- O que um psicólogo realmente faz?
- 10 funções principais dos psicólogos
- 1- Analise os problemas
- 2- Avalie o comportamento
- 3- Detectar e aceitar o jeito de ser
- 4- Ouça com empatia
- 5- Explique as coisas que você vê
- 6- Relatório sobre aspectos psicológicos
- 7- Fornecer recursos e estratégias
- 8- Motivo de mudança
- 9- Fornecer diretrizes
- 10- Acompanhar durante a troca
- Referências
As principais funções do psicólogo são analisar problemas, avaliar comportamentos, ouvir, explicar, informar, fornecer recursos e estratégias, motivar para a mudança, fornecer orientações e acompanhar durante a mudança.
Apesar de já não predominar hoje em dia a imagem do psicanalista deitado num divã e perguntando sobre a infância e os desejos sexuais, a frequência de uma consulta psicológica continua a criar certa confusão.
Sentar-se diante de um terapeuta que começará a lhe fazer perguntas sobre aspectos pessoais e a quem você deverá explicar todos os seus problemas é uma situação que, a priori, pode causar sentimentos de insegurança ou desconforto.
Porém, muitas das crenças sobre as funções desempenhadas por um psicólogo não são inteiramente verdadeiras e podem levar a associações erradas, como de que só os loucos procuram o psicólogo ou de que os terapeutas são os encarregados de resolver seus problemas..
É verdade que nem todos os psicoterapeutas trabalham da mesma forma, interpretam os tratamentos da mesma forma ou realizam as mesmas ações durante suas terapias. No entanto, também é verdade que todos os terapeutas têm o mesmo objetivo; fazer com que os pacientes melhorem seu estado de saúde mental e adquiram maiores habilidades para funcionar adequadamente em suas respectivas vidas.
O que um psicólogo realmente faz?
A principal função do psicólogo é avaliar e analisar as situações do paciente para encontrar intervenções e estratégias que podem ser benéficas para melhorar seu funcionamento psicológico.
Os tratamentos e as técnicas de intervenção podem ser muito diversos, mas todos residem na mesma ideia: compreender um problema específico e encontrar ações que permitam a sua resolução.
Os psicólogos, então, não são pessoas mágicas capazes de ler seus pensamentos ou que podem saber o que você está pensando. Tampouco realizam tratamentos que duram muitos anos e falam de apaixonar-se por filhos e pais.
Na verdade, um terapeuta pode trabalhar com qualquer tipo de pessoa, seja ela uma doença mental ou não, independentemente dos problemas que apresente. Além disso, é importante observar que os psicólogos não resolvem problemas ou consertam a vida de seus pacientes.
Qualquer mudança que um indivíduo possa fazer por meio da psicoterapia será realizada por ele mesmo. O terapeuta se limitará a orientá-lo durante essa mudança e treiná-lo com ferramentas de todos os tipos que o capacitem a enfrentar seus diferentes problemas.
Diante de tudo isso, podemos definir a figura do psicólogo como um profissional especialista em comportamento humano que aplica diferentes métodos terapêuticos para ajudar as pessoas a enfrentarem seus problemas e adquirirem um estado psicológico saudável.
10 funções principais dos psicólogos
Para ver com mais clareza, a seguir comentaremos as 10 principais funções que qualquer psicólogo desempenha.
1- Analise os problemas
A primeira coisa que qualquer psicoterapeuta faz é analisar os problemas que afetam a vida da pessoa.
A maioria das pessoas vem para uma consulta por um motivo específico e para resolver um problema específico. Os problemas são compreendidos do ponto de vista multidisciplinar, ou seja, podem atender tanto aos aspectos relacionais, sociais, pessoais ou de trabalho.
Um paciente pode ir tanto por sofrer de sintomas depressivos ou ansiosos, por apresentar uma situação de trabalho estressante com a qual não consegue lidar ou por ter diferentes problemas de relacionamento com o parceiro, família ou amigos.
Na verdade, o mais comum é que as pessoas apresentem problemas diferentes em conjunto, de modo que uma situação de trabalho particularmente estressante pode ser acompanhada por sintomas de ansiedade e desconforto, e problemas no ambiente familiar.
Seja qual for o motivo principal da consulta psicológica, o primeiro passo que qualquer terapeuta dá é baseado na análise, avaliação e compreensão do problema em questão.
Um psicólogo não pode realizar seu trabalho se os problemas não foram previamente bem definidos e bem compreendidos, da mesma forma que uma pessoa não pode resolver seus problemas sem antes analisá-los e interpretá-los.
Assim, o psicólogo se coloca no lugar do paciente e passa a trabalhar junto com ele para analisar adequadamente quais serão os temas a serem discutidos durante as sessões.
2- Avalie o comportamento
O principal aspecto que caracteriza um psicólogo é que ele é um especialista em comportamento e comportamento humano. Assim, a principal chave que os terapeutas têm para ajudar seus pacientes está em avaliar e identificar seus principais padrões de comportamento.
Ao avaliar o comportamento do indivíduo, o psicólogo obtém mais informações sobre o "porquê" de seus problemas e pode começar a esclarecer quais intervenções podem ser úteis.
A psicologia se baseia no estudo de aspectos como pensamento, comportamento, emoções ou atitudes do ser humano.
As pessoas têm uma série de características nesses componentes e nós as aceitamos automaticamente, sem prestar muita atenção em suas qualidades e na possibilidade de modificá-las.
Quando você vai ao psicólogo, ele faz uma avaliação abrangente dessas questões, motivo pelo qual os terapeutas costumam fazer várias perguntas ou administrar questionários e testes.
As informações coletadas permitirão definir os principais pontos nos quais se trabalhar com o paciente e as modificações que podem ser relevantes para alcançar melhorias em seu estado psicológico.
3- Detectar e aceitar o jeito de ser
Outro aspecto central do trabalho do psicólogo consiste em detectar a personalidade e o jeito de ser dos pacientes. Este fato pode ser invasivo ou desconfortável visto de fora, mas raramente é para indivíduos que procuram o psicólogo.
O terapeuta deixa bem claro desde o início das sessões que ele tem que saber para ajudar. O conhecimento sobre o comportamento e funcionamento humano é inútil se não for aplicado a um caso particular.
Se o psicólogo não souber especificamente quais são as características principais de seu paciente, dificilmente poderá ajudá-lo em nada. Por esse motivo, os terapeutas costumam administrar testes de personalidade e fazer perguntas sobre a vida passada, os relacionamentos e as experiências do paciente.
4- Ouça com empatia
Para alcançar todos os itens acima, os psicólogos ouvem seus pacientes com empatia.
Isso significa que eles demonstram empatia por cada história que o paciente expressa sobre seus problemas ou experiências pessoais.
Em outras palavras, o terapeuta tenta se colocar no lugar do paciente ao explicar seus diferentes problemas e experiências. E ele não tenta apenas se colocar no seu lugar atendendo ao que ele diz, mas levando em consideração todo o conhecimento que já possui sobre a personalidade e o modo de ser paciente.
Embora o terapeuta possa ter ideias ou pensamentos contrários aos expressos pelo indivíduo, ele consegue se colocar no lugar deles prestando atenção em como é a pessoa que experimenta as coisas à medida que as vive.
O psicólogo, então, é capaz de compreender e vivenciar as coisas que o paciente vive, seus pensamentos, ideias, emoções e ações que realiza, então acaba entendendo da forma mais detalhada possível quais são as necessidades que cada pessoa apresenta.
5- Explique as coisas que você vê
Diante da ideia de que os psicólogos têm habilidades mágicas, podem saber o que a outra pessoa pensa ou ler suas mentes, a realidade das funções dos terapeutas é totalmente oposta.
O psicólogo não avalia, examina ou pergunta nada por curiosidade ou querendo saber mais sobre o paciente sem qualquer motivação. Na verdade, deve-se ter em mente que durante as sessões os terapeutas estão trabalhando para que todos os avaliados tenham um motivo específico: ajudar o paciente.
Além disso, uma vez que o terapeuta tem informações suficientes para ousar fazer especulações e diagnósticos sobre os problemas e o funcionamento psicológico do paciente, ele o expõe e explica em detalhes.
Esse fato faz com que as ideias de insegurança ou desconfiança desapareçam por completo, uma vez que o paciente vivencia em primeira mão como todas as ações realizadas pelo terapeuta visam encontrar soluções e fornecer ajuda.
Além disso, as explicações fornecidas pelo psicólogo podem ser muito úteis para o paciente começar a entender o que está acontecendo com ele. É popularmente sustentado que ninguém pode conhecê-lo melhor do que você mesmo, e essa afirmação geralmente pode ser considerada verdadeira.
No entanto, em tempos difíceis, as pessoas podem ter dificuldade em entender o porquê de tantas coisas, por que estou tão ansioso? Por que não posso ser feliz por nada?
Diante dessas situações, o psicólogo, por meio de uma visão objetiva e apoiada nos avanços da ciência do comportamento, pode fornecer informações extras que permitem às pessoas entender melhor o que está acontecendo com elas e o que pode ser feito para modificar a situação problema.
6- Relatório sobre aspectos psicológicos
Outra função importante do psicólogo é fornecer informações sobre aspectos psicológicos e, em alguns casos, sobre psicopatologias.
Quando uma pessoa sofre de uma doença mental, muitas vezes ela não tem todo o conhecimento necessário para entender de forma otimizada o que está acontecendo com ela, por que isso acontece e quais ações podem ser tomadas para intervir.
Por essas razões, praticamente todas as sessões de psicoterapia começam com uma fase educacional, na qual o terapeuta explica detalhadamente as características do transtorno que está sofrendo.
Ao contrário do ponto anterior, neste caso a explicação é feita de forma geral, para que o paciente adquira maior consciência de como funcionam os componentes psicológicos e desenvolva uma visão mais aproximada sobre o problema que o ajudará a compreender as intervenções subsequentes.
7- Fornecer recursos e estratégias
O objetivo dos seis pontos anteriores é recolher informações, adquirir conhecimentos, estabelecer um clima de confiança e preparar o paciente para encontrar os recursos e estratégias que lhe permitirão a recuperação psicológica ou a melhoria do bem-estar mental.
Assim, uma vez que o terapeuta entende como o paciente está trabalhando, ele começa a indagar quais intervenções funcionarão para ele.
Os tratamentos são muitos e muito diversos, e o terapeuta também não tem certeza se uma intervenção específica funcionará.
Os psicólogos não são mágicos que sabem o que funciona em cada caso, mas possuem conhecimento sobre o comportamento humano que lhes permite abordar as estratégias mais benéficas.
8- Motivo de mudança
O psicólogo fornece estratégias e recursos que serão úteis para o paciente, mas a mudança não será feita pelo terapeuta, mas pelo próprio paciente.
À medida que as estratégias escolhidas pelo psicólogo são colocadas em prática, ele vai motivar constantemente o paciente para o cumprimento dos objetivos.
O terapeuta elabora um plano de recuperação, mas exige que o paciente o siga para que o paciente se recupere.
9- Fornecer diretrizes
Paralelamente, o psicólogo fornece orientações ao paciente que servem para manter e dar continuidade ao processo de mudança.
As orientações fornecidas por um terapeuta não são conselhos. Ou seja, o psicólogo não aconselha, pois o simples fato de aconselhar constitui um ato subjetivo.
Os psicólogos enviam orientações apoiadas pela ciência, mas nunca decidem pelo paciente. Eles podem guiá-lo por um caminho, mas não por meio de conselhos, mas de técnicas que permitem ao paciente fazer uma boa análise das situações e decidir da forma mais correta possível.
10- Acompanhar durante a troca
Em última análise, o terapeuta se torna a figura que desenhou um plano de mudança no qual o paciente acreditou e o executou.
Ao longo do caminho, o paciente sabe que não estará sozinho, pois o psicólogo o acompanha em todos os momentos e o guia nos momentos em que ele mais precisa.
Referências
- Buela-Casal, G. e Sierra, JC (2001). Avaliação psicológica e manual de tratamento. Madrid: Nova Biblioteca.
- Haynes, SN, Godoy, A e Gavino, A (2011). Como escolher o melhor tratamento psicológico. Madrid: pirâmide.
- Labrador, FJ (2011). Situações difíceis na terapia. Madrid: pirâmide.
- Meichenbaum D e Turk DC. (1991). Como facilitar o acompanhamento em tratamentos terapêuticos. Bilbao: DDB.
- Miller, WR. e Rollnick, S (1999). A entrevista motivacional. Prepare-se para a mudança de comportamentos viciantes. Barcelona: Paidós.
- Pérez Álvarez, M., Fernández Hermida, JR, Fernández Rodríguez, C. e Amigó Vazquez, I. (2003). Guia para tratamentos psicológicos eficazes. Vol I, II e III. Madrid: pirâmide.