- O que é pensamento inferencial?
- Tipos de inferências
- - Inferências locais ou coesas
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- Ferramentas para desenvolver o pensamento inferencial
- Textos adequados
- Professores como modelos de comportamento
- Importância do vocabulário e léxico
- Perguntas e comentários
- Leitura de acompanhamento
- Exemplo
- Referências
O pensamento inferencial ou compreensão inferencial é uma habilidade que corresponde ao segundo nível de compreensão de leitura. Permite identificar mensagens implícitas no texto de experiências anteriores do sujeito. Esta forma de entender novas informações (o texto) é baseada em esquemas, scripts e modelos culturalmente dados.
O pensamento inferencial consiste em raciocinar além do texto e difere do entendimento literal porque se refere às informações explícitas contidas no texto. Essa habilidade é o que permite aos leitores não apenas compreender o texto, mas “preencher” as lacunas do texto com sua própria experiência ou conhecimento.
O que é pensamento inferencial?
Inferencial é um tipo de pensamento que permite combinar diferentes ideias, tirar conclusões, identificar morais e temas a partir das leituras, interpretar e discutir as informações lidas.
Trata-se de compreender as informações alimentadas pelas experiências e padrões de cada indivíduo.
A disciplina que estuda a compreensão inferencial é a psicolinguística, pois as capacidades inferenciais partem de um componente cognitivo (conhecimento prévio) e um componente linguístico (características do texto como conteúdo, forma, etc.).
Dentro desta disciplina, a teoria construtivista é a que mais tem estudado o pensamento inferencial, em relação à compreensão de textos narrativos (histórias, histórias, entre outros).
Tipos de inferências
Inferências são representações mentais que a pessoa que lê ou ouve um texto constrói após aplicar seu próprio conhecimento à explicitação da mensagem. Existem diferentes tipos de inferências com diferentes níveis de complexidade.
- Inferências locais ou coesas
Eles funcionam como formas de conectar informações e ocorrem durante o processo de compreensão. Estas podem ser inferências referenciais e inferências causais antecedentes.
Por exemplo, no texto “Maria estava conversando com a avó, quando de repente começou a chorar” o leitor deve entender que “isto” se refere à avó.
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Eles organizam ou agrupam as informações em “pacotes” com temas e permitem conectar os dados locais do texto com os dados da memória.
Essas inferências podem ser objetivos superiores, inferências temáticas, avaliação de reações emocionais e inferências de subcategorias.
Um exemplo desse tipo de inferência é quando você entende a moral de um texto.
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Existem inferências que se dão após a leitura do texto e servem de complemento às informações lidas para entender por que certas ações ou eventos são mencionados.
Estas podem ser consequências causais, inferências instrumentais, inferências pragmáticas e inferências preditivas.
Características principais
Compreender um texto é um processo bastante complexo que deve resultar em uma representação do significado de um texto. No entanto, o significado de um texto não é dado pelas palavras escritas, mas pela mente de quem o lê.
- A compreensão inferencial vai além da simples compreensão das informações apresentadas no texto. Requer que o leitor comece a partir do conhecimento que adquiriu anteriormente.
- O pensamento inferencial é fundamental porque nos permite prever e compreender a realidade que nos rodeia, o que nos permite não depender do que é dado, mas ir mais longe. No caso de um texto, essa capacidade nos permite ler nas entrelinhas.
- Essa capacidade de inferir a relação entre dois ou mais eventos requer um raciocínio complexo que envolve diferentes processos mentais.
Este complexo processo é realizado por meio de três componentes:
- O sistema sensorial, que processa as informações visuais e auditivas.
- A memória de trabalho, onde a informação é processada ao vivo e ocorre sua integração.
- Memória de longo prazo, onde são armazenados os conhecimentos prévios com os quais as informações do texto serão comparadas.
Desenvolvimento do pensamento inferencial
Como todas as habilidades, o pensamento inferencial se desenvolve conforme o processo evolutivo natural ocorre nas crianças. Portanto, essa habilidade é vista em diferentes níveis dependendo da idade das crianças avaliadas.
Por exemplo, em crianças de 3 anos observa-se um melhor manuseio das inferências complementares, que são as inferências com menor nível de complexidade.
Por volta dos 4 anos de idade, a capacidade de fazer inferências torna-se mais fácil para as crianças e observa-se que elas já conseguem fazer melhores inferências globais. Aos 5 anos, eles podem fazer inferências globais com melhor desempenho.
Ferramentas para desenvolver o pensamento inferencial
Uma série de estratégias pode ser usada e aplicada para ajudar os alunos a desenvolver essa capacidade de compreensão inferencial, embora o professor deva adaptá-la à idade e às características das crianças.
As características que se mostraram influenciar na aquisição desta habilidade são a motivação para este tipo de tarefa de leitura, possuir um grande vocabulário e possuir uma memória de trabalho adequada.
Textos adequados
Para promover o desenvolvimento dessa habilidade, a primeira coisa a se ter em mente é escolher os textos adequados, sem serem muito fáceis ou difíceis.
Da mesma forma, devem ser textos que não sejam muito explícitos e que permitam um certo nível de inferência.
Professores como modelos de comportamento
Uma das estratégias mais recomendadas para professores servirem de modelos para os alunos. Por exemplo, eles podem dizer em voz alta o processo mental inferencial que estão fazendo: "Certamente isso era uma desculpa para o lobo comer leitões, porque os lobos costumam caçar animais de fazenda."
Importância do vocabulário e léxico
Você também precisa trabalhar para expandir seu vocabulário, por exemplo, identificando e definindo palavras desconhecidas no texto. Da mesma forma, os alunos devem ser treinados no uso de pronomes e conectores.
Perguntas e comentários
O professor pode fazer perguntas que provocam o processo inferencial. Por exemplo, você pode perguntar a eles como eles sabem uma determinada informação, quais são as relações entre os personagens e suas motivações.
Você também pode fazer observações, como verá na última seção deste artigo.
Leitura de acompanhamento
Eles podem ser treinados de forma a monitorar a leitura respondendo a perguntas sobre quem está participando, onde está ocorrendo e por que os eventos estão ocorrendo.
Exemplo
Uma maneira de desenvolver o pensamento inferencial é fazer observações, o que encoraja os alunos a fazerem possíveis inferências. Por exemplo:
Observação: a grama do playground está molhada.
Possíveis inferências: choveu. O sprinkler estava ligado. Há orvalho na grama.
Outro exemplo:
Obs: a fila para beber no bebedouro é longa.
Possíveis inferências: está calor lá fora. Os alunos acabaram de chegar do recreio.
Referências
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