- Quais são os estágios da depressão?
- Primeiro estágio: a origem da depressão
- a) Grande estressor ou perda de reforçadores positivos
- b) Acúmulo de pequenas perdas ou pequenos estressores
- c) Aumento da aversão
- d) Quebra de cadeias comportamentais
- e) Perda simbólica
- Segundo estágio: início da depressão
- Terceiro estágio: inibição comportamental de atividades agradáveis
- Quarta etapa: inibição comportamental de atividades obrigatórias
- Referências
Os estágios da depressão podem ser divididos em origem, início, inibição comportamental de atividades agradáveis e inibição comportamental de atividades compulsórias.
Quando falamos em depressão, estamos nos referindo a um distúrbio psicológico que pode ser muito sério e interferir seriamente na vida da pessoa. É caracterizada por uma visão negativa do presente e do futuro, com pouca esperança, pouca vontade de fazer coisas, dormindo muito ou pouco, entre outros sintomas.
A depressão pode afetar todo o funcionamento psicossocial da pessoa e não apenas de quem a sofre, mas também o seu meio ambiente e toda a sociedade, dado o impacto económico que a depressão tem nos serviços de saúde.
Quais são os estágios da depressão?
Primeiro estágio: a origem da depressão
Há alguns anos, algumas teorias sustentavam que a depressão era o resultado de uma série de mudanças bioquímicas ocorridas em nosso corpo. Estudos subsequentes propõem que, para que uma pessoa fique deprimida, deve surgir uma situação em seu ambiente que a pessoa interprete como desagradável.
Essa mudança no ambiente percebida é chamada de perda de reforçadores. A perda de reforços seria a origem da depressão.
A origem do transtorno pode ser causada por uma série de mudanças na vida, como doença, divórcio, perda de um ente querido, demissão, problemas familiares e outros distúrbios psicológicos.
Como podemos ver, não existe um momento-chave padrão para todas as pessoas, mas é qualquer experiência que a pessoa interprete como uma perda ou uma mudança desagradável à qual não pode se adaptar ou não pode lidar.
Nem todos os eventos desagradáveis que nos fazem sentir mal ou tristes desencadeiam a depressão. A tristeza é uma emoção básica que tem uma função biológica específica.
A função da tristeza é diminuir a energia para planejar como podemos lidar com essa perda. Às vezes, esse período de tristeza dura mais porque a pessoa se sente incapaz de lidar com essa nova situação.
Quando essa tristeza se prolonga, a pessoa começa a ficar deprimida e ocorre uma série de mudanças emocionais, mudanças de pensamento e mudanças de comportamento.
Essa sucessão de mudanças produz modificações no funcionamento bioquímico do sistema nervoso central. O cérebro secreta menos neurotransmissores e facilita o aparecimento da depressão.
Podemos classificar a perda de reforçadores da seguinte forma:
a) Grande estressor ou perda de reforçadores positivos
Às vezes, as pessoas experimentam a perda de um reforçador muito poderoso, um evento como um divórcio, uma doença ou morte de um ente querido, uma dispensa, etc. fazer com que a pessoa experimente esta situação como um acontecimento muito desagradável.
b) Acúmulo de pequenas perdas ou pequenos estressores
As pessoas se desenvolvem em diferentes áreas. Quando a pessoa não se sente realizada com o trabalho, também tem uma veia ruim com o parceiro, brigou com o irmão e não costuma sair muito com os amigos por falta de tempo, repentinamente um pequeno acontecimento insignificante como, por exemplo, quebra a televisão, transborda e começa a depressão.
c) Aumento da aversão
O ser humano experimenta eventos positivos e negativos, mas quando o input negativo ultrapassa o positivo, o primeiro invalida o segundo.
Por exemplo, se uma pessoa sofre de uma doença como a fibromialgia, que causa muita dor, e isso a impede de se divertir, apesar de ter sua família, seus amigos não conseguem ter prazer.
d) Quebra de cadeias comportamentais
Esse início de depressão ocorre quando uma pessoa passa por uma mudança em sua vida, como uma promoção no trabalho.
A princípio é positivo, porém, essa nova função implica em viagens com mais frequência, maior responsabilidade, maior carga de trabalho, alto nível de estresse, relacionamento ruim com os antigos colegas.
Quando uma pessoa experimenta essa série de eventos aos poucos, ocorre uma série de perdas.
e) Perda simbólica
Às vezes, o evento negativo não acontece necessariamente a você mesmo, mas ao testemunhar uma situação você repensa sua vida. Por exemplo, quando você vê que um vizinho seu que tinha mais ou menos sua idade faleceu, você repensa sua vida.
Essa perda que se origina de forma indireta faz com que a pessoa repense sua vida e pense no que fez no mundo, se alcançou o que sempre sonhou, etc. às vezes a pessoa fica insatisfeita e fica deprimida.
Segundo estágio: início da depressão
Ao vivenciar alguma dessas perdas, a pessoa fica triste. Essa tristeza se prolonga e se estabelece, a pessoa não consegue lidar com essa nova situação e começa a ficar deprimida.
Essa perda de reforçadores é sentida como crítica e pensar que você não consegue lidar tem um grande impacto psicológico.
Esta dor emocional se manifesta em duas mudanças, por um lado, os pensamentos negativos automáticos e, por outro lado, as sensações emocionais e físicas desagradáveis.
Como consequência de pensar e sentir dessa maneira, a pessoa tem cada vez menos vontade de fazer as coisas. Um estado geral de inibição, apatia e desmotivação ocorre, levando ao próximo estágio.
Terceiro estágio: inibição comportamental de atividades agradáveis
Essa dor emocional que se manifesta por meio de pensamentos e sensações fisiológicas faz com que a pessoa pare de fazer essas atividades prazerosas.
É quando surge a inércia. É compreensível que, se estivermos de baixo-astral e os pensamentos forem negativos, não estejamos muito predispostos a fazer coisas.
O que deixamos de fazer primeiro são as atividades prazerosas, ou seja, aquelas de que gostamos de sair com os amigos, praticar esportes, ler, ouvir música, comer em família. Estas são as atividades voluntárias que fazemos para desfrutar.
O que acontece é que quando surge a possibilidade de fazer uma atividade agradável, os pensamentos que invadem a mente de uma pessoa deprimida são, por exemplo, "Não estou com vontade", "Não quero que pensem que estou errado", "Não quero que me perguntem "," Tenho certeza que não estou me divertindo ", esses pensamentos geram desconforto, por isso a pessoa opta por não sair e ficar em casa.
Quando uma pessoa decide não realizar essa atividade em curto prazo, sente alívio, pois conseguiu escapar dessa situação que lhe causa desconforto, mas no longo prazo gera mais prejuízo, pois perdem a oportunidade de enriquecer com essa atividade.
Deixar de fazer coisas boas é uma perda de reforçadores adicionada à perda inicial de reforçadores, fechando assim o circuito da depressão.
Nesta fase, a pessoa continua a realizar as atividades obrigatórias, ou seja, aquelas atividades que, sem gerar prazer, são necessárias para viver, como trabalhar, cuidar da casa, lavar, etc.
Quarta etapa: inibição comportamental de atividades obrigatórias
Quando paramos de fazer coisas de que gostamos, tornamos impossível recuperar o nível adequado de reforçadores positivos, piorando a depressão. É quando a pessoa começa a se sentir pior.
Às vezes, a depressão atinge um nível que a pessoa é incapaz de realizar atividades obrigatórias, como trabalhar, cuidar da família, fazer tarefas domésticas e tarefas de autocuidado, como higiene pessoal.
Referências
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- Barlow, D. Farchione, T, Fairholme, C. Boisseau C, Allen, L & Ehrenreich-May, J. (2011) Protocolo unificado para o tratamento transdiagnóstico de transtornos emocionais. Manual do terapeuta e manual do paciente. Aliança Editorial.
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- Belloch, A., Sandín, B., Ramos, F. (1994) Manual of psychopathology (volume II). McGrawHill.
- Sevillá, J. e Pastor, C. (1996): Tratamento Psicológico da Depressão. Um manual de autoajuda passo a passo. Publicações do Center for Behavior Therapy. Valência.