Os Mosquitos de Santa Rosa é uma história escrita pelo peruano Ricardo Palma. Faz parte de uma série de contos ficcionais com fundo histórico que o autor publicou durante vários anos em diversos jornais e revistas.
O conjunto desses escritos é conhecido pelo nome de Tradições Peruanas. Ricardo Palma nasceu em Lima em 1833 e morreu na mesma cidade em 1919. Suas tradições peruanas lhe deram grande popularidade, embora também publicasse outros tipos de livros.
Ricardo Palma, escritor peruano
Com base em alguns acontecimentos que apareceram em arquivos e documentação histórica, as Tradições do Peru são escritas em linguagem simples, para que possam ser lidas por todos os tipos de público.
Influências do romantismo podem ser vistas em seu estilo, e ele também é bastante crítico em relação às instituições em algumas ocasiões.
Mosquitos Santa Rosa
Dentro das tradições peruanas, Ricardo Palma dedicou algumas histórias a Santa Rosa de Lima. Esta foi uma mística peruana, muito seguida pelos cariocas em seu tempo e hoje.
Seus seguidores atribuem a ela uma infinidade de milagres e a dotam de habilidades extraordinárias.
Entre o que se conta sobre ela está a sua história com o galo e, claro, a dos mosquitos.
Este último pertence à sétima série de tradições e foi publicado em 1896, junto com vários outros relatos.
Resumo dos mosquitos Santa Rosa
A Santa Rosa foi atribuída uma relação especial com todos os tipos de animais, que a respeitou e obedeceu em todos os seus pedidos.
Segundo a lenda, a casa de Santa Rosa possuía uma espécie de pomar, com poças e valas.
Naturalmente, isso atraiu uma grande multidão de mosquitos, que não paravam de importunar a mística enquanto ela orava.
Quando ela decidiu construir um eremitério naquele terreno, ela aceitou os animais incômodos: ela prometeu não incomodá-los e eles fariam o mesmo com ela.
O acordo funcionou tão bem que se diz que, quando Rosa louvou a Deus, os mosquitos continuaram a dar-lhe uma espécie de concerto com trombetas.
Porém, um dia, uma amiga da Santa, a Beata Catalina, apareceu no jardim. Este, que os mosquitos não respeitaram, matou um com um tapa.
Naquele momento Rosa impõe paz. Ele pede à abençoada mulher que não mate mais nenhum deles e aos mosquitos que não piquem novamente a amiga:
"Deixa-os viver, irmã: não me mates nenhum destes pobres coitados, que te ofereço não te morderá de novo, mas terão com ti a mesma paz e amizade que eles têm comigo."
Diferente foi o caso de outra beata, Francisca Montoya. Ela nem se atreveu a se aproximar do jardim por medo da multidão de mosquitos que ali se instalaram.
Parece que o Santo não gostou dessas precauções, então ela decidiu mandar-lhe um castigo. Ele escolheu três mosquitos e pediu que fossem picar o santo:
"Bem, três vão picá-lo agora", Rosa disse a ele, "um em nome do Pai, outro em nome do Filho e outro em nome do Espírito Santo."
Referências
- Cervantes Virtual. Os mosquitos de Santa Rosa. Obtido em cervantesvirtual.com
- Wikipedia. Tradições peruanas. Obtido em es.wikipedia.org
- Compton, Merlin. Os contos históricos e folclóricos latino-americanos de Ricardo Palma. Obtido em toddmcompton.com
- Os editores da Encyclopædia Britannica. Ricardo Palma. Obtido em britannica.com
- Seu dicionário. Ricardo Palma Fatos. Obtido em biography.yourdictionary.com