- Variabilidade do vestido
- Roupas da alta sociedade
- Trajes de outras classes sociais
- Roupa militar
- Costura
- Referências
O vestuário da época colonial caracteriza-se por receber uma influência direta da moda europeia dos séculos XV, XVI e XVII, através dos conquistadores e colonizadores que se mudaram para a América.
Esse grupo de colonizadores se implantou em diferentes épocas e regiões do território americano, oriundos principalmente do Império Espanhol, do Império Português, do Império Britânico, da França ou da Holanda.
Saint Louis na época colonial. Fonte: Mame Khary na Wikipedia em inglês.
A época colonial teve início no final do século XV e teve como ponto de partida a chegada de Cristóvão Colombo ao território americano em 1492, graças ao apoio da Coroa de Castela. Esse período se estende até o início do século XVII com a conhecida colonização holandesa.
Em geral, considera-se que do ponto de vista estilístico os trajes da época colonial assumem elementos da esfera renascentista e culminam com a tendência barroca do século XVII, especificamente com o estilo rococó.
Algumas peças que foram adotadas da Europa evoluíram para variações autóctones, como o agasalho espanhol, as capas castelhanas, as mantas granadinas e as mantas canárias, que ao chegarem ao território americano aos poucos se tornaram a ruana colombiana, a Poncho mexicano ou poncho argentino.
Variabilidade do vestido
Um dos elementos que caracterizam a moda na colônia é a variedade de trajes como forma de diferenciação social, pois permitiu distinguir culturas, locais de origem, raça ou status social.
Por exemplo, essas pessoas de alto status foram aquelas que trouxeram tecidos e acessórios da Europa, bem como as últimas tendências e modelos do Velho Mundo.
Era uma espécie de direito com o qual você nasceu e, embora não houvesse regras escritas, era consenso social que algumas vestes, principalmente femininas, eram exclusivas das mulheres e não podiam ser usadas pelas camponesas.
Roupas da alta sociedade
As mulheres costumavam usar saias longas e largas, blusas de renda ou linho e anáguas bordadas. Era frequente no estilo espanhol, os leques, mantilhas, guarda-chuvas e sapatos com fivelas prateadas.
O estilo “esfaqueado” estava na moda, que consistia em deixar o forro da roupa visível ou colocar um tecido diferente por baixo.
Por sua vez, o traje dos cavalheiros da alta sociedade consistia em calças estreitas ou leggings, capas, panos, sobrecasacas, camisas de babados, gravatas que terminavam em franjas e, em casos específicos, babados. Entre os acessórios, destacaram-se o lenço, a cartola e a bengala com cabo de metal, típicos da época. Botas adornadas com engastes de prata eram as mais comuns.
As formas que predominaram nos desenhos eram como a silhueta de uma ampulheta nos trajes femininos, e nos masculinos caracterizava-se por ser mais retangular.
Trajes de outras classes sociais
Já as pessoas das classes mais baixas vestiam ternos muito mais simples, que costumavam ser feitos de tecidos de algodão. Dependendo da zona climática, as vestimentas também poderiam ser confeccionadas com lã de ovelha ou de lhama, como era o caso dos ponchos.
As camponesas costumavam usar roupas que lembram a simplicidade do quíton grego. Já os fazendeiros crioulos usavam gibão com mangas, perneiras e botas altas feitas de couro de veado. Eles usavam o colarinho clássico e uma faixa para ajustar o gibão.
No caso dos escravos, os homens usavam camisola de algodão com três aberturas para a cabeça e os braços, isso era muito típico das fazendas e das plantações. No caso das criadas negras, elas tinham que usar vestidos de mangas compridas, sem adornos, que cobrissem do pescoço aos pés.
Roupa militar
Um dos trajes mais usados na época colonial é, sem dúvida, o militar. Na primeira fase da conquista, era comum o uso de armadura completa, vestimenta usada por volta de 1580. Consistia em um morion com espanador, gola de renda, bermuda bufante e cinto de espada na cintura.
Posteriormente, os soldados e suboficiais costumavam usar roupas semelhantes, como chacós alto com pluma e viseira, jaqueta com capuz com faixas cruzadas distintas no peito e calças largas. Esses eram os trajes dos hussardos, lanceiros e policiais da época.
Os oficiais superiores usavam colete que cobria uma camisa de gola alta e um colete com 5 ou 6 botões. O casaco tinha dragonas com bordas e lapelas de galão largas, em forma de escudo heráldico. Eles também costumavam usar uma gravata borboleta preta.
Costura
Fonte: Artista desconhecido de 1862
A técnica têxtil na América era bastante refinada com a chegada dos espanhóis, tanto na cor quanto no design. O sistema que usaram foi o tear de cinta posterior, que consistia em duas pontas amarradas, uma a uma árvore e a outra às costas do tecelão. Os corantes vegetais foram então combinados com aquela técnica que eles já dominavam na perfeição e que resultou na uniformidade do diâmetro do fio.
Enquanto isso, os espanhóis se encarregaram de trazer uma nova técnica, o tear a pé ou de pedal, também conhecido como garrucha ou tear de lançadeira. Esta técnica nunca substituiu o tradicional tear indígena, mas foi implementada simultaneamente.
Para a confecção das roupas, eram usados materiais de luxo das classes mais altas, importados de países europeus, como veludo, brocado, damasco, renda e seda.
Para as roupas do dia a dia, foram usados outros tipos de tecidos mais acessíveis, como lã de alpaca ou vicunha, algodão e linho. Estas últimas, junto com a seda, foram trazidas pelos conquistadores e em curto prazo começaram a ocorrer em assentamentos coloniais.
Às vezes, penas de pássaros exóticos podem ser tecidos ou anexados a esses materiais para adicionar um toque mais colorido às roupas.
Em países como a Guatemala e o Chile, os ponchos ou também conhecidos tecidos da terra feitos em centros de lã nos permitiram obter peças do tipo poncho que eram impermeáveis à chuva.
Referências
- Tempos coloniais: a cidade, as casas, a educação e os costumes. (sf). Recuperado de sanjuanalmundo.org
- O vestido colonial. (sf). Recuperado de laguia2000.com
- Celanese Colombiana SA (1945). História do traje na Colômbia. México: Editorial Atlante.
- Biblioteca Hispânica. (5 de março de 2017). As roupas hispano-americanas influenciam para frente e para trás. Recuperado de reinamares.hypotheses.org
- Colonização europeia da América. (12 de outubro de 2019). Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado de es.wikipedia.org