da cauda é branca.
Na face, esta espécie apresenta uma faixa escura que começa no nariz e se divide entre os olhos, formando um par de sobrancelhas. Apenas os machos possuem chifres, que geralmente são simples, bifurcando-se apenas uma vez. Os membros são curtos e o dorso é ligeiramente arqueado.
Pudu (Pudu Puda)
O pudu é um cervo herbívoro, nativo das florestas andino-patagônicas, localizadas no sul do Chile e na Argentina. Em relação ao seu habitat, geralmente vive em florestas temperadas, úmidas e frias. Da mesma forma, é distribuído desde o nível do mar até aproximadamente 1700 metros.
Esta espécie sul-americana possui um corpo robusto. O peso pode ficar entre 7 e 10 quilos, podendo atingir de 60 a 90 centímetros de comprimento. A cabeça é curta, onde se destacam seus olhos escuros e duas orelhas grandes e eretas. Estes são separados por um grupo de pêlos, de cor marrom ou avermelhada.
Em seu focinho, que é curto, estão os caninos. Estes são caracterizados por serem leite. O pudú carece de incisivos superiores, porém, possui caninos, pré-molares e molares.
A pelagem é composta por pêlos firmes e duros, formando assim uma cobertura espessa. A cor é marrom-avermelhada, porém, pode escurecer em algumas áreas do corpo e em outras, como pescoço e barriga, a cor muda para ocre.
Os machos têm dois chifres pequenos, retos, simples e afiados, medindo de 6 a 9 centímetros. Em contrapartida, a fêmea carece dessa estrutura, sendo também menor que o macho.
Vizcacha de la Sierra (
Este roedor pertence à família Chinchillidae. É distribuído no Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Vive em túneis, onde formam grupos. Quando a vizcacha de la sierra sai da toca, o macho mais adulto o faz primeiro, para verificar se existe algum perigo.
O pelo desta espécie é macio e espesso, com exceção da cauda, onde é duro. Na parte dorsal apresenta coloração amarela ou acinzentada, enquanto o ventre é branco e a ponta da cauda, que é preta. Suas orelhas são longas e cobertas de pelos, destacando uma borda de pelos brancos.
As patas traseiras são maiores que as anteriores. São muito úteis, pois ajudam o animal a segurar o alimento enquanto o consome. Quanto à dieta, a vizcacha de la sierra se alimenta principalmente da erva conhecida como ichu.
Referências
- Black-Decima, PA, Corti, P., Díaz, N., Fernandez, R., Geist, V., Gill, R., Gizejewski, Z., Jiménez, J., Pastore, H., Saucedo, C., Wittmer, H. (2016). Hippocamelus bisulcus. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2016. Recuperado de iucnredlist.org.
- Premoli, A., Quiroga, P., Souto, C., Gardner, M. (2013). Fitzroya cupressoides. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2013. Recuperado de iucnredlist.org.
- Fulvio Perez, Cristian, Frutos, Nicolás, Kozykariski, Mónica, Morando, Mariana, Pérez, Daniel, Avila, LJ. (2011). Lagartos da Província de Rio Negro, norte da Patagônia, Argentina. Recuperado de researchgate.net.
- James R. Buskirk (2008). Distribuição, status e biologia da tartaruga Geochelone chilensis, na província de Río Negro, Argentina. Recuperado de tandfonline.com.
- Wikipedia (2019). Rio Negro, província. Recuperado de en.wikipedia.org.
- Encyclopedia britannica (2019). Rio Negro, Província Argentina. Recuperado do britannica.com.
- www.ultimateungulate.com (2018). Hippocamelus bisulcus. Huemul da Patagônia. Recuperado de ultimateungulate.com