- História
- Ressurgimento e validade
- Etimologia
- Técnicas de xilogravura
- Xilogravura para encadear
- Xilogravura de cabeça
- Instrumentos
- Xilógrafos famosos
- Albrecht Dürer
- Thomas Bewick
- Paul Gauguin
- Referências
A xilogravura é uma disciplina que consiste no registro de textos e imagens em placas de madeira, para posteriormente reproduzi-los com o uso de tintas sobre papel ou tecido. É um dos mais antigos sistemas de impressão de gravuras, ainda em vigor para usos artísticos.
O processo de criação é dividido em duas etapas. No primeiro, o desenho é esculpido à mão com uma goiva ou buril na madeira. Depois de concluída, a placa é recoberta com tinta, que fica apenas nos altos-relevos. Desta forma, pressionando um papel ou pano sobre ele, obtém-se uma cópia do molde.
O rinoceronte de Albrecht Dürer é uma das xilogravuras mais famosas. Fonte: pixabay.com
Ao fazer uma xilogravura é importante lembrar que a imagem resultante ficará invertida em relação à original, pois o que se obtém é um efeito de espelho.
Para este tipo de trabalho, recomenda-se a utilização de madeiras firmes, sendo a cerejeira, a pera ou o buxo as mais utilizadas. Pelo contrário, o bordo e o carvalho não são recomendados por serem menos duros.
A vantagem da xilogravura é permitir que um grande número de impressões seja feito em uma única chapa.
História
Segundo historiadores, a xilogravura teve origem na China. As obras mais antigas desta cultura ainda existentes datam do ano 220 e consistem em estampas em tecido. Por outro lado, existem obras egípcias feitas entre os séculos VI e VII.
Essa técnica chegou à Europa muito mais tarde, no início do século XIII. Neste continente, os primeiros desenhos realizados corresponderam a jogos de cartas e gravuras religiosas.
Uma impressão de San Cristóbal, feita em 1423, é considerada a mais antiga xilogravura datada.
No Japão, a partir do século XVII, popularizou-se uma técnica conhecida como ukiyo-e, que pode ser traduzida como "pinturas do mundo flutuante". São gravuras feitas com carimbos de madeira, que mostram as paisagens e o estilo de vida daqueles anos.
A xilogravura permitiu uma mecanização do processo de impressão e serviu de modelo para o design da impressora de Gutenberg. Quando chegou, seu uso foi perdendo popularidade, embora tenha continuado por muito tempo para ilustrar livros.
A partir do século XV, com o surgimento da gravura em talhe doce, que utilizava chapas de metal e uma prensa, sua relevância diminuiu ainda mais, pelo fato de essa técnica ser considerada mais precisa.
Ressurgimento e validade
No início do século 20, o expressionismo alemão ajudou muito no renascimento da xilogravura. Foi um movimento que se opôs ao impressionismo e distorceu a realidade para expressá-la de forma mais pessoal e subjetiva.
A utilização desta técnica permitiu-lhes dar um toque mais íntimo e primitivo às suas obras, deixando-as com um aspecto inacabado e selvagem.
Hoje, com métodos de impressão muito mais rápidos e eficientes, o uso industrial da xilogravura é praticamente nulo.
Porém, seu uso continua no campo artístico, pois é utilizado por artesãos e artistas que valorizam a beleza de suas linhas.
Etimologia
A palavra xilogravura vem do grego "xilo", que significa "madeira" e "grapho", que pode ser traduzida como "gravura", "inscrição" ou "escrita".
Assim, do ponto de vista etimológico, este termo significa “gravura na madeira”.
Técnicas de xilogravura
Devido à forma como é realizada a xilogravura, as técnicas xilográficas dividem-se em dois tipos: a xilogravura de fio e a xilogravura de topo.
Xilogravura para encadear
Também é conhecido como xilogravura de fibra. Nele, a madeira é cortada longitudinalmente ao tronco da árvore e o grão fica paralelo à superfície da tábua.
Isso pode fazer com que a chapa tenha nós e fibras irregulares, dificultando um pouco a impressão.
Xilogravura de cabeça
É também conhecida como xilogravura de fibra ótica. Nele, a madeira é cortada transversalmente e o veio perpendicular à superfície da placa.
Instrumentos
No trabalho com madeira, as ferramentas mais utilizadas são o buril e a goiva. O primeiro é um instrumento de aço pontiagudo usado para abrir linhas, enquanto o segundo é um cinzel fino semicircular usado para esculpir superfícies curvas.
Com eles a superfície é entalhada, deixando apenas as linhas que se pretendem imprimir na reprodução. Por outro lado, facas serrilhadas e escovas de metal podem ser usadas para cortar e texturizar a placa.
Por outro lado, para colocar a tinta usa-se uma espátula e um rolo, e para imprimir um papel ou pano, juntamente com uma prensa para exercer pressão.
Entretanto, se quiser obter uma xilogravura de cores diferentes, é necessário gravar uma placa diferente para cada uma delas e depois imprimi-las umas sobre as outras.
Xilógrafos famosos
A xilogravura é um dos sistemas mais antigos de reprodução de gravuras. Fonte: pixabay.com
Albrecht Dürer
(1486-1532) Ele foi um dos primeiros a implementar a xilogravura colorida, usando várias placas na mesma gravura. Principais obras: Diógenes, Herói e Sibila, Descida da Cruz, História de Simão o Mago e Davi acertando a cabeça de Golias.
Thomas Bewick
(1753-1828) Foi o ideólogo da técnica da xilogravura da cabeça, que oferecia maior precisão na gravura. Principais trabalhos: Select Fables, British Birds, Traveller and Deserted Village e Fables of Aesop and Others.
Paul Gauguin
(1848-1903) Pintor pós-impressionista que em suas xilogravuras entalha os blocos como se fossem esculturas de madeira. Principais trabalhos: Nave Nave Fenua, Maruru e Palabras, Sons e Silêncios.
Referências
- Lanke, JJ (1932). Um manual de xilogravura. Crown Publishers. Estados Unidos.
- García Larraya, Tomás (1979). Xilogravura: história e técnicas da xilogravura. Sucessores de E. Meseguer, Barcelona, Espanha.
- Chamberlain, Walter (1999). Xilogravura e técnicas relacionadas. Herman Blume, Madrid, Espanha.
- Xilogravura, Wikipedia. Disponível em: es.wikipedia.org
- Dicionário etimológico. Disponível em: etimologias.dechile.net