- Biografia
- Nascimento e família
- Estudos
- Crescimento literário
- Período de ampla produção
- Prêmios e reconhecimentos
- Últimos anos
- Estilo
- Teatro
- Romance
- Tocam
- Breve descrição de algumas de suas obras
- Os frutos caídos
- Fragmento:
- Frases
- Referências
Luisa Josefina Hernández y Lavalle (1928) é uma escritora, romancista, ensaísta, dramaturga e tradutora mexicana, considerada uma das mais importantes intelectuais do século XX. Sua obra literária continua em vigor devido à sua qualidade e inteligência para desenvolvê-la.
Hernández abrangeu vários gêneros literários, incluindo o romance, o teatro e o ensaio. Seu trabalho é caracterizado pelo uso de uma linguagem clara, precisa e expressiva, carregada de uma dose de humor e sarcasmo. Em seus escritos, é notória a influência dos clássicos da literatura e das inovações modernas.
Retrato de Luisa Josefina Hernández. Fonte: mexicana.cultura.gob.mx.
Esta autora mexicana tem mais de vinte romances e sessenta peças em seu crédito, aos quais são adicionados vários ensaios e traduções de autores como William Shakespeare e Arthur Miller. Algumas de suas obras mais destacadas são a aguardente de cana, O lugar onde a grama cresce, A cólera deserta, O casamento e Os grandes mortos.
Biografia
Nascimento e família
Luisa Josefina nasceu em 2 de novembro de 1928 na Cidade do México, em uma família culta e com boa posição social. Seus pais eram de Campeche e seus nomes eram Santiago Hernández Maldonado e Faustina Lavalle Berrón. Ela era a única filha do casamento e cresceu ouvindo as histórias de sua mãe sobre aquela cidade.
Estudos
Hernández cursou o ensino fundamental, médio e médio em instituições de sua cidade natal. Desde cedo demonstrou interesse por literatura e escrita. Assim, quando concluiu o ensino médio em 1946, começou a estudar filosofia e letras na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
Escudo da UNAM, local de estudos de Hernández. Fonte: Ambos, o escudo e o lema, José Vasconcelos Calderón, via Wikimedia Commons
Posteriormente, especializou-se em arte dramática e concluiu o mestrado em letras na UNAM. Naqueles anos universitários estreou-se como dramaturga, com obras como Aguardiente de caña, Agonía e La corona del angel. A escritora recebeu uma bolsa em 1952 do Centro Mexicano de Escritores para expandir sua obra literária.
Crescimento literário
Luisa Josefina começou a crescer na área literária aos vinte e poucos anos. Em 1954, o Centro Mexicano de Escritores concedeu-lhe uma bolsa pela segunda vez e, como resultado, ela escreveu a peça de teatro Botica Modelo e publicou o romance El lugar donde cai la herb.
Em meados dos anos 50, Hernández conseguiu se formar em teatro, e o fez com a peça Los Fruits Caídos. A escritora também fez carreira como professora; Começou a lecionar teoria e composição dramática na UNAM - obra que executou durante quarenta anos - e teatro no Instituto Nacional de Belas Artes.
Período de ampla produção
Luisa Josefina Hernández foi uma dessas intelectuais que não parava na produção da sua narrativa e da sua obra teatral. Seu crescimento foi rápido e notório, em menos de uma década já havia desenvolvido mais de uma dezena de obras literárias.
No entanto, a escritora teve uma das etapas mais fecundas de sua carreira nos anos sessenta. Nessa época conseguiu publicar cinco romances, que eram Os Palácios Desertos, O Cólera Secreto, O Vale que Escolhemos, A Memória de Amadís e A Cavalgada, exatamente entre 1963 e 1969.
Prêmios e reconhecimentos
A carreira literária de Hernández tem sido elogiada pelo público e pela crítica. Seu extenso trabalho tem sido digno de vários prêmios, alguns dos mais relevantes são mencionados a seguir:
Reconhecimento do Concurso da Festa da Primavera de 1951, pela obra Aguardiente de caña.
- Prêmio do jornal El Nacional em 1954, pela Botica Modelo.
- Prêmio Magda Donato em 1971, pela obra narrativa Nostalgia de Troya.
- Prêmio Xavier Villaurrutia em 1982, pelo romance Apocalipsis cum figuris.
- Membro do Sistema Nacional de Criadores de Arte desde 1994.
Últimos anos
Os últimos anos da vida de Luisa Josefina Hernández foram dedicados à sua grande paixão: a literatura. Apesar da idade avançada, a escritora continua a desenvolver romances e peças de teatro. Suas últimas publicações incluem The Great Dead, A Reading from Yerma de Federico García Lorca e A Night for Bruno.
Por outro lado, essa intelectual mexicana continuou recebendo prêmios nas últimas duas décadas de sua carreira. Em 2000 foi vencedora do Prêmio Juan Ruiz de Alarcón de Dramaturgia, e dois anos depois foi reconhecida com o Nacional de Ciências e Artes. Em 2018, o Prêmio Baja California Fine Arts de dramaturgia foi batizado em sua homenagem.
Estilo
Cartaz comemorativo das comemorações dos 90 anos de Luisa Josefina Hernández. Fonte: Inba.gob.mx.
O estilo literário de Luisa Josefina Ramírez é caracterizado pelo uso de uma linguagem bem desenvolvida, culta e precisa. Em suas obras é comum a presença de diálogos inteligentes, cheios de sarcasmo e humor. Tanto nos romances quanto nas peças, há dinamismo e complexidade psicológica nos personagens.
Teatro
As peças de Hernández foram caracterizadas principalmente por serem profundas e possuírem uma dinâmica psicológica intensa. Os principais temas estavam relacionados com a evolução das mulheres na sociedade mexicana e os reais problemas das famílias.
Romance
Hernández desenvolveu romances de conteúdo realista, cujas histórias eram contadas por meio de uma linguagem clara e desinibida. Bom humor e ironia não faltaram em suas histórias, ao mesmo tempo que criticava a sociedade da época. O autor escreveu sobre as famílias mexicanas, especialmente o papel doméstico das mulheres.
Tocam
- A cavalgada (1969). Romance.
- Nostalgia por Troy (1970). Romance.
- A dança das perdizes múltiplas (1971).
- Apostasia (1978). Romance.
- Certas Coisas (1980).
- Apocalypse cum figuris (1982).
- A ordem dos fatores (1983).
- Jerusalém, Damasco (1985).
- O amigo secreto (1986).
- "Carta de navegação subaquática" (1987).
- Almeida Danzón (1989).
- Haverá poesia (1990).
- Casamentos (1993).
- Zona temperada (1993).
- Beckett. Sentido e método de duas obras (1997).
- Os grandes mortos (1999-2001).
- Uma leitura de Yerma de Federico García Lorca (2006). Teste.
- Uma noite para Bruno (2007).
Breve descrição de algumas de suas obras
Os frutos caídos
É considerada uma das peças mais conhecidas do dramaturgo mexicano. A popularidade desta obra deve-se à originalidade e qualidade com que o autor descreveu os acontecimentos da história. Hernández soube combinar os costumes mexicanos com a realidade social.
O escritor desenvolveu o trabalho a partir de personagens reais, com características que permitiram ao público se identificar. Era um enredo ambientado em uma cidade e o que o autor queria era destacar ideias arraigadas e antiquadas que não permitiam o avanço da sociedade.
Os personagens principais são:
- Célia: sua personagem representava uma jovem mulher, mãe de dois filhos e malvista pela família por ter se divorciado e casado com outro homem.
- Fernando: tio paterno da Célia. Com este personagem Hernández representou o vício e a deslealdade familiar. Ele era um homem de meia-idade, alcoólatra e desrespeitoso.
- Magdalena: esposa de Fernando e vítima de violência doméstica.
- Dora: filha adotiva de Fernando e Magdalena. Nascida em uma família muito pobre, ela foi recebida pelo casal quando tinha dezessete anos.
- Francisco: jovem de 22 anos e companheiro de Célia.
- Paloma: tia da Célia (irmã do avô paterno), tinha setenta e cinco anos. Ela era uma mulher que foi abusada e discriminada por seus parentes.
Fragmento:
“Magdalena: -Porque eu tinha vergonha; Quando uma mulher abandona o marido no início do casamento, as pessoas sempre dizem que a culpa é dela.
Celia: -É verdade. E depois?
Magdalena: -Então não pude, porque pensei que se eu saísse não teria mais nada. Bom ou ruim, o que eu tinha era meu, o que eu tinha escolhido. Há momentos em que você percebe que a vida que leva é a sua vida. Aquela que escolheu e que não se pode negar, porque é como dizer: 'Madalena, já não vives'.
Celia: -Você acha que há alguém que escolhe a vida?
Magdalena: -Acho que sim, decidi casar com o Fernando, e uma vez feito…
Celia: -Acabou, não resta mais esperança.
Magdalena: -Aqueles que são como você… Celia. Somos iguais àqueles que são como você. Só tem árvores que soltam frutos no primeiro aperto e outras que precisam de dois ”.
Frases
- "Quando escrevo não penso em gêneros."
- “O trabalho do escritor consiste em relacionar, quase automaticamente, as ações com o caráter de quem as realiza. Em outras palavras, há coisas que as pessoas não fariam se seu caráter e as circunstâncias não lhes dessem razão… ”.
- “Quando você escreve, você escreve. Quando acaba de escrever, pensa nos problemas… ”.
- “O teatro tem liberdade própria. Você tem que saber como encontrar ”.
- “Acho que em geral os mexicanos não têm muito talento para fazer teatro. É uma questão de caráter. Somos bons poetas e bons pintores… Isso implica que o teatro não é uma das vocações nacionais… ”.
- “… Quando tenho vontade de dizer algo de forma realista e realista, eu digo, e se me parece que essa forma não funciona para mim, uso outra forma como instrumento. Não me sinto comprometida com a técnica, não me sinto comprometida com o estilo, mas comprometida com a verdade e a beleza ”.
- “Acho que o público já aprendeu a ir ao teatro… quando o teatro é feito em locais que são bairros e bairros pobres, as pessoas correm para o teatro, as pessoas sem formação, mas que sabem que lá podem se divertir”.
Referências
- Luisa Josefina Hernández. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
- Leñero, E. (2018). Luisa Josefina Hernández. México: Processo. Recuperado de: proces.com.mx.
- Martínez, A. (2014). “Quando escrevo não penso em gêneros”: ´Luisa Josefina Hernández. México: Millennium. Recuperado em: milenio.com.
- Luisa Josefina Hernández. (2019). México: Enciclopédia de Literatura no México. Recuperado de: elem.mx.
- Naranjo, J. (2018). Frutos caídos. (N / a): Crônica de Poder. Recuperado de: cronicadelpodder.com.