- Taxonomia
- Morfologia
- Características gerais
- Eles são resistentes a ácidos
- Eles são aeróbicos
- São catalases positivas
- Eles são urease positivos
- Habitat
- É caseína positiva
- Condições de cultivo
- Doenças
- Micetoma actinomicótico
- Sintomas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Referências
A Nocardia brasiliensis é uma bactéria pertencente ao grande grupo dos actimomicetos que se distribuem por toda a geografia do planeta. É um dos patógenos humanos mais conhecidos.
Esta bactéria tem certas características particulares. Ocasionalmente, foi classificado como Gram positivo, mas também é considerado resistente aos ácidos. Ele também sintetiza um grande número de enzimas que lhe conferem propriedades que permitem ser identificado em um nível experimental e diferenciá-lo de outras bactérias.
Nocardia. Fonte: Arquivos de domínio público
Um veterinário francês, Edond Nocard, foi quem primeiro descreveu uma doença causada por bactérias do gênero Nocardia em um mamífero. Mais tarde, foi feita a primeira descrição de uma doença humana, um abcesso cerebral. Hoje sabe-se que a Nocardia brasiliensis é o agente causador da maioria dos casos de Micetoma Actinomicótico.
A partir daí, muitos estudos têm sido realizados sobre o potencial patogênico dessas bactérias, principalmente Nocardia brasiliensis. Conhecer os aspectos mais importantes do desenvolvimento desta bactéria é importante porque a patologia por ela causada causa estragos em quem a sofre.
Taxonomia
A classificação taxonômica desta bactéria é a seguinte:
Domínio: Bactérias
Filo: Actinobactérias
Pedido: Actinomycetales
Subordem: Corynebacterineae
Família: Nocardiaceae
Gênero: Nocardia
Espécie: Nocardia brasiliensis.
Morfologia
As células bacterianas de Nocardia brasiliensis têm o formato de um bastão fino, com diâmetro de aproximadamente 0,5-0,8 microns. Da mesma forma, como membro dos actinomicetos, manifesta sua estrutura característica com ramos e sub-ramos. Não há cílios ou flagelos. Nem está rodeado por uma cápsula.
A parede celular é formada por ácidos micólicos, compostos que possuem entre 36 e 66 átomos de carbono. Da mesma forma, outros lipídios são encontrados na camada, como ácido diaminopimélico, disfosfatidil glicerol, fosfatidilinositol e fosfatidilenatolamina, entre outros.
Uma vez cultivadas em meios artificiais, aprecia-se que as colônias exalam um forte cheiro de terra úmida, apresentam uma cor esbranquiçada de gesso e estrias.
Características gerais
Eles são resistentes a ácidos
Devido à composição de sua parede celular, especificamente ácidos micólicos, essa bactéria não pode ser corada corretamente pela coloração de Gram. Isso ocorre porque ele é imune ao processo de descoloração típico, uma parte essencial das técnicas de coloração.
Já o Nocardia brasiliensis é corado com o método Kinyoun, amplamente utilizado em bactérias do gênero Nocardia.
Eles são aeróbicos
Nocardia brasiliensis é uma bactéria estritamente aeróbia. Isso significa que para realizar seus processos metabólicos necessita necessariamente de oxigênio.
É por isso que, para sobreviver e se desenvolver adequadamente, deve ser em um ambiente com uma proporção suficiente deste elemento.
São catalases positivas
A bactéria sintetiza a enzima catalase, por meio da qual é possível dividir a molécula de peróxido de hidrogênio (H 2 O 2) em água e oxigênio. Esta propriedade é muito útil quando se trata de identificar bactérias desconhecidas em um nível experimental.
Eles são urease positivos
Nocardia brasiliensis sintetiza a enzima urease. Este é responsável por catalisar a reação de hidrólise da ureia para a obtenção de amônio e dióxido de carbono, de acordo com a reação:
CO (NH 2) 2 + 2H + + 2H 2 O -------- 2NH 4 + + CO 2 + H 2 O
Habitat
Essa bactéria está amplamente distribuída pelo planeta, nos mais variados ambientes, principalmente ligados ao solo.
É saprofítico, o que implica que se encontra na matéria orgânica morta, contribuindo para a sua desintegração e decomposição.
É caseína positiva
As células bacterianas de Nocardia brasiliensis sintetizam a enzima caseinase. Essa enzima tem a função de catalisar a reação de hidrólise da caseína, uma proteína conhecida presente no leite.
Quando este teste é realizado, ágar leite desnatado é usado como meio de cultura. A cepa bacteriana é semeada no centro e após aproximadamente 10 dias uma área transparente é vista ao redor da colônia. Este é um sinal inequívoco de que a bactéria está sintetizando a enzima.
Isso constitui outro teste muito útil para diferenciar algumas espécies de bactérias de outras.
Condições de cultivo
Esta bactéria é mesofílica, apresentando uma temperatura ótima de crescimento localizada entre 35 ° C e 37 ° C. Da mesma forma, eles requerem um pH ligeiramente alcalino, localizando-o em uma faixa entre 7,0 e 9,2. Eles também precisam de uma atmosfera que contenha aproximadamente 5 a 10% de dióxido de carbono.
Doenças
Esta bactéria está associada principalmente a patologias cutâneas, sendo a mais representativa o Micetoma Actinomicótico.
Micetoma actinomicótico
É uma patologia de desenvolvimento progressivo que atinge inicialmente a pele e o tecido subcutâneo, mas posteriormente pode invadir o tecido muscular e até os ossos.
Sua incidência é particularmente alta em áreas próximas ao Trópico de Câncer, além de ser significativamente maior em homens. A maioria dos casos relatados envolve indivíduos com idades entre 20 e 45 anos.
O local do corpo em que se manifesta na maioria das vezes é nos membros inferiores, seguidos em frequência pelas pernas, membros superiores, tronco e cabeça.
O período de incubação é variável, pode variar de semanas a meses.
Sintomas
O primeiro sintoma é uma pequena lesão tumoral, firme e dura ao toque, além de aderente. Geralmente está localizado no local onde havia anteriormente uma lesão ou lesão, que deve ter estado em contato com o solo.
Mais tarde, a lesão amolece e um material purulento começa a escorrer. Com o tempo, mais nódulos começam a aparecer, juntando-se à lesão inicial.
Mycetoma. Fonte: Por haitham alfalah (Halfalah () 13:20, 24 de julho de 2008 (UTC)), via Wikimedia Commons
Por fim, forma-se um grande tumor de consistência lenhosa, com numerosas fístulas por onde escorre material purulento ou sanguinolento. Alguns dos buracos estão cobertos por crostas.
As fístulas atingem profundidades diferentes e podem afetar os planos profundos dos tecidos subjacentes. Em geral, as lesões não apresentam dor. Isso já aparece quando as lesões aumentam de gravidade.
A deformidade da área é uma clara evidência do avanço da patologia.
Diagnóstico
O médico especialista, no caso o dermatologista, é capaz de reconhecer as lesões a olho nu. No entanto, você precisa executar alguns testes para chegar a um diagnóstico seguro.
Uma amostra da secreção purulenta e do tecido afetado deve ser coletada para cultura para identificar completamente o agente causador.
Tratamento
O tratamento para esta patologia pode ser de dois tipos: medicinal e cirúrgico.
Em relação aos medicamentos a serem administrados, o esquema a ser seguido deve ser decidido pelo médico especialista.
Os antibióticos mais comumente usados para tratar essa condição são: trimetropina, sulfametoxasol e amicacina. Geralmente são administrados em terapia combinada.
O desbridamento cirúrgico é necessário nos casos em que a infecção avançou para o osso. Nos casos mais críticos, a amputação do membro afetado foi mesmo necessária para evitar a propagação da infecção.
Referências
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- Hernández, P., Mayorga, J. e Pérez, E. (2010). Actinomicetoma por Nocardia brasiliensis. Annals of Pediatrics. 73 (4). 159-228
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- Salinas, M. (2000). Nocardia basiliensis: do micróbio às infecções humanas e experimentais. Micróbios e infecções. 1373-1381
- Serrano, J. e Sandoval, A. (2003). O micetoma: Revisão. Jornal da Sociedade Venezuelana de Microbiologia. 23 (1).
- Spelman, D. Microbology, epidemiology and pathogenesis of nocardiosis. Obtido em: uptodate.com
- Villarreal, H., Vera, L., Valero, P. e Salinas, M. (2012). Os lipídios da parede celular de Nocardia brasiliensis modulam as respostas dendríticas e de macrófagos que favorecem o desenvolvimento de actinomicetoma experimental em camundongos BALB / c. Infecção e imunidade. 80 (10). 3587-3601.