- História
- Que estuda?
- Regiões do corpo
- Métodos e técnicas
- Dissecações de cadáveres
- Anatomia de superfície
- Referências
A anatomia regional, também conhecida como anatomia topográfica, é uma abordagem ao estudo anatômico responsável por estudar o corpo humano dividindo -o em regiões ou partes. Este estudo destaca as relações de vários sistemas na mesma região do corpo, como músculos, nervos e artérias do braço ou da cabeça.
Com essa abordagem da anatomia, o corpo é dividido em grandes regiões para estudo (cabeça, tronco e extremidades), com base em sua forma, função e tamanho. Por sua vez, essas regiões são subdivididas em pequenos segmentos, por exemplo, nas extremidades: o braço, a mão, entre outros.
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História
A anatomia tem sido um dos estudos científicos básicos mais antigos. Estima-se que começou a ser um estudo formal há cerca de 500 anos AC. C no Egito. Desde então, o estudo das estruturas que compõem o corpo humano evoluiu, dividindo-se em várias disciplinas.
Inicialmente, em muitas sociedades, as dissecações só eram permitidas em animais não humanos. No século XVII, a dissecção tornou-se um assunto importante nos estudos médicos e de anatomia, levando à obtenção ilegal de cadáveres.
Consequentemente, o Parlamento britânico aprovou uma lei de anatomia que estabeleceu as disposições legais para as escolas de medicina obterem corpos doados ou não reclamados. Da mesma forma, leis semelhantes foram aprovadas em outros países, permitindo um boom no estudo anatômico.
A partir daí, os grandes anatomistas da época puderam se concentrar no estudo de regiões específicas do corpo, publicando importantes tratados e atlas que estabeleceram novos modelos na representação do corpo humano, dando origem à anatomia regional.
Um dos mais importantes anatomistas regionais foi Antonio Scarpa, que se dedicou ao estudo dos olhos, ouvidos, peito, entre outros, publicando impressionantes e exuberantes tratados.
Que estuda?
A anatomia regional estuda as partes do corpo humano e de outros animais, geralmente domésticos e de interesse para o homem. Nesse método de estudo, o foco está na avaliação da estrutura corporal em regiões específicas, que variam de macro a micro.
Primeiro, zonas ou partes são definidas, como no caso do corpo humano, a cabeça ou um braço, e então essa zona é dividida em regiões como a mão e sub-regiões como os dedos. Ao estudar as estruturas, a relação entre várias organizações sistêmicas, como músculos, nervos e artérias, é levada em consideração.
Como a anatomia regional lida com o estudo de órgãos e estruturas de uma determinada região do corpo e além de suas interações funcionais, é muito importante que os alunos desta área tenham uma base sólida de conhecimentos sobre anatomia sistemática.
Na medicina, tanto a anatomia humana quanto a veterinária, a regional e a sistemática são a base do conhecimento clínico.
Além disso, a anatomia regional é responsável por estudar a organização do corpo por camadas, ou seja, desde a epiderme, derme até o tecido conjuntivo das estruturas mais profundas como músculos, esqueleto e órgãos internos.
Regiões do corpo
Na anatomia regional, o corpo é dividido em três regiões que são: cabeça, tórax e extremidades. Por sua vez, essas regiões são compostas por várias sub-regiões.
No caso da região da cabeça, a cabeça (crânio e rosto) e o pescoço são cobertos. O tórax, as costas, o abdômen e a pelve-períneo localizam-se na região do tronco, e as extremidades são divididas em membros superiores e inferiores.
Métodos e técnicas
O estudo da anatomia regional pode ser feito por vários métodos, dependendo se um organismo vivo ou morto está sendo estudado. No caso do estudo in vivo de organismos, muitos métodos atuais com equipamentos de diagnóstico por imagem e endoscopia são úteis.
Um dos métodos de imagem mais amplamente usados é a radiografia, que é útil para analisar estruturas internas e estudar características como tônus muscular, fluidos corporais e pressão arterial. Essas características são impossíveis de analisar em cadáveres.
A endoscopia envolve a inserção de um instrumento de fibra óptica no corpo para observar e examinar estruturas internas, como o estômago.
Outros métodos, como o uso de diversos programas de computador, permitem o estudo por meio da interatividade e manipulação de elementos gráficos bidimensionais e tridimensionais. Essas ferramentas tornam possível visualizar imagens planas em sequência, como seções anatômicas, tomografias e ressonâncias magnéticas.
Além disso, é possível realizar dissecções simuladas, separando os tecidos por camadas e permitindo a visualização das estruturas internas das diferentes regiões do corpo. A informática tornou-se assim uma ferramenta útil que facilita os aspectos de instrução e revisão em anatomia regional.
Dissecações de cadáveres
A dissecção tem sido um dos métodos de estudo de anatomia regional mais antigos e amplamente usados. Trata-se da exploração das estruturas internas dos cadáveres, proporcionando, em conjunto com o estudo didático, o método de aprendizagem mais eficiente.
Nas dissecções é possível observar, palpar, movimentar e revelar de forma sequencial as diferentes partes internas do organismo. Este método tornou-se um dos mais úteis, pois permite um aprendizado detalhado da anatomia tridimensional das estruturas internas e das relações entre elas.
Em uma dissecção, são feitos cortes, retirando a pele e outras estruturas subepidérmicas, até atingir as regiões mais internas para estudar diretamente os órgãos.
Anatomia de superfície
Algumas das estruturas internas, como a musculatura e alguns órgãos, são facilmente evidentes a partir do revestimento externo do corpo, e o indivíduo vivo pode ser estudado por meio da anatomia da superfície.
A anatomia de superfície faz parte da abordagem da anatomia regional e explica quais estruturas se encontram sob a pele, podendo ser palpadas no indivíduo vivo, seja em repouso ou em movimento.
Este método requer amplo conhecimento das estruturas encontradas sob a pele, sendo capaz de distinguir facilmente características incomuns ou anormais nessas estruturas por meio da observação e reconhecimento tátil.
O exame físico aplicado por palpação, inspeção e ausculta, são técnicas clínicas utilizadas para explorar um organismo vivo.
A palpação é usada para verificar a pulsação arterial. Além disso, existem muitos equipamentos médicos úteis no exame do indivíduo em estudo, como o oftalmoscópio, que permite analisar as características oculares, e o estetoscópio para ausculta do coração e dos pulmões.
Referências
- König, HE e Liebich, HG (2005). Anatomia de animais domésticos: texto e atlas em cores. Volume 2. Pan American Medical Ed.
- Le Vay, D. (2008). Anatomia e fisiologia humana. Ed. Paidotribo.
- Monti, A. (1957). Antonio Scarpa em História Científica e seu papel nas fortunas da Universidade de Pavia. Ed. Vigo Press.
- Moore, KL & Dalley, AF (2009). Anatomia clinicamente orientada. Panamerican Medical Ed.
- Moore KL & Agur, AMR (2007). Fundamentos de anatomia com orientação clínica. Panamerican Medical Ed.
- Vargas, JR (2002). Anatomia topográfica. Universidade Autônoma de Ciudad Juarez.