Manuela de la Santa Cruz e Espejo foi jornalista e enfermeira equatoriana, nascida em Quito em 20 de dezembro de 1753. É reconhecida como uma das pensadoras mais importantes do continente americano e uma das pioneiras no campo do feminismo.
Ela também é considerada uma mulher de caráter forte, que não se limitava aos códigos morais machistas de sua época.
Teve uma importante colaboração no jornal Primicias de la Cultura de Quito sob o pseudônimo de Erophilia, onde por meio de seus escritos critica duramente a desigualdade de tratamento entre homens e mulheres, além de apoiar o pensamento revolucionário que deu ao Equador sua independência.
Biografia
Manuela de la Santa Cruz e Espejo foi a quinta e última filha do casamento de Luis Espejo e Catalina Aldaz.
Mesmo com o grande número de limitações e restrições para a formação universitária que as mulheres tinham no Equador do século XVIII, ela conseguiu estudar medicina, o que acabou fazendo dela a primeira enfermeira a se formar em uma universidade em Quito.
Muitos se lembram dela como irmã de Eugenio Espejo, importante médico e herói equatoriano.
Graças à sua habilidade na medicina, foi companheiro frequente de seu irmão durante suas consultas médicas e prestou assistência gratuita a muitas pessoas durante a epidemia de febre amarela que atingiu Quito em 1785.
Vida pessoal
Ela foi caracterizada por ser uma mulher de mente liberal que foi contra o sistema. Além de sua educação, sua vida pessoal era igualmente fora do comum.
Manuela casou-se aos 44 anos (uma idade invulgarmente alta) com José Mejía Lequerica, que mal tinha 21 anos na altura do casamento.
Porém, essa relação não durou, depois de pouco tempo e da distância causada por suas tarefas, acabaram se separando.
Desde muito jovem, Manuela de la Santa Cruz foi educada em ciências com os seus irmãos. Diz-se que ele herdou até 26 volumes médicos de Lorenz Heister, o que muito contribuiu para sua formação em medicina.
Sendo irmã de Eugenio Espejo, esteve presente em numerosos encontros políticos e teve acesso à sua biblioteca e pensamento em geral.
Sem dúvida, esse fator foi um gatilho para sua liberdade de pensamento, não só em relação às mulheres, mas também em relação a seu país.
Trabalhos e contribuições
Embora desvalorizada do ponto de vista histórico, há quem a considere uma das grandes mulheres do processo revolucionário no Equador e na América do Sul.
Em seus escritos exaltou a grandeza de toda Quito, principalmente do ponto de vista cultural, valorizando seus artesãos, pensadores, escritores, políticos e artistas.
Em suas obras sob o pseudônimo de Erofilia, ele falou duramente sobre o sistema colonial que então governava a América pela Espanha.
Sempre defendeu seus ideais, onde exigia maior participação das mulheres na formação universitária, nas manifestações culturais e políticas. Manuela de la Santa Cruz y Espejo tem a honra de ser a primeira jornalista (ainda anônima) de Quito.
Referências
- Marcelo Alemida Pástor (26 de agosto de 2015). Nossa Manuela de la Santa Cruz y Espejo. Retirado em 19 de dezembro de 2017, de El Norte.
- Héctor López Molina (sd). Manuela Espejo e Aldaz. Retirado em 19 de dezembro de 2017, da Enciclopedia de Quito.
- Manuela Espejo: Great of America (12 de junho de 2009). Retirado em 19 de dezembro de 2017, de Tu Rincón Cultural.
- Fander Falconí (28 de junho de 2017). A Manuela que desafiou o Império. Retirado em 19 de dezembro de 2017, de El Telégrafo.
- Manuela Espejo (7 de maio de 2005). Retirado em 19 de dezembro de 2017, de El Universo.
- César Hermida (27 de janeiro de 2014). Manuela Espejo. Retirado em 19 de dezembro de 2017, de El Tiempo.
- Pedro Reino Garcés (23 de maio de 2017). Manuela de Santa Cruz e Espejo. Retirado em 19 de dezembro de 2017, de El Tiempo.