- Os principais elementos do conhecimento
- Sujeito
- Objeto
- Operação cognitiva
- Pensamento
- Integração dos quatro elementos de conhecimento
- Referências
Os quatro elementos mais proeminentes do conhecimento são o sujeito, o objeto, a operação cognitiva e o pensamento. A definição de conhecimento é muito complexa, pois surge de um fato espontâneo e instintivo. Pode ser descrito como o contato do ser com o mundo.
O conhecimento é caracterizado pela presença de um sujeito na frente de um objeto. Quando o sujeito vê o objeto, ele o captura e o torna seu por meio de uma operação cognitiva.
O conhecimento depende da natureza do objeto e dos meios usados para reproduzi-lo. Assim, dois grandes grupos de conhecimento podem ser distinguidos, conhecimento sensorial e conhecimento racional.
O conhecimento sensorial é encontrado em homens e animais e é captado pelos sentidos. O conhecimento racional é inerente aos humanos e é capturado pela razão.
Os principais elementos do conhecimento
Sujeito
Você não pode falar sobre conhecimento sem um sujeito que o tenha. O sujeito é a pessoa que capta algum objeto da realidade e pensa a respeito.
Por exemplo, no caso dos cientistas, são sujeitos que, por meio de suas observações e experimentos científicos, fornecem pensamentos racionais sobre eles e formam a série de conhecimentos que conhecemos como ciência.
Objeto
O objeto é a coisa ou pessoa reconhecida pelo sujeito. Por exemplo, uma pessoa pode observar uma célula (objeto) para descobrir seus elementos e propriedades.
A coisa conhecida não seria chamada de objeto se não fosse reconhecida, por isso é uma condição necessária que um sujeito veja e reconheça o objeto, para que seja um objeto.
Existe uma relação interessante entre sujeito e objeto. Quando esses dois interagem, o objeto permanece o mesmo. Porém, o sujeito sofre uma modificação durante o conhecimento ao obter uma série de pensamentos em direção ao objeto.
Exceções podem ser geradas, por exemplo, se uma pessoa acredita que está sendo observada e modifica seu comportamento, apesar de não ter certeza se é objeto de algum outro sujeito.
Aqui, a diferença entre conhecimento objetivo e conhecimento subjetivo é manifestada. O conhecimento subjetivo está inclinado aos interesses do sujeito em oposição ao conhecimento objetivo que expressa exatamente o que foi observado sem adicionar elementos externos.
Alcançar um conhecimento totalmente objetivo é muito difícil para qualquer sujeito, pois há limites para os impulsos dos outros que podem interferir na medida do conhecimento.
Operação cognitiva
É na operação cognitiva que surge o pensamento sobre o objeto. É um processo psicofisiológico necessário para o sujeito que encontra um objeto ter algum pensamento sobre ele.
A operação cognitiva dura apenas um instante, porém é necessário que se estabeleça um pensamento sobre o objeto observado. A operação cognitiva é uma operação mental que resulta em um pensamento.
Apesar de a operação cognitiva ser extremamente breve, o pensamento resultante permanece no conhecimento do sujeito por algum tempo.
Para entender essa relação, podemos dar um exemplo, como tirar uma fotografia.
Nesse caso, a operação cognitiva seria a ação de pressionar o botão para capturar um objeto, que dura apenas um instante. A fotografia obtida por essa ação dura muito mais, como acontece com o pensamento.
Pensamento
O pensamento é um conteúdo intramental referido a um objeto. Podemos nos referir ao pensamento como um traço interno sempre que um objeto é conhecido. Essa impressão na memória fornece uma série de pensamentos que são evocados cada vez que o objeto é vislumbrado. É uma expressão mental do objeto conhecido.
O objeto, por outro lado, é extramental, existe fora da mente do sujeito independentemente de como foi percebido. Mas também existem objetos intramentais que são produzidos quando tentamos focar a atenção no conhecimento que adquirimos anteriormente.
O pensamento difere do objeto, pois é a representação do objeto que o sujeito está percebendo. Não funciona como uma fotografia que captura o objeto, mas sim como uma construção mental que representa o objeto.
Existem estudos neurofisiológicos que concluem que entre o pensamento do objeto representado e o próprio objeto, existe uma diferença radical.
Devemos também distinguir entre pensamento idealista e pensamento realista. Em um pensamento idealista, o objeto de nosso conhecimento é imanente, em contraste com o pensamento realista, onde é sustentado por captar o objeto de uma forma extramental.
Porém, o pensamento realista ocorre quando o sujeito volta sua atenção e reflete sobre os pensamentos que obteve anteriormente, gerando novos pensamentos diferentes do objeto observado. Isso é o que chamamos de pensamento.
Há um caso excepcional de conhecimento de si, o sujeito se captura não como objeto, mas como sujeito.
Integração dos quatro elementos de conhecimento
Gutiérrez (2000) define o conhecimento pela relação dos quatro elementos como o fenômeno onde uma pessoa ou sujeito captura um objeto e produz internamente uma série de pensamentos sobre esse objeto. Ou seja, as ideias mentais que o sujeito gera a partir desse objeto.
O ato de conhecer requer a assimilação do objeto pelo sujeito. Isso causa uma expansão do horizonte cognitivo e obtém as qualidades e características do objeto. É aí que o sujeito começa a adquirir existência dentro da pessoa que conhece.
Quando o sujeito assimila o objeto, ajuda o sujeito a crescer; esta é a essência do conhecimento. Saber é ser mais, não ter mais.
Saber deve ser diferenciado de pensar. Saber é obter a série de pensamentos de um objeto. Pensar é embaralhar esses pensamentos e, à medida que são obtidos, combiná-los. No caso dos cientistas, outros pensamentos novos podem até ser inferidos.
Portanto, a distinção final entre saber, pensar e saber resulta da seguinte forma. Saber é o transcendente.
Pensar é a combinação de ideias conhecidas. E saber é o conjunto de pensamentos que o sujeito tem.
Referências
- FULLER, Steve; COLLIER, James H. Filosofia, retórica e o fim do conhecimento. Lawrence Erlbaum Associates, 2004.
- HABERMAS, Jürgen. Conhecimento e interesses humanos.
- DAVIDSON, Donald. Uma teoria de coerência da verdade e do conhecimento.
- HESSEN, Johannes; ROMERO, Francisco. Teoria do conhecimento. Espasa-Calpe, 1970.
- GADAMER, Hans-Georg; ARGULLOL, Rafael. A beleza da corrente. Barcelona: Paidós, 1998.
- HOROWITZ, Irving Louis. História e elementos da sociologia do conhecimento. 1974.
- MATURANA, Humberto R., et al. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do conhecimento humano. Madrid: Debate, 1990.