- Caracteristicas
- Origem
- Inserção
- Função
- Inervação
- Irrigação
- Patologias e distúrbios relacionados
- Compressão do nervo interósseo anterior
- Fascículo acessório do músculo flexor longo do polegar
- Tenossinovite restritiva do flexor longo do polegar e flexor profundo do dedo indicador (síndrome de Lindburg)
- Diagnóstico
- Reabilitação
- Referências
O flexor longo do polegar é um músculo que visa causar a flexão do polegar e contribui indiretamente para o movimento da mão. É plano, plano e, como o nome indica, longo. Seu nome vem do latim musculus flexor pollicis longus.
O músculo flexor longo do polegar pode ser lesado por trauma. A sintomatologia se deve principalmente à lesão ou compressão do nervo interósseo que supre esse músculo.
Representação gráfica do músculo flexor longo. Fonte: Me Imagem editada.
Esse tipo de lesão causa fraqueza muscular ou dificuldade para segurar objetos com os dedos. Especialmente a capacidade de juntar o polegar e o indicador em forma de pinça é afetada. Também há dor no antebraço.
Outro fator importante que tem sido associado à compressão do nervo interósseo é o achado de variações anatômicas musculares incomuns ao nível do trajeto do nervo. É o caso da presença do fascículo acessório do músculo flexor longo, que acomete um pequeno grupo de indivíduos.
Caracteristicas
É um músculo plano, longo e plano. Ele está localizado lateralmente ao músculo flexor comum profundo dos dedos da mão. Vai desde a tuberosidade do rádio, passa na frente do músculo pronador quadrado, até chegar ao polegar. As fibras do músculo flexor longo do polegar são orientadas obliquamente.
Origem
O músculo flexor do polegar origina-se do antebraço em seu terço proximal, na face anterior do rádio (tuberosidade) e na membrana interóssea.
Inserção
O músculo flexor longo do polegar se fixa na base da falange distal ou ungueal do polegar, em sua face anterior ou palmar.
Função
O músculo flexor longo do polegar tem a função de flexionar a falange distal do primeiro dedo (polegar). Este se dobra sobre a falange proximal e esta sobre o primeiro metacarpo, ou seja, movimenta a articulação metacarpofalangiana, a articulação interfalangiana proximal e a articulação distal.
Também cumpre uma função indireta ou acessória na movimentação do pulso.
Esse músculo é muito útil no nosso dia a dia, pois permite fazer pinças finas para segurar pequenos objetos, como segurar um lápis, etc., bem como pinças grossas, ou seja, objetos maiores pegos com o polegar e o indicador., sendo um exemplo disso agarrando um copo.
Inervação
Este músculo é inervado pelo nervo interósseo anterior, cuja função é puramente motora. Este nervo vem do tronco do nervo mediano.
Irrigação
O músculo flexor longo do polegar é suprido pela artéria interóssea anterior.
Patologias e distúrbios relacionados
Compressão do nervo interósseo anterior
Esta patologia é caracterizada pelo aparecimento de dor na face anterior do antebraço, especificamente ao nível do terço proximal. É difícil para o paciente agarrar as coisas usando os dedos como pinças, assim como pode haver dificuldade na pronação.
Tudo isso é causado pela compressão do nervo interósseo, afetando a mobilidade dos músculos por ele inervados, ou seja, o flexor longo do polegar, o músculo flexor médio e índice profundo e o quadrado do pronador.
Se o nervo mediano é afetado na compressão, o paciente reclama de dor irradiada em direção ao punho.
A origem da compressão pode ser devida a fraturas do antebraço, feridas perfurantes ou causadas por armas de fogo de longa distância.
O tratamento na maioria das vezes é não invasivo, ou seja, o braço fica imobilizado por 8 a 12 semanas e são colocados antiinflamatórios não esteroidais.
Fascículo acessório do músculo flexor longo do polegar
Ressalta-se que existe uma outra causa que pode comprimir o nervo interósseo, visto que algumas pessoas podem apresentar uma variante anatômica denominada fascículo acessório do músculo flexor longo.
A presença de variações anatômicas pode levar à formação de arcos fibrosos adicionais que comprimem o nervo interósseo anterior. Essa variante muscular pode se apresentar unilateral ou bilateralmente.
Tenossinovite restritiva do flexor longo do polegar e flexor profundo do dedo indicador (síndrome de Lindburg)
Foi descrito pela primeira vez em 1978 por Lindburg. Essa síndrome é caracterizada pela incapacidade do paciente de flexionar a articulação interfalangeana do polegar de forma isolada, pois, ao fazê-lo, também flexiona a articulação interfalangiana distal do dedo indicador.
Outro achado que confirma o diagnóstico é o aparecimento de dor quando o paciente flexiona o polegar e o examinador tenta resistir à ação.
Essa síndrome é causada pela presença anormal de comunicações anatômicas, que interconectam o músculo flexor longo do polegar e o músculo flexor do dedo indicador. Essa anormalidade pode ocorrer unilateralmente ou bilateralmente.
Essa condição geralmente está associada à síndrome do túnel do carpo. O tratamento é quase sempre cirúrgico.
Diagnóstico
Os tendões flexores juntos fazem com que a mão assuma uma posição característica quando está completamente em repouso. Esta posição se assemelha a uma cachoeira, portanto, essa posição é chamada de "cascata normal dos dedos".
Nesta posição, o polegar e o dedo indicador estão ligeiramente flexionados. Ele aumenta à medida que você avança para os próximos dedos, ou seja, o dedo médio estará um pouco mais flexionado que o indicador e o dedo mínimo mais arqueado que o médio.
Mão em repouso, (observe os dedos em posição de cascata) Fonte: Foto tirada pelo autor. MSc. Marielsa Gil.
O conhecimento desse comportamento fisiológico é de extrema importância para o cirurgião de mão, uma vez que, ao realizar uma cirurgia no dedo lesado, ele deve assumir esta forma após a realização do procedimento.
Se um tendão flexor é lesado, sua função, que é tensionar para dobrar o dedo, é perdida, portanto, o tendão extensor domina, deixando o dedo permanentemente estendido. Nesse caso, o dano ao músculo flexor é evidente e nenhum procedimento exploratório é necessário.
Se a lesão for parcial e ao nível dos flexores profundos, a seguinte manobra de exame é descrita:
A articulação interfalangiana proximal do dedo lesado deve ser imobilizada e o paciente é então instruído a tentar flexionar o dedo (falange distal). Se você puder fazer isso, significa que os músculos flexores profundos estão funcionando bem.
Reabilitação
Para que a reabilitação completa do músculo flexor lesado seja alcançada, deve-se seguir uma técnica cirúrgica correta, além de um número adequado de sessões terapêuticas com profissional treinado em lesões de mãos.
Referências
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- Pacheco-López R. Reparo agudo dos tendões flexores. plast. iberolatinoam. 2017; 43 (Suplemento 1): s27-s36. Disponível em: scielo.
- "Músculo flexor longo do polegar." Wikipédia, a enciclopédia livre. 2 de outubro de 2019, 13:55 UTC. 11 de outubro de 2019, 04:32
- Riveros A, Olave E, Sousa-Rodrigues C. Estudo Anatômico do Fascículo Acessório do Músculo Flexor Longo do Polegar e sua Relação com o Nervo Interósseo Anterior em Brasileiros. Int. J. Morphol. 2015; 33 (1): 31-35. Disponível em: scielo
- Ramírez C, Ramírez C, Ramírez M, Ramírez N. Trauma de mão: diagnóstico inicial e tratamento. Revista da Universidade Industrial de Santander. Saúde, 2008; 40 (1) 37-44. Disponível em: redalyc.org
- Delgado M, Moreno J, Vilar J, Recio R, Criado C, Toledano R, Collantes F. Tenossinovite restritiva do flexor longo do polegar e do flexor profundo do dedo indicador (síndrome de Lindburg). Sobre um caso. Jornal da Sociedade Andaluza de Traumatologia e Ortopedia, 1999; 19 (1): 91-94. Disponível em: Elsevier.