- Conservação
- Ameaças
- Comercialização de carne
- Caçando
- Caracteristicas
- Fisiologia
- Pico
- Corpo
- Barbatanas
- Cor
- Cabeça
- Reprodução
- Larvas
- Alimentando
- A caça
- Comportamento
- Migração
- Referências
O espadarte (Xiphias gladius) é uma espécie marinha pertencente à família Xiphiidae. Sua principal característica é o bico longo e achatado em forma de espada. É formado pela fusão e extensão dos ossos que compõem a mandíbula.
Ao contrário da crença popular, o bico afiado não é usado para atacar a presa, mas para atordoá-la. Esta espécie pode usá-lo para abater um cardume de peixes e, em seguida, consumir aqueles que estão feridos ou perturbados. Também foi atribuído um uso defensivo, como proteção contra seus predadores naturais.
Peixe espada. Fonte: MathKnight
Outros aspectos relevantes são a presença de uma grande barbatana dorsal grande e a ausência de barbatanas pélvicas. Além disso, não tem dentes e a pele não tem escamas. Seu corpo é alongado e medem aproximadamente 4 metros. O recorde de pesca dessa espécie foi registrado no Chile em 1953. O espécime pesava 536,15 quilos.
Esta espécie é ectotérmica, por isso não tem a capacidade de regular sua temperatura interna. É por isso que possui órgãos especiais próximos aos olhos, que aquecem o cérebro e os globos oculares, melhorando assim sua visão.
Conservação
Em algumas regiões, como o Mediterrâneo, a população de espadarte está diminuindo. No entanto, em geral esta espécie é estável. É por isso que a IUCN classificou o Xiphias gladius como menos preocupante para a extinção.
No entanto, a organização protecionista internacional indica que, se não forem tomadas medidas para ajudar a resolver os problemas que a afligem, pode ser gravemente ameaçada.
Ameaças
Os peixes-espada são ameaçados ao caçá-los, seja acidentalmente, para fins esportivos ou para alimentação. É uma espécie sensível à sobrepesca, uma vez que, entre outras coisas, os jovens são capturados, evitando que a espécie se recupere da sobreexploração.
Comercialização de carne
Quanto ao aproveitamento de sua carne, é muito valorizada no mercado, por ser compacta e aromática. Além disso, é altamente nutritivo, pois contém vitaminas e minerais.
Entre outros benefícios está o seu baixo nível calórico, ocupando a sétima posição entre os peixes mais nutritivos, com apenas 110 quilocalorias. Da mesma forma, o fígado deste peixe é utilizado na indústria farmacêutica, devido à grande quantidade de vitamina A que possui.
Arpões, redes de pesca, redes derivantes e palangres são usados para capturá-lo. O uso deles constitui, por sua vez, um perigo para tubarões, pássaros e tartarugas marinhas. Isso ocorre porque eles são pegos nas redes e morrem.
Caçando
Em geral, a captura dessa espécie é acidental, pois fica emaranhada nas linhas de anzóis de espinhel, usados na pesca do atum.
A pesca recreativa e esportiva é praticada principalmente ao largo das costas do Equador, Califórnia, Peru e norte do Chile.
Caracteristicas
Esqueleto de espadarte. Postdlf
Fisiologia
O peixe-espada é um animal ectotérmico, pois não tem a capacidade de manter, de forma constante, a temperatura interna. Isso vai depender das condições da água onde você mora. No entanto, eles possuem órgãos especiais em ambos os lados dos olhos, que contribuem para a regulação da temperatura.
Aquecem o cérebro e os olhos, podendo elevar suas temperaturas de 10 ° C a 15 ° C acima da da água onde vive. Manter os olhos aquecidos ajuda a melhorar a visão, tornando mais fácil perseguir e pegar suas presas.
O fato de ambas as estruturas orgânicas poderem manter sua temperatura mais elevada do lado de fora, permite ao peixe-espada explorar nichos térmicos mais amplos. Da mesma forma, pode caçar em águas profundas e frias.
Por outro lado, como o resto dos grandes animais pelágicos, a anatomia do Xiphias gladius é especializada para natação rápida. No entanto, este peixe tem uma baixa percentagem de músculo branco, o que lhe permite um arranque repentino. Quando adulto, pode nadar a 25 metros por segundo.
Pico
A característica mais relevante do peixe-espada é o alongamento da mandíbula superior. Assim, é achatado, pontiagudo e afiado, semelhante a uma espada. Seu tamanho é quase um terço do comprimento total do animal.
Devido a esta particularidade, este peixe é conhecido como gladiador. No entanto, seu bico não é usado como lança para pescar. Assim, não é usado para empalar presas, mas para ferir ou atingir presas grandes.
Além disso, pode abalar cardumes de peixes, atordoando-os para facilitar a captura. Da mesma forma, os pesquisadores apontam que o peixe-espada pode usar o bico como proteção, contra ameaças de seus predadores naturais.
Nesse sentido, ocorreram confrontos entre este peixe e o tubarão-de-nadadeira-pequena (Isurus oxyrinchus), onde é atacado no estômago, causando a sua morte.
Corpo
Seu corpo é robusto e possui formato cilíndrico alongado. A coluna vertebral é composta por 26 vértebras, 15 pré-caudais e 11 caudais. Da mesma forma, é ligeiramente achatado nas laterais, mais profundo na parte posterior das aberturas branquiais e mais fino na parte caudal.
Ao nascer, esta espécie apresenta o corpo coberto por escamas, porém, tendem a perdê-las progressivamente. Uma vez adultos, eles estão completamente ausentes.
Barbatanas
Esta espécie possui duas barbatanas dorsais que, na fase juvenil, estão continuamente dispostas. Quando atingem a idade adulta, essas estruturas são separadas, sendo a primeira maior que a segunda. Assim, a primeira dorsal, que se origina das aberturas branquiais, tem entre 34 e 49 raios e a segunda dorsal, 4 a 6 raios.
Além disso, as duas barbatanas anais que possui estão distantes uma da outra e uma é maior que a outra. A primeira barbatana anal tem entre 13 e 14 raios e a outra tem 3 ou 4 raios. A segunda barbatana anal está posicionada ligeiramente mais para a frente do que a segunda barbatana dorsal. O ânus está localizado próximo à origem dessas duas nadadeiras.
Quanto às barbatanas peitorais, são algo rígidas, compridas e estreitas. Eles têm entre 16 e 18 raios e estão localizados na parte inferior do corpo. A barbatana caudal é curta mas muito larga e tem uma forma crescente.
Da mesma forma, possui pedúnculo caudal, com quilha proeminente de cada lado e corte na face ventral e dorsal. Por outro lado, este peixe carece de barbatanas ventrais.
Cor
A parte superior do corpo pode variar entre tons de marrom escuro, violeta, azul escuro e até preto. Essas cores escuras vão esmaecendo até atingir a região ventral, que pode ser esbranquiçada, com reflexos prateados. Quanto às barbatanas, podem ser castanhas ou castanhas escuras.
Cabeça
Em relação a isso, as lamelas longas e as altas frequências laminares aumentam a resistência das brânquias à passagem de água por essa estrutura, agilizando a ventilação do carneiro.
A bifurcação dos filamentos das guelras pode aumentar a área de superfície das guelras, muito mais do que outros membros de sua classe. Isso pode permitir que o peixe-espada tenha acesso a águas pobres em oxigênio, como as encontradas nas profundezas dos oceanos.
Da mesma forma, o fato das lamelas serem longas e de baixa altura permite que um maior número delas exista na cavidade branquial. Além disso, as aberturas branquiais são largas e as membranas presentes nessas estruturas são aderidas apenas basalmente.
Reprodução
Os dados relativos ao tamanho e à idade biológica que permitem a reprodução do espadarte são variados e, em alguns casos, podem ser contraditórios. Porém, sua maturidade sexual pode ocorrer entre 2 e 4 anos, podendo variar dependendo da região onde moram.
Por ser um animal ovíparo, sua reprodução se dá por meio de ovos. Nesta espécie, caracterizam-se por serem pelágicos e pelo seu pequeno tamanho. Assim, eles poderiam medir entre 1,6 e 1,8 milímetros de diâmetro. Deve-se notar que a fêmea de Xiphias gladius pode armazenar até 29 milhões de ovos.
O modo de fertilização é externo. Nesse processo, as fêmeas expulsam para a água, em várias posturas sucessivas, milhões de ovos. Ao mesmo tempo, os machos nadam ao redor deles. Ambos continuam nadando perto dos ovos fertilizados, para assustar os predadores que tentam comê-los.
A desova é condicionada por fatores ambientais, principalmente pela temperatura da superfície. Assim, quem vive no Atlântico o faz em águas com temperatura entre 23 e 26 ° C. Já quem vive no nordeste do Atlântico o faz durante todo o ano.
Larvas
Após dois dias de fecundação, o embrião se desenvolveu, dando lugar a uma larva de aproximadamente 4 milímetros. Este costuma viver, durante o dia, perto da superfície, mas à noite pode deslocar-se para uma profundidade maior, podendo chegar aos 30 metros.
Nesta fase, o corpo quase não é pigmentado. À medida que a larva cresce, o corpo fica mais fino e quando mede cerca de 10 milímetros já se alimenta de outras larvas.
Com 12 milímetros de comprimento, o bico começa a se desenvolver, sendo as duas partes do mesmo tamanho. À medida que cresce, a parte superior do bico cresce mais rápido do que a parte inferior.
Em relação à barbatana dorsal, a primeira delas desenvolve-se após o aparecimento do bico. Quando o peixe tem 23 centímetros, essa estrutura já se estende por todo o corpo. A segunda barbatana se desenvolve quando o animal marinho tem aproximadamente 50 a 52 centímetros de altura.
Os filhotes de espadarte têm uma aparência diferente do adulto. Assim, têm apenas barbatanas anal e dorsal muito compridas. Além disso, a cauda é arredondada e ambas as mandíbulas são alongadas e serrilhadas. No que diz respeito à pele, apresenta escamas e placas rugosas.
Alimentando
O peixe-espada é um alimentador oportunista, caracterizado por buscar seu alimento em todas as profundezas do oceano. Assim, ele pode caçar tanto na superfície quanto no fundo do mar.
As larvas se alimentam do zooplâncton, incluindo as larvas de outros peixes. Na fase juvenil, comem lulas, crustáceos pelágicos e peixes.
Uma vez adulto, sua dieta inclui uma grande variedade de peixes. Em águas profundas, eles pescam peixes pelágicos, incluindo atum (Thunnus), peixes voadores (Exocoetidae), golfinhos (Coryphaena), Alepisaurus, barracudas (Sphyraenidae), Gempylus e lulas pelágicas (Ommastrephes, Loligo e Illex).
Além disso, quando esta espécie nada em águas rasas, ela tende a se alimentar de peixes pelágicos neríticos, como cavala, anchova, arenque, sardinha, marlin, sáurios, pescada prateada, cavala, barracudas e peixe lanterna. Além disso, eles capturam espécies demersais, crustáceos e lulas.
As barragens podem variar, de acordo com a localização geográfica e sua disponibilidade. Assim, no Atlântico Noroeste, 82% dos peixes-espada comem lulas e 53% comem peixes, incluindo anchova.
A caça
O gládio de Xiphias geralmente, durante o dia, desce às águas profundas, entre 500 e 2878 metros, para se alimentar. Ao contrário, à noite eles sobem à superfície ou áreas próximas a eles, para se alimentar de espécies pelágicas
Os trabalhos sobre como comer descrevem várias técnicas. Entre estes, o peixe-espada sobe entre um grupo de peixes e os atinge com o bico. Em seguida, vire-se e devore os peixes mortos ou feridos.
As presas pequenas são comidas inteiras, enquanto as maiores geralmente são cortadas com o bico. Da mesma forma, pesquisas indicam que a grande maioria das presas grandes, como lulas e chocos, apresentam cortes no corpo. Em contraste, pequenas presas são comidas inteiras.
Comportamento
O peixe-espada adulto geralmente tem comportamentos solitários, até agora não se sabia que eles formavam cardumes em áreas abertas do oceano. Porém, no Mediterrâneo, foram avistados grupos formando. Essa ação de ficar junto pode estar associada à busca por alimento.
No entanto, durante a época de desova, esta espécie torna-se gregária, formando cardumes de vários peixes.
Eles geralmente nadam sozinhos ou em grupos soltos, com até 10 metros de distância entre cada peixe. Freqüentemente, ele pode repousar na superfície da água, onde sua grande nadadeira dorsal é exibida.
Além disso, eles foram vistos dando poderosos saltos fora d'água, tornando-se um grande espetáculo para os marinheiros que estão por perto. Esse comportamento pode estar associado à necessidade de eliminação de parasitas que se alojam em sua pele, entre os quais vermes e copépodes.
Além disso, com esses movimentos fora da superfície, o peixe-espada poderia tentar sacudir as remoras e lampreias que muitas vezes se agarram a ele.
Migração
O espadarte, como outras espécies pelágicas, realiza uma migração vertical. Um dos motivos desses deslocamentos é a temperatura da água, associada às estações do ano. Além disso, a disponibilidade de alimentos é um fator que influencia esse comportamento migratório.
Esta espécie é principalmente um peixe de água quente. Seus movimentos para outras latitudes ocorrem, no verão, em direção às regiões frias ou temperadas, para se alimentar. Durante o outono, ele retorna às águas quentes, para desovar e hibernar.
Os especialistas propõem duas teorias, relacionadas à migração do espadarte nas águas do Atlântico Noroeste. A primeira sugere que, no verão, esse animal se desloca para leste e norte, ao longo de toda a plataforma continental. No outono, volte para o oeste e o sul.
A segunda abordagem sugere que alguns grupos viajam no verão de águas profundas para a plataforma continental. Quando chega o outono, ele retorna às regiões profundas do Atlântico.
Referências
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