A história da qualidade, ou gestão da qualidade, tem as suas origens nas primeiras décadas do século XX, em harmonia com o desenvolvimento da gestão empresarial e da produção então existente.
Foi aproximadamente a partir da década de 30 que a gestão da qualidade passou a ser abordada com a seriedade necessária para transformá-la em todo um campo do conhecimento empresarial.
Os estudos e práticas de qualidade desenvolvidos em meados do século 20 praticamente revolucionaram os sistemas de produção.
Essa transformação veio condicionar esses sistemas para a otimização contínua da qualidade do produto em relação aos seus custos de produção e seus benefícios de marketing.
Esse fenômeno também tem levado os consumidores a prestarem mais atenção aos níveis de qualidade dos produtos que escolhem, exigindo que as empresas tenham posição firme e eficácia em seus esforços.
As primeiras abordagens históricas da qualidade ocorreram principalmente nos Estados Unidos e no Japão.
Portanto, não é surpreendente que os principais métodos e teorias tenham surgido dessas nações e que o resto do mundo os tenha adotado ao longo do tempo.
fundo
Afirma-se que qualidade é algo inerente ao ser humano, na medida em que todo produto é feito para satisfazer uma necessidade e deve atender a condições físicas e funcionais mínimas para alcançá-la.
Embora não tenha sido abordada teoricamente na época, as noções de qualidade estão presentes na sociedade desde a etapa da fabricação artesanal de objetos.
Diretrizes sobre qualidade podem ser encontradas nos códigos de civilizações antigas.
Por exemplo, os homens tinham que garantir o pleno funcionamento e durabilidade de suas casas ou de suas armas de caça.
Padrões de qualidade insuficientes naquela época podiam resultar na execução dos homens.
Durante a Idade Média, a criação de ofícios e especializações artesanais em torno de certas práticas proporcionou um nível mais alto de critérios e importância para a qualidade.
Conhecimento e produção especializada passaram a gerar fama e renome em alguns produtores, o que significava confiança na qualidade de seus produtos. Durante esses séculos, surgiram as primeiras noções de marca.
Durante muito tempo, a qualidade baseou-se na reputação e no saber de cada artesão, que movimentava e comercializava sozinho as suas mercadorias.
Isso mudou com a aceleração dos espaços urbanos em relação aos rurais e, eventualmente, com a chegada da Revolução Industrial.
A Revolução Industrial e qualidade
A Revolução Industrial mudaria para sempre os modos de produção conhecidos até agora: daria lugar à produção em massa por meio do uso de máquinas e trabalho massivo.
As fábricas também surgiram e todas as pessoas com capital suficiente para entrar no mercado surgiram como empreendedoras nesta nova era.
As concepções de qualidade nesta época evoluíram de forma a poderem ser adaptadas a mecanismos de produção muito mais rápidos, onde a produção em série tinha que garantir o correto fabrico e funcionalidade dos produtos finais.
A inspeção surge então como um método de abordagem de todos os níveis do sistema de fábrica e certificando-se de minimizar possíveis falhas e erros.
Apesar de tudo, a qualidade ainda não era gerida teórica. Tudo estava acontecendo tão rápido que, nos negócios, o objetivo final era gerar grandes margens de lucro.
Mais tarde, seria descoberto que mesmo as condições de trabalho ideais afetam a qualidade final de um produto.
Gestão da qualidade no século 20
Os Estados Unidos foram um dos principais impulsionadores durante o século 20 para a eliminação da produção personalizada de mercadorias e a padronização dos métodos de produção em massa durante o início do século XX.
Isso levou a um declínio na qualidade, que acabou sendo revertido pela empresa americana de tecnologia Bell.
É a partir deste momento que se inicia o desenvolvimento da gestão da qualidade como é hoje conhecida.
Iniciou-se com a observação dos níveis de produção e a inserção de um departamento de fiscalização que se encarregou de determinar quais produtos acabados eram adequados para comercialização e quais não.
George Edwards e Walter Shewhart foram os primeiros a liderar este departamento e deram o tom para a gestão da qualidade por meio da concepção de estatísticas que abordavam as variáveis dos produtos.
Também se destacaram pela criação de organogramas empresariais, que mostraram as diferentes etapas da produção e as formas de otimizar cada uma delas.
Tornou-se popular a noção de que a gestão da qualidade deve se estender até mesmo aos departamentos administrativos de uma empresa, e não se limitar apenas aos níveis de produção. Eles concebem o ciclo PDCA (planejar, fazer, verificar, agir).
A qualidade continuou a ser otimizada ao longo das décadas, até que o final da Segunda Guerra Mundial marcou uma bifurcação em sua abordagem teórica e prática.
Nos Estados Unidos, as técnicas de inspeção continuaram, enquanto do outro lado do mundo, no Japão, a qualidade foi tratada minimizando ou erradicando defeitos nos estágios iniciais de fabricação.
Essa otimização de divisão de qualidade em diferentes cantos do mundo foi finalmente integrada. Graças à globalização do final do século, os processos de gestão da qualidade foram consolidados em todos os níveis de uma empresa.
Esses níveis vão desde o setor administrativo, passando pelos setores financeiro e produtivo, afetando até o espaço físico e as condições em que os trabalhadores trabalham na fabricação de um produto.
Com isso, a qualidade passou a ser um valor inerente não só ao homem, mas a toda empresa ou fábrica de produtos ou mercadorias.
O consumidor agora sabe que existe uma exigência de que ele deve exigir de toda a produção; Se isso não for atendido, sempre haverá outras opções no mercado.
Referências
- Durán, MU (1992). Gestão de qualidade. Madrid: Diaz de Santos.
- Gonzalez, FJ, Mera, AC, & Lacoba, SR (2007). Introdução à gestão da qualidade. Madrid: Delta Publications.
- Juran, JM (1995). Uma história de gerenciamento para qualidade: a evolução, tendências e direções futuras de gerenciamento para qualidade. Asq Press.
- Rodríguez, MC e Rodríguez, DR (sf). O conceito de qualidade: história, evolução e importância para a competitividade. Revista Universidad de la Salle, 80-99.