- As 10 lendas e mitos mais populares da Bolívia
- 1- lenda chiriguana
- 2- O guajojo
- 3- Origem do milho
- 4- Chuva e seca
- 5- O jichi
- 6- O guardião da mina
- 7- Chiru Chiru
- 8- A destruição de Huari
- 9- Oboish
- 10- Os goblins
- Referências
As principais lendas e mitos da Bolívia integram elementos indígenas com crenças católicas. Os mais proeminentes são o guajojo, uma ave que costumava ser mulher; o jichi, um gênio guardião; e Chiru Chiru, um ladrão que ajudava os pobres, entre outros.
A Bolívia é um país caracterizado por sua diversidade e sua mitologia. A sua cultura foi formada a partir das influências de uma grande variedade de etnias que habitaram o seu território e da marca da cultura europeia deixada pela colônia espanhola.
Atualmente estima-se que cerca de 40 pessoas habitam esta região. Isso torna a mitologia boliviana tão rica, complexa e peculiar. Também contribui para o número de características e tradições influenciadas pelos diversos ambientes geográficos.
Este país andino, com uma população de pouco mais de 10 milhões de habitantes, tem a seu crédito antigos mitos sobre fenômenos naturais como a chuva e a seca, e lendas sobre a vida nas minas.
Nos mitos e lendas bolivianos pode-se perceber o sincretismo cultural que os identifica. Existe até uma sobreposição de crenças indígenas e personagens da religião católica. Nessas histórias, uma parte importante da história e das experiências desta cidade é refletida.
As 10 lendas e mitos mais populares da Bolívia
1- lenda chiriguana
Segundo os Chiriguanas, etnia Tupí-Guaraní que ocupou territórios bolivianos, a origem dessa lenda está na história de dois irmãos: Tupaete e Aguara-tumpa, bem e mal, criação e destruição.
Em tempos longínquos, Aguara-tumpa teve ciúme da criação do irmão e queimou todos os campos e florestas onde viviam os Chiriguanos.
Para protegê-los, Tupaete recomendou que se mudassem para os rios, mas seu irmão se recusou a se render e fez chover até que toda a chiriguania inundasse.
Já entregue ao destino, Tupaete falava com os filhos. Todos eles morreriam. Porém, para salvar a raça, ele ordenou que eles escolhessem os dois mais fortes entre todos os seus filhos, para colocá-los em uma companheira gigante.
Assim, os dois irmãos permaneceram protegidos até que Aguara-tumpa acreditou que todos os Chiriguanos estavam extintos e permitiu que os campos secassem. As crianças cresceram e deixaram de se esconder.
As crianças encontraram Cururu, um sapo gigante que lhes deu fogo e permitiu que sobrevivessem até a idade de se reproduzir e recuperar a raça Chiriguana.
2- O guajojo
Na selva, depois que o sol se põe, ouve-se o canto do guajojo. Dizem que é quase um choro, um som de partir o coração que deixa o ouvinte chateado.
Seu canto é ouvido na selva, em algumas regiões da Amazônia. O guajojó é um pássaro, mas segundo a lenda, antes era uma mulher.
Ela era filha de um chefe que se apaixonou por um homem da mesma tribo. Ao saber, seu pai usou seus poderes de feiticeiro para matar o pretendente no meio da selva por não considerá-lo digno.
Quando a índia desconfiou da prolongada ausência do amante, foi procurá-lo. Ao encontrar os restos mortais do crime, ele ameaçou seu pai de denunciá-lo à tribo. Para se proteger, o chefe o transformou em um pássaro. Desde então ela está chorando a morte de seu ente querido.
3- Origem do milho
Um dia o deus Ñandú Tampa conheceu alguns gêmeos, Guaray (sol) e Yasi (lua), brincando sozinho na montanha. Quando os viu, pensou que seriam uma boa companhia para o deus pai Ñanderu Tampa e rapidamente os pegou e voou para trazê-los.
A mãe ouviu os filhos e correu em direção a eles, mas não pôde deixar de segurá-los pelos polegares dos pés, que permaneceram em suas mãos enquanto o deus Ñandú obstinadamente continuava seu caminho.
Algum tempo depois, o deus pai ordenou à mãe em sonho que semeasse os polegares dos filhos. Após um longo período de sol e chuva, grandes plantas em forma de lança começaram a crescer a partir do local onde ele enterrou os dedos dos gêmeos.
Dessas plantas começaram a crescer frutos com grãos de diversas cores: amarelo, branco e roxo, como presente do deus pai.
4- Chuva e seca
A história conta que Pachamama (a terra) e Huayra Tata (o vento) eram um casal. Huayra Tata vivia no topo das colinas e abismos, e de vez em quando descia e esvaziava o lago Titicaca para fertilizar a Pachamama, deixando a água cair como chuva.
Quando adormeceu no lago, as águas ficaram agitadas, mas ele sempre voltava aos picos, que eram seus domínios.
5- O jichi
Os chiquitanos acreditam em um gênio guardião que muda de forma. Embora às vezes seja um sapo e outras vezes um tigre, sua manifestação mais comum é a da cobra.
Protege as águas da vida e por isso se esconde em rios, lagos e poços. Às vezes, como punição para quem não valoriza esse recurso, eles vão embora e deixam a seca para trás.
Você tem que prestar homenagem ao jichi, porque se você ficar chateado, isso põe em risco a prosperidade da pesca e a sobrevivência dos povos.
6- O guardião da mina
"Tio": assim é conhecido o protetor do submundo em Potosí. Lá, onde os domínios de Deus não chegam, os mineiros se entregaram à tutela do diabo, a quem apelidaram de "o tio".
Depois de séculos de mineração iniciada pela colônia espanhola e de inúmeras mortes (supostamente ultrapassadas os oito milhões), ainda podem ser encontradas estatuetas nos corredores das minas rodeadas de cervejas, charutos e até animais sacrificados em adoração ao tio, para que ele os protege.
Os riscos para os mineiros são muito altos. Algumas das causas de morte desses trabalhadores são os rudimentares equipamentos de proteção, a falta de oxigênio, as possibilidades de acidentes e a constante ameaça da doença do pulmão negro.
A adoração ao diabo dá a esses homens e meninos a esperança de proteção. Enquanto o tio estiver feliz, eles podem ir para casa.
7- Chiru Chiru
Chiru Chiru era um ladrão que vivia nas minas, uma espécie de Robin Hood que distribuía o que roubava entre os pobres.
Um dia, um mineiro o encontrou roubando e o feriu. Dizem que quando foram procurá-lo em sua caverna, onde se refugiou após o ataque, encontraram seu corpo junto com uma imagem da Virgem. Desde então, a caverna Chiru Chiru se tornou um lugar sagrado.
8- A destruição de Huari
Um deus do mal chamado Huari decidiu enfrentar a tribo Uru por ter seguido o caminho do bem.
Ele enviou pragas e monstros como cobras e sapos para destruir a população, mas a Virgem do Socavón veio em seu resgate e lutou com o deus até que ele fugiu e se escondeu onde ninguém mais poderia encontrá-lo.
9- Oboish
Na Bolívia também existem crenças sobre doenças semelhantes ao mau-olhado, mas mortais, chamadas de “oboish” ou “malpuesto”.
Este mal só pode ser curado por feiticeiros que venderam sua alma ao diabo. Os remédios variam de água benta a cílios com fitas feitas de pele de animal.
10- Os goblins
O duende é um personagem recorrente nas histórias bolivianas. Diferentes versões falam de roupas brancas, chapéus e outras roupas particulares, mas todas concordam que é uma criança cujos olhos mostram maldade.
Dizem que ele morreu antes de ser batizado e agora anda por aí fazendo o mal. Algumas histórias afirmam que ele tem mão de ferro e com ela bate em quem encontra; outras histórias associam isso com assassinato.
Referências
- Candia, AP (1972). Dicionário Mitológico da Bolívia.
- Koremango, R. (nd). Origem da planta de milho. Obtido em Educa: educa.com.bo
- Lara, J. (sf). Surumi. Os amigos do livro.
- Pierini, F. (1903). Mitologia dos Guarayos da Bolívia. Anthropos, 703-710.