O pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) é uma ave aquática meridional que representa a família Sphenicidae e a ordem Sphenisciphormes. A família Sphenicidae inclui todas as espécies existentes de pinguins, amplamente distribuídas no hemisfério sul.
A espécie foi descrita por Gray em 1844 e dedicada ao naturalista alemão Johann R. Forster, que participou ativamente das viagens do Capitão James Cook, navegando extensivamente pelo mundo na descoberta da chamada “terra Australis incognita”.
Pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) Por Samuel Blanc
O gênero refere-se à impossibilidade de a espécie voar e submergir na água. Os pinguins imperadores têm sido uma fonte de admiração e fascínio desde as primeiras expedições à Antártica.
São as aves que se distribuem e vivem mais ao sul, em ecossistemas praticamente inalterados pelas atividades humanas. Porém, devido à crescente influência das mudanças climáticas globais, a sobrevivência da espécie pode ficar comprometida nas próximas décadas.
Comportamento
Durante o processo de incubação, os machos fazem esforços extraordinários para garantir a sobrevivência dos filhotes. Esses pinguins dependem exclusivamente das reservas de energia obtidas antes do início do período reprodutivo, o que indica que um macho pode ficar mais de um trimestre sem comer.
Para conservar as reservas de energia durante as noites frias do inverno antártico, os machos tendem a se agrupar em círculos de costas para o vento, para conservar o calor. Este comportamento é rotativo para que todos passem pelo centro do cluster e a aresta exposta ao meio.
Quando algumas fêmeas não conseguem acasalar, costumam adotar filhotes que ficaram sem os pais, que se perderam na colônia ou por roubo. Na maioria dos casos, eles os abandonam após duas semanas, pois não são capazes de atender às necessidades dos jovens por conta própria.
A prole adotada tende a apresentar vários estágios de desenvolvimento, geralmente durante os primeiros dois meses de vida.
Referências
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