- Lenda da garota do panteão
- Versão 1: uma garota desobediente
- Versão 2: entre flores e fantasmas
- Um dia ruim para brincar
- Versão 3: erro de cálculo
- Panteões famosos pela lenda
- Referências
A lenda da menina do panteão é uma história muito popular no México que conta a história de uma menina que costuma aparecer em um cemitério e que, ocasionalmente, interage com quem a vê. Outras vezes ela simplesmente se mostra e assusta com sua risada espectral quem a pega durante a noite.
Existem variações quanto ao lugar e nome de alguns personagens, bem como a data em que ocorreram os eventos que deram origem à lenda. Da mesma forma, às vezes a menina é mostrada perto de um túmulo específico, e em outras versões ela pode até aparecer em áreas próximas ao cemitério ou cemitério, mas fora dele.
É muito comum encontrar histórias e lendas de terror em que a protagonista é uma menina. Sua inocência e delicadeza parecem ser um fator que desperta grande interesse por parte dos ouvintes deste tipo de histórias.
Existem lendas que se tornam conhecidas em certas regiões e que acabam sendo adaptadas às características de cada local por quem as conta. A lenda da menina do panteão é uma delas, tendo adquirido grande importância na América Latina, principalmente no México.
Lenda da garota do panteão
Existem muitas versões da lenda da menina do panteão, mas as mais conhecidas são as seguintes:
Versão 1: uma garota desobediente
Conta-se que Miranda era uma menina que morava com os pais, que às vezes saíam e às vezes a deixavam sozinha. Num daqueles dias solitários, o tédio levou Miranda a fugir de casa, desobedecendo às instruções de se comportar bem na ausência dos pais.
Entre a empolgação de sair à rua e a adrenalina da desobediência, Miranda resolveu entrar no cemitério que ficava perto de sua casa. A princípio ele ficou um pouco assustado, mas isso não o impediu de continuar.
Miranda estava brincando de pular entre as sepulturas e de repente ela encontrou uma que estava meio aberta. Ao se aproximar, ele tropeçou e perdeu o equilíbrio, caindo no poço. A menina recebeu um golpe severo na cabeça e morreu instantaneamente.
Agora o fantasma de Miranda assombra o cemitério, ora brincando, ora assustando as crianças que passam pelo local e, como ela, desobedecem aos pais.
Versão 2: entre flores e fantasmas
Em Monterrey está o Panteón del Carmen, perto do qual vivia uma família cujo negócio era vender flores. Os filhos da família eram María, Gregorio e Viviana, que ajudavam os pais nos dias em que havia mais trabalho; isto é, o Dia dos Mortos e o Dia dos Santos.
Um dia Viviana, a mais nova, brincava com outras crianças do panteão até que de repente deixou o grupo. Sua irmã Maria viu isso e decidiu segui-la. Viviana parou em um antigo mausoléu e começou a conversar com alguém. María não viu com quem estava a irmãzinha, mas ao ouvir risos e choro se assustou e perdeu Viviana de vista.
Diante dessa situação, todos os adultos começaram a procurar a menina com lanternas à noite. Eles chegaram ao túmulo e viram que Vivianita estava lá dentro. A grande surpresa foi que a tumba estava fechada há muitos anos.
Para entrar, quebraram uma janela do mausoléu e resgataram a garota. Quando foram embora, Viviana disse que tinha uma amiga chamada Carmina, que a convidou para morar com ela porque se sentia muito sozinha por não receber a visita de ninguém. Era o mês de outubro.
Um dia ruim para brincar
Quando chegou o Dia dos Mortos, havia muito trabalho e toda a família foi ajudar nos arranjos de flores. Viviana trouxe uma boneca para brincar, mas quando voltou para casa não a tinha mais. Quando questionada sobre sua boneca, a menina disse que Carmina perguntou a ela quando ela estava no panteão.
Ao ouvir isso, a mãe disse ao marido que a acompanhasse até o túmulo de Carmina. Quando chegaram, viram que a boneca estava ali; nesse momento a senhora sentiu o roçar de uma pequena mão na sua.
Ao voltar para casa, o casal encontrou sua filha Maria. Ela chorava muito assustada dizendo que Vivianita não acordava. Eles tentaram reanimá-la, chamaram os médicos, mas só confirmaram que a menina havia morrido de "causas naturais".
Depois desse evento, a mulher e seus filhos ficaram fora do México por um tempo, até que decidiram voltar para Monterrey. Eles se reencontraram com o pai junto com o guarda do cemitério, que com um semblante mais sereno disse que às vezes à noite se ouvia o riso de duas meninas brincando, vindas do túmulo de Carmina.
Versão 3: erro de cálculo
Durante a década de 1930, em Jalisco, dizem que uma família ia enterrar um familiar e decidiu levar uma das raparigas, que tinha apenas sete anos. Os adultos achavam que era importante para a menina aprender desde cedo sobre a questão da morte.
Depois de terminar o ritual, eles voltaram para casa e perceberam que a garota não estava com eles. Eles voltaram ao cemitério para procurá-la, mas não a encontraram. Eles fizeram isso por um longo tempo, até que desistiram e desistiram.
O que realmente aconteceu foi que durante o enterro a garota estava muito perto do túmulo. De repente, ela recebeu um golpe que a fez cair inconsciente dentro do túmulo, sem que ninguém percebesse.
Anos depois, a família ia enterrar outro parente, encontrando a terrível surpresa do cadáver da menina na sepultura quando ergueram a lápide. Diz-se que a menina aparece no cemitério e se sobram brinquedos para ela, eles vão parar perto do túmulo onde está a menina.
Panteões famosos pela lenda
Alguns dos panteões mais citados ao contar a história da menina fantasma do cemitério são o Panteón San Miguel de Apodaca, o Panteón San Isidro na Cidade do México, o Panteón Hidalgo em Tepic Nayari e o Panteón del Carmen em Monterrey.
Cemitérios não abrigam apenas sepulturas e flores; isso é demonstrado por tantos relatos de aparições espectrais no folclore. Os panteões mencionados têm muitos anos de história, o que lhes confere um toque de mistério ainda maior.
Ao visitar as diferentes cidades e investigar seus mitos e lendas, percebe-se que os ingredientes dessas histórias são comuns entre si.
A doença, o medo do desconhecido e a própria morte sempre causaram mal-estar ao homem. São esses elementos que dão forma e pano de fundo às histórias de terror, tão antigas quanto a humanidade.
Referências
- Universal. (2012). As 10 lendas mais famosas do México. Jornal Zócalo: Mundo Extraordinário. Recuperado de zocalo.com.mx.
- Herrera-Sobek, M. (2012). Celebrando o Folclore Latino: Uma Enciclopédia de Tradições Culturais. ABC-CLIO. Recuperado de books.google.es.
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- Poncela, A. (2000). Protagonismo feminino em histórias e lendas do México e da América Central. Edições Narcea: Cidade do México. Recuperado de books.google.es.
- Rosan A. Jordan, R.; de Caro, F. (1986). Mulheres e o estudo do folclore. Signs: Journal of women in Culture and Society, 11 (3). Recuperado de journals.uchicago.edu