TAQUIFILAXIA: CAUSAS, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - MEDICAMENTO - 2025

A taquifilaxia é o fenômeno de tolerância à ação da droga que ocorre de forma aguda e rápida. Geralmente é causada por exposição prolongada ao mesmo estímulo do medicamento, que se caracteriza por uma rápida diminuição do efeito do referido medicamento.

Também conhecida como dessensibilização, adaptação, falta de resposta ou regulação negativa, a taquifilaxia é causada por uma estimulação contínua dos receptores bioquímicos sobre os quais os medicamentos atuam. A estimulação contínua dos receptores com agonistas dá origem a esse fenômeno.

Agonistas são drogas que se ligam a receptores fisiológicos e simulam os efeitos regulatórios de um composto de sinalização endógeno. Por exemplo, quando um paciente é alérgico a um medicamento, a terapia de dessensibilização pode ser realizada.

Nesta terapia, pequenas doses do medicamento são administradas, que são aumentadas muito lenta e continuamente, até que as doses totais exigidas pelo paciente sejam atingidas. Dessa forma, o conhecimento da farmacodinâmica é utilizado para dessensibilizar o paciente e garantir que receba o tratamento necessário.

É importante diferenciar os termos tolerância e taquifilaxia. Pode-se dizer que a taquifilaxia é um tipo de tolerância farmacológica; a tolerância é rápida e aguda na taquifilaxia, enquanto a tolerância ao medicamento é um processo gradual.

A dessensibilização pode fazer com que o receptor fique temporariamente inacessível ao fármaco ou que a síntese do receptor diminua e, portanto, menos receptores estarão disponíveis na superfície da célula.

Causas

Modificação estrutural de receptores

Os receptores iniciam a regulação de eventos bioquímicos e funções fisiológicas e estão sujeitos a vários controles homeostáticos e regulatórios.

Como uma resposta de proteção celular homeostática à estimulação excessiva, ocorre uma mudança na configuração do receptor que causa a incapacidade de formar o complexo agonista-receptor ou, inversamente, uma forte ligação com o agonista sem abrir o canal iônico.

Quando há fosforilação dos receptores, sua capacidade de ativar a cascata do segundo mensageiro é alterada, embora sua estrutura ainda permita o acoplamento à molécula agonista.

Diminuição do número de receptores

Quando há uma exposição prolongada aos agonistas, o organismo interpreta que existem muitos receptores na superfície celular e, por endocitose, os receptores que estão "em excesso" passam para o interior da membrana.

Como há menos receptores de superfície para acoplar aos agonistas, as doses administradas para atingir as concentrações plasmáticas necessárias estão aumentando, gerando taquifilaxia.

Aumento da degradação metabólica

A exposição repetida à mesma dose de alguns medicamentos produz uma diminuição gradual da concentração plasmática, como consequência do aumento da degradação metabólica do medicamento no corpo.

Como é metabolizado mais rapidamente, as concentrações plasmáticas diminuem progressivamente e a taxa de reposição, ao receber doses iguais, não pode compensar essa diminuição.

Adaptação fisiológica

A adaptação fisiológica é mais causa de tolerância do que de taquifilaxia, pois é mais gradual em alguns medicamentos.

Porém, o mecanismo serve para explicar alguns casos de taquifilaxia, uma vez que alguns efeitos farmacológicos podem diminuir em decorrência de uma resposta homeostática do organismo.

Um exemplo disso é o efeito hipotensor dos diuréticos tiazídicos, que é limitado pela ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Sintomas

Os sintomas da taquifilaxia limitam-se basicamente à falta de efeito do medicamento administrado; portanto, é comum a persistência dos sintomas que tentam melhorar apesar da administração contínua do medicamento.

Os sintomas consistentes com os sintomas de abstinência foram descritos apesar da administração contínua do medicamento, especialmente em pacientes recebendo antidepressivos e opiáceos.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da taquifilaxia, os sintomas de tolerância à droga devem ser diferenciados dos sinais e sintomas de dependência, que embora ambos coexistam e tenham mecanismos celulares semelhantes, não se referem ao mesmo conceito e as implicações de ambos são muito diferentes.

A taquilaxia requer aumentos de dose para atingir os mesmos efeitos que foram inicialmente alcançados com doses mais baixas. Porém, na dependência, há uma necessidade compulsiva de o indivíduo usar a droga para funcionar normalmente.

Em casos de dependência, o cérebro se adapta a níveis elevados da droga continuamente e parece funcionar normalmente devido à tolerância funcional inicial à droga.

Tratamento

Não existe tratamento que previna ou regule a taquifilaxia. O paciente com essa condição deve ser individualizado e a possibilidade de aumento das doses deve ser considerada até que o efeito desejado seja alcançado ou a troca da medicação para evitar doses tóxicas.

Em alguns casos, o medicamento pode ser duplicado ou triplicado, se o risco de toxicidade não existir com essas doses e se a relação risco-benefício permitir.

Em outros casos, o risco de intoxicação não permite o aumento contínuo da dose do medicamento, devendo o medicamento ser trocado por um medicamento de segunda escolha que possa obter o efeito inicial desejado de forma mais lenta.

Referências

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