A origem das lendas remonta ao período pré-histórico, quando as civilizações emergentes começaram a se preocupar em preservar as tradições, a moral, a ética ou as celebrações, enfim, sua cultura.
As lendas são definidas como uma forma de narrativa que fala do desenvolvimento de personagens e acontecimentos históricos relacionados às tradições populares. Em grande parte, as lendas narram fatos que não podem ser corroborados pela ciência ou pela história.
A lenda do Rei Arthur é uma das mais conhecidas
Esses fatos representam um simbolismo de grande importância para a cultura onde se originam, já que as lendas costumam misturar elementos históricos e qualidades míticas para explicar a origem e o significado.
Origem e evolução da lenda
A palavra lenda foi usada pela primeira vez no século XVII. Vem do latim legere, definido como leitura e lenda ou coisas para ler. Durante esse tempo, os protestantes cristãos de língua inglesa usaram a palavra para descrever a história dos santos na Igreja Católica.
Eles se referiam a essas histórias como lendas, visto que as consideravam fictícias, para negar sua santidade. No entanto, as lendas começaram há muito tempo.
O lingüista Michael Witzel afirmou que as lendas se originaram na véspera da África, há mais de 100.000 anos. Nesse período histórico surgiram os primeiros humanos modernos e com eles a origem das lendas.
Querendo preservar sua cultura, eles recriaram anedotas de heróis e eventos que marcaram a sociedade.
Essas lendas primitivas narraram principalmente a origem de fenômenos naturais desconhecidos para os humanos e foram transmitidas de professor para aluno e xamã para a tribo para preservar sua história.
Segundo essa teoria, algumas lendas prevaleceram por três mil anos, narradas de geração em geração.
Como avanço social e tecnológico, as lendas perderam credibilidade, mas prevaleceram como acontecimentos fictícios e míticos dos ancestrais.
Seu propósito evoluiu para transmitir histórias e tradições geracionais, não necessariamente verdadeiras, mas parte do folclore de uma sociedade.
Os contadores de histórias caracterizaram-se por contar histórias com linguagem expressiva e movimentos corporais exagerados para dar vida às lendas. Geralmente, esses contadores de histórias eram adultos avançados considerados os mais sábios.
Desta forma, as lendas eram transmitidas pelos magos às crianças, onde também participavam os adultos, sobretudo antes do aparecimento do rádio e da televisão.
As lendas se cumpriram transmitindo memórias, memórias e o sentimento coletivo de uma população. Estes falavam da percepção primitiva dos primeiros narradores e, com o tempo, sofreram mudanças ou modificações dos narradores que os sucederam.
Por isso, as lendas não têm uma forma definitiva, pois seu conteúdo varia entre gerações e localidades.
Após a invenção da imprensa escrita, as lendas foram registradas por escrito para proteger as narrativas populares de continuarem a sofrer mudanças geracionais.
As lendas são consideradas anônimas, pois é uma tarefa difícil identificar sua origem. Os responsáveis por coletar e escrever legendas são conhecidos como compiladores.
No entanto, narrar lendas oralmente ainda é considerado uma prática comum, pois preserva a tradição do contador de histórias ao ouvinte. Hoje, as lendas são consideradas patrimônios culturais que ajudam a forjar a identidade em diferentes sociedades.
Referências
- Dicionário Merriam-Webster. Definição de lendas. 2017.
- E2BN: Mitos e Lendas. (2017). Rede de banda larga do leste da Inglaterra. Sobre mitos e lendas.
- Dicionário de Inglês Oxford. 2017. Legenda: Origem.
- Witzel, Michael. (2013). As origens das mitologias do mundo. ISBN: 9780199812851
- MacDonald, Margareth. (2013). Contação de histórias tradicional hoje. Routledge Taylor e Francis Group.
- González, Alejandra (2002). Os leyends. Governo da província de San Luis.